Capítulo 97:
Sorrio, chego mais perto dele e, sem me importar que Fernando nos olhe, subo numa caixa que está no chão para ficar da sua altura e aproximo meus lábios dos seus.
— Não
se preocupe... pequeno. Sei o que estou fazendo.
Consigo
fazer com que Arthur esboce um sorriso. Dou um beijo nele com sabor de vitória.
—
Pelo seu bem — diz, sério —, melhor você saber mesmo o que está fazendo ou eu juro
que já, já te faço pagar por isso.
—
Hummmm... adorei ouvir isso!
— Lu...
estou falando sério — insiste.
—
Aaaaaah, já te disse... isso aqui pra mim é um passeiozinho de nada.
Não
sorri. Mas eu sim.
Escuto
a voz de meu pai me chamando. Tenho que ir para a pista. Dou um beijo rápido em
Arthur, desço da caixa, solto sua mão e vou até minha moto. Meu pai a acelera.
Eu
grito feliz e cheia de emoção, enquanto Arthur fecha a cara.
Dez minutos
depois, estou na pista com outras participantes, com a adrenalina a mil, saltando
e correndo sem pensar em perigo. O motocross é uma combinação de velocidade e
destreza, e as duas coisas juntas me empolgam muito.
Sempre
fui meio moleca, o filho que meu pai nunca teve. Adoro os pneus cantando nas curvas
fechadas, saltar em buracos, fazer manobras ousadas e meu macacão fica cheio de
lama, enquanto minha adrenalina acelera meus movimentos e percebo que estou numa
boa posição na corrida. Termino entre as quatro primeiras e passo à segunda etapa.
Arthur
está branco como mármore. O que acabo de fazer e minhas ultrapassagens mal lhe
deixam respirar. Mas não temos tempo de trocar nenhuma palavra, porque vou participar
da próxima etapa e assim sucessivamente até restarem apenas seis participantes.
Meu
pai, junto ao Lucena e ao Bicho, gritam como loucos enquanto voltam a ajustar a
moto. Fernando, um expert em motocross, me dá umas dicas sobre as outras participantes
e eu o escuto. Sabem que eu mando bem e que posso conquistar algum prêmio hoje.
Mas não consigo deixar de procurar Arthur. Onde está ele?
—
Moreninha — diz meu pai. — Arthur voltou para Jerez.
— O
quê?! — exclamo sem acreditar.
— O
que você ouviu, filha. Disse que preferia te esperar na casa dele. — E murmura:
— Ele
estava se sentindo super mal, filha. Apesar de que agora, pensando bem, não sei
se era por te ver dando saltos na pista ou por causa da presença de Fernando e
a atenção que ele te dava.
—
Paaaaaaai — resmungo ao vê-lo sorrir.
Mas
não podemos continuar falando. A próxima volta vai começar e eu tenho que ficar
a postos. Minha concentração diminui, e meu humor péssimo. Arthur foi embora e
isso me deixa muito chateada. Quando a corrida começa, saio disparada como uma
flecha. Salto um montinho, dois... três, os pneus cantam, acelero e pulo vários
buracos seguidos. Ao fim, engato a segunda e grito de felicidade.
Meu
pai, o Lucena e o Bicho correm para me abraçar. Estou coberta de lama, mas eu os
fiz vibrar novamente. Quando me soltam, é Fernando quem me pega entre seus braços,
de um modo totalmente efusivo.
—
Parabéns, linda. Você é a melhor!
—
Obrigada e me solta.
— Por
quê? Arthur por acaso não gosta de compartilhar a mulher dele?
— Me
solta, seu babaca, ou juro que acabo com você aqui mesmo — rebato ofendida.
Cinco minutos depois, no
pódio improvisado, fico feliz ao ver meu pai, o Lucena e o Bicho aplaudindo ao
lado de Fernando, orgulhosos de mim. Levanto o troféu e eu adoraria que Arthur
estivesse aqui
Capítulo 98:
O
caminho de volta a Jerez é leve e divertido. Escutar meu pai e seus amigos
contando piadas me faz morrer de rir. Como eles são engraçados! Quando
chegamos, Fernando insiste em sair para beber, com a desculpa de que precisamos
comemorar a vitória. Mas não topo a ideia e, em casa, desço minha moto do reboque,
seguro o troféu e, sem nem mesmo trocar de roupa, saio em disparada para o
chalé de Arthur.
Chego
à porta, toco a campainha e, segundos depois, a enorme cancela branca se abre.
Acelero a moto e subo por uma estradinha cercada de pinheiros. Ao longe, vejo a
casa e Arthur. Parece estar falando ao telefone. Acelero, dou uma derrapada e,
rodeada de poeira, paro, olho para ele e levanto meu troféu.
—
Você perdeu. Perdeu minha vitória.
Arthur
não sorri, fecha o celular, vira-se e entra em casa.
Surpresa
com sua reação seca, desço da moto e o sigo. Fico louca quando ele se comporta
desse jeito tão fechado. No caminho tiro os óculos e deixo o capacete numa mesa.
Arthur está na cozinha bebendo água. Espero que volte e ataco.
— Por
que você foi embora sem me avisar?
