Peça-me o que quiser (Adaptada)- Capítulos 157 e 158

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Capítulo 157:
 
Ao chegar ao escritório na manhã seguinte, não me surpreendo ao encontrar Arthur trabalhando. Como se nem reparasse na presença dele, deixo minhas coisas na mesa e o telefone interno começa a tocar. Arthur. Quer que eu vá à sala dele.
— Bom dia, senhorita Blanco.
— Bom dia, senhor Aguiar.
Logo vejo Julio Merino, um rapaz da empresa, sentado na mesinha redonda da sala de Arthur, com uns papéis nas mãos.
— Senhor Merino — diz Arthur, recostando-se na cadeira —, poderia me trazer um cafezinho?
O jovem se levanta.
— Sim, senhor Aguiar... é pra já.
Quando passa ao meu lado, faz cara de impaciência e eu tento segurar o riso. Assim que eu e Arthur ficamos a sós na sala, ele suaviza o tom:
— Dormiu bem?
— Muito mal... estava sentindo sua falta.
Noto seus lábios se encurvando.
— Com certeza não tanto quanto eu senti a sua.
— Até parece... tenho certeza de que eu senti tanto quanto você ou até mais.
Nos olhamos. Um duelo de olhares. Já aprendi a sustentar o seu olhar.
— Essa noite você vai dormir comigo no hotel.
— Ok.
Adorei a proposta. Fico louca só de pensar e já imagino que será um bom momento para contar a ele o que aconteceu ontem.
— O que acha de brincarmos com outras pessoas?
Meu estômago se contrai. Brincarmos acompanhados? Sei o que significa e já estou há muito tempo sem fazer isso. Engulo a avalanche de emoções que ficaram entaladas na minha garganta.
— Por mim tudo bem, se você quiser.
Sem levantar da cadeira, move a cabeça.
— Está excitada? — pergunta ao notar meu nervosismo.
Faço que sim. Arthur sorri e se levanta.
— Por favor, senhorita Blanco, entre no arquivo.
Sem pensar duas vezes, me dirijo ao arquivo e minha respiração fica entrecortada. Ali dentro, Arthur chega perto de mim, meu traseiro esbarra nos arquivos e, apoiando seus quadris nos meus, sinto sua mão se enfiando por dentro da minha saia e tocando minha coxa direita.
— Há muito tempo que não te ofereço e não vejo a hora de fazer isso de novo.
— Arthur...
— Continuo chateado contigo e você merece um castigo.
— Um castigo?
— É... minha pequena. E hoje à noite você vai saber qual é.
Voltamos a nos enfrentar num duelo de olhares.
— Gostaria de te lembrar — murmuro — que o castigo que você me deu em Barcelona foi me deixar excitada naquela casa de swing e depois me levar embora sem realizar nenhuma daquelas fantasias.
Ele sorri e passa o nariz pelo meu cabelo.
— Nunca se sabe, Lu... nunca se sabe.
Arthur separa minhas pernas. Toca a tirinha da minha calcinha.
— Seu castigo está te esperando no meu hotel — sussurra ao meu ouvido. — Quando sair do escritório, pega o carro e vai direto pra lá.
Tira a mão de baixo da minha saia e se afasta.
— Muito bem, já pode voltar ao trabalho.
Excitada e irritada por esse tratamento tão frio, dou meia-volta para sair quando sinto uma palmada. Me viro para repreendê-lo e então Arthur me puxa para si, me beija com paixão e murmura com um sorriso provocante:
— Te amo, pequena...
Essas palavras carinhosas produzem em mim o efeito Aguiar. Minha irritação some e eu sorrio como uma pateta enquanto ele me abraça e me beija com voracidade.
Segundos depois, me solta.
— Senhorita Blanco, poderia fazer a gentileza de parar de me provocar para que eu possa dirigir esta empresa?
Seu comentário me faz rir. Ajeito minha saia, me retiro do arquivo, depois saio da sala e, com um sorriso bobo estampado no rosto, volto à minha mesa. Hoje à noite estou decidida a contar a ele o que aconteceu.
Julio chega com o café e, quando passa ao meu lado, murmura:
— Pô... hoje o chefe está atacado!
Sorrio e tento me concentrar no trabalho.
Às seis da tarde saio nervosa do escritório e faço o que ele me pediu. Pego o carro e vou direto para o hotel. Tomás está esperando na porta e, ao me ver, acena com a mão.
 