—
Você estava muito ocupada.
—
Mas, Arthur... eu queria que você estivesse ali.
— E
eu queria que você não fizesse essas loucuras.
— Arthur...
escuta...
—
Não. Escuta você. Se você tiver que dar mais uns saltos com sua moto em
qualquer outro lugar, não conte comigo, entendido?
— Tá
booooom.... mas, vai, não fique irritado. Não seja infantil.
Minhas
palavras o magoam e ele fica ainda mais enfurecido.
— Eu
te disse que não queria que você corresse perigo e você continuou com sua brincadeirinha
sem pensar em como eu estava me sentindo. Você poderia morrer bem na minha
frente e eu não poderia ter feito nada pra impedir. Meu Deus, como você pode
ser tão irresponsável?
Afasta-se
de mim. Acho sua reação exagerada.
— Não
sou irresponsável. Sei muito bem o que faço.
—
Sim, claro... não tenho a menor dúvida. E, como se não bastasse, ainda tenho
que aguentar esse tal de Fernando.
— Ah,
não... , nem vem com essa — rebato irritada. — Não acho direito você brigar comigo
por causa do motocross, mas até consigo entender! Agora, brigar comigo por causa
das coisas que Fernando disse, essa não!
— Ele
ficou falando “Nossa garota”! — grunhe furioso. — Não parou de fazer comentários
desagradáveis o tempo todo na minha frente. Se eu não parti pra cima dele, foi
por respeito a seu pai e a você, porque por mim eu teria ido... — E, antes que
eu possa reagir, me pergunta: — Você disse que rolou alguma coisa com ele.
Continua rolando?
Não
respondo. Não quero contar o que Fernando me revelou a seu respeito, nem o que houve
entre nós, mas Arthur insiste:
—
Responde: o que você teve com esse cara?
—
Alguma coisa. Mas foi sem importância e...
—
Alguma coisa? O que é essa “alguma coisa”? — diz num tom glacial.
— Por
acaso eu te pedi uma lista de todas as suas amiguinhas? — pergunto, surpresa com
o rumo que a conversa está tomando. — Se me lembro bem, você foi o primeiro a querer
se envolver comigo sem...
— Sei
muito bem do que você está falando. Mas acho que você é madura o suficiente para
entender que isso mudou entre a gente.
— Ah,
é?
Sem
alterar a expressão, ele solta um grunhido.
—
Acabei de te fazer uma pergunta. Sempre fui sincero contigo. Quando voltei das Astúrias
pra te procurar, você me perguntou se eu tive alguma coisa com Amanda e eu fui
sincero. Você não pode fazer o mesmo agora?
— Ok.
Eu e Fernando já transamos, sim.
— E
agora? Nos dias em que você esteve aqui antes de eu chegar?
— Não
rolou nada...
— Não
acredito.
— Em
Madri fui pra cama com ele, mas aqui não. — Arthur reclama e eu continuo: —
Aqui
só demos alguns beijos e...
—
Esse cara não é do tipo que se conforma com beijos. Reparei em como ele te
olhava e, quando ele falou aquilo de compartilhar a cerveja, meu Deus... eu
queria acabar com ele!
Irritada
com suas palavras e com seus gritos, respondo:
—
Talvez ele não se conformasse com beijos, mas eu, sim. Nunca me comportei com ele
como me comporto contigo, porque ele não é como você, droga. E quer saber? Vou embora.
Não quero ficar ouvindo essas idiotices ou te juro que não vou te perdoar.
Quando
você estiver mais calmo, me liga e talvez... apenas talvez eu aceite desculpas pelo
showzinho que você acaba de dar.
Dito isso, me viro, pego
o capacete, os óculos e, ainda com o troféu nas mãos, saio da casa, arranco com
a moto e vou embora. Cheia de raiva, atravesso o caminho de pinheiros. Quem Arthur
pensa que é pra falar comigo desse jeito? Por que eu não exijo nada dele, e
ele, ao contrário, exige tudo de mim? A cancela branca se abre. Acelero, mas, antes
de cruzá-la, freio novamente e solto um grito de frustração. Desço da moto e
dou uns chutes pro ar. Sinto vontade de matar Arthur quando ele age dessa
maneira.
Arthur exagerou,Fernando eu vou te matar!Maaais por favor
ResponderExcluirOu! Arthur todo irritado
ResponderExcluirOwn como pode ser tão fofo e ciumento ao mesmo tempo ♥♥
ResponderExcluirArthur corre atrás delaaaa !!
ResponderExcluirPosta +++++++
Ameeii *-*
Mais tá muito foda essa web
ResponderExcluirDR LuAr
ResponderExcluir..... Isso eh ciume ciumes ... O Arthur ta com ciumes da lua hahahaha Arthur pede ela em namoro logo ❤❤❤❤❤❤❤❤
Esta muito boa está web
ResponderExcluirContinuaaaaaaa
ResponderExcluirO arthur ja viu a tatuagem dela ?
ResponderExcluirPosta maiss +++++++
Ahahaha Arthur esta provando do proprik veneno quando fez Lua de ''besta'' por causa da Amanda.
ResponderExcluirPonto para Lua \Ó
adoreeeiii *---*