 
 
Capítulo 158:
 
Freio, abaixo a janela e o ouço dizer:
— O senhor Aguiar a espera na suíte. Pode deixar seu carro comigo.
Admirada com a regalia, desço, entro no hotel e vou ficando cada vez mais excitada.
Desde Zahara de los Atunes que não jogo e estou ansiosa. O ascensorista sorri e me cumprimenta. Subimos em silêncio e, assim que as portas do elevador se abrem, eu me surpreendo ao encontrar Arthur me esperando no hall.
— Oi, querida.
— Oi — respondo, radiante, enquanto passeio meus olhos por ele e reparo em como está gatíssimo com essa calça preta e a camisa azul-celeste. Sem rodeios, ele me beija, me pega pela cintura e me guia até a suíte. Ouço uma música na sala. Há alguém lá dentro, mas não consigo ver quem é. Arthur me leva diretamente ao quarto e fecha a porta.
— Em cima da cama está o que quero que você use. Tome uma ducha e, quando estiver pronta, vá até a sala.
Dito isso, dá meia-volta e sai, me deixando sozinha.
Surpresa, caminho até a cama. Lençóis de seda pretos. Que excitante! Sobre os lençóis vejo uma fina e curta camisola de seda junto a sapatos pretos de salto bem alto.
Não há calcinha, apenas uma cinta-liga lilás. Minha boca fica ressecada só de pensar.
Sexo! Dois homens vão me possuir.
Sem conseguir tirar os olhos dessa peça de roupa, fico nua e entro no banheiro. Tomo uma chuveirada e me delicio ao sentir a água correndo pela minha pele. Me enxugo e visto o que Arthur pediu.
Abro a porta do quarto. Arthur me vê e faz sinal para eu me aproximar. Quando chego perto, vejo um casal. Ela está vestida como eu. Surpresa, olho para Arthur em busca de uma explicação.
— Lua, esse é o Mario e essa é a mulher dele, Marisa. Uns amigos meus.
O homem vem e me dá dois beijinhos no rosto, e, quando a luz reflete na mulher, me dou conta de que é Marisa de la Rosa. Por que age como se não me conhecesse? Vem até mim e dá dois beijinhos também.
— Oi, Lua, que bom te ver.
— Digo o mesmo — respondo, confusa.
Não menciona nossos encontros na academia, nem o que aconteceu ontem. Eu também não falo nada. Me sinto estranha ao omitir isso, mas, sabe-se lá por quê, não consigo agir de outro modo.
Arthur me pega pela cintura e me puxa para si.
— Eles estavam naquela festa à fantasia em Zahara. Desde então, Marisa não para de me mandar e-mails pedindo pra te conhecer.
Me viro para ela e a vejo sorrir.
— Estou louca pra provar você, Lu.
Não respondo. Não posso. Tudo o que consigo ver é a mulher me olhando de alto a baixo e se detendo nos meus seios. Parece o gato Frajola quando quer devorar o Piu-Piu.
A expressão de Arthur é de malícia. Ele gosta do que está vendo. Isso o deixa excitado.
— Tenho uma namorada muito... muito atraente.
Eu o encaro e ele me beija sem se importar que os outros estejam olhando. Quando me solta, vejo de relance que Marisa e o marido cochicham, enquanto servem
champanhe. Arthur pega do sofá um lenço de seda comprido e o amarra na própria mão.
— Lembra disso?
— Lembro.
— Talvez eu te amarre na cama em algum momento pra te oferecer. Alguma objeção?
Excitada pelo que ele diz, murmuro:
— Confio em você.
Seus olhos faíscam. Estão brilhantes. Arthur chega mais perto e diz:
— Marisa é uma mulher muito ativa e está louca pra brincar contigo. O que, claro, eu permito.
— Como assim?
Ele sorri e beija meu ombro.
— Esse é seu castigo hoje, querida.
— Arthur, não — sussurro com a boca seca.
— Não?!
Balbucio em seu ouvido:
— Você sabe que não sou chegada em mulher.
Ele sorri.
— Por isso é seu castigo. Mas pode ficar tranquila, eu vou te oferecer pra eles brincarem contigo, você não precisa fazer nada, só relaxar e aproveitar.
Fico perplexa. Faço menção de responder, mas ele me impede.
 

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