Capítulos 127:
Uma noite, depois de Fernando me deixar em casa, pelas três da manhã, vou até o balanço dos fundos da casa. Faz uma noite linda e o céu está muito estrelado. Meu pai me vê pela janela e vem se sentar ao meu lado. Traz duas Cocas. Pego uma e ele dá um gole na outra.
—
Estou muito feliz por ver sua irmã tão contente, mas me parte o coração te ver
tão triste, e em geral costuma ser o contrário.
— Que
ela continue assim por muito tempo, pai. Ficamos muito felizes.
Nós
dois sorrimos e meu pai me cochicha:
— Eu
não estranharia nada se logo, logo eu fosse avô outra vez... Você reparou como eles
estão?
Achando
graça, concordo com ele.
—
Reparei, sim, pai. É maravilhoso ver como eles estão se entendendo tão bem.
Tomamos
outro gole de nossas Cocas.
—
Escuta, moreninha. Você tem muito valor, e eu tenho certeza de que Arthur sabe disso.
— E
de que adianta, pai?
— De
muita coisa, querida, você logo vai descobrir. Arthur é um homem com H
maiúsculo e você vai ver só como ele não vai te deixar escapar.
—
Talvez eu é que vá deixá-lo escapar.
Meu
pai sorri e acaricia meu cabelo.
—
Mas, nesse caso, moreninha, é você quem vai fazer a maior besteira da sua vida.
Incapaz
de continuar guardando meu segredo, olho para ele e digo:
—
Pai, Arthur é meu chefe. O chefão da empresa. Pronto, agora você já sabe.
Meu
pai fica em silêncio por alguns segundos e coça a barba.
— É
casado?
—
Não, pai... Arthur é solteiro e sem compromisso. Quem você pensa que sou?
Sinto
que meu pai respira aliviado. A última coisa que ele iria querer era escutar
que Arthur é casado, então sei que minha resposta, de certa forma, o deixa mais
tranquilo.
— Não
te olha como um chefe e eu sei o que estou dizendo, filha. Esse homem te olha como
a mulher que ele ama e deseja proteger. Mas preciso admitir que Fernando te
olha da mesma forma e eu sinto pena do rapaz.
Dou
de ombros e suspiro. Ao ver que não digo mais nada sobre o assunto, ele pergunta:
— E
aí, volta amanhã pra Madri?
—
Volto. Logo depois do café, ponho a mala no carro e pego a estrada. Quero
chegar numa hora boa pra fazer umas compras e essas coisas todas.
— E
aqui, quando você vai voltar?
— Não
sei, pai. Quando eu tiver mais de quatro dias seguidos de foga. Você já sabe que
não gosto de vir pra passar só algumas horas...
— Eu
sei.. Como fazia quando eu era pequena, me abraça, me embala em seus braços e
beija meu cabelo.
— Sei
que você vai ser feliz porque você merece. E, se você e esse Arthur não se
derem uma nova chance, vão se arrepender pelo resto da vida. Pensa nisso, ok?
— Ok,
pai... vou pensar.. querida... eu sei.
Capítulos 128:
No dia 27 de agosto, volto ao trabalho.
Minha
chefe está de férias, o que me dá uma trégua. É bom demais estar longe do seu veneno.
Miguel também não está e eu sinto falta de suas piadas. Mas meu desânimo é tamanho,
que quase prefiro que ninguém venha falar comigo.
Cada
vez que olho na direção da sala de Arthur ou entro no arquivo, morro de
tristeza.
Impossível
não pensar nele. Nas coisas que me dizia, no que fazia comigo ali, e tenho que
me segurar muito para não chorar.
Meus
amigos não saíram de férias, e marco com eles um cinema ou vamos tomar umas
cervejas de tarde depois da academia. Meu grande amigo Nacho tenta conversar comigo,
mas eu não tenho vontade. Não quero lembrar o que aconteceu. A presença de
Arthur no meu coração ainda está muito forte e, enquanto eu não o esquecer, sei
que minha vida não voltará ao normal.
No
dia 31 de agosto, recebo uma mensagem de Fernando. Por acaso está em Madri até
4 de setembro e vai ficar, como sempre, num hotel perto da minha casa.
Combinamos
de nos encontrar.
Eu o
levo uma noite para jantar na Cava Baja, e em outra ocasião vamos a um restaurante
japonês. Nesses dias marco com meus amigos e saímos todos juntos para beber
depois do jantar. Para minha surpresa, vejo que Fernando se dá bem com minha amiga
Azu e isso me alegra. Ele cumpre sua palavra. Comporta-se como um amigo e fico agradecida
por isso.
No
dia 3 de setembro, minha chefe, Miguel e quase todos os funcionários da Müller reaparecem.
O ritmo volta a ser frenético e, quando vou ver, minha chefe já me afogou num
mar de papéis outra vez. Miguel voltou animado das férias. Me conta histórias enquanto
trabalhamos, o que me faz rir. O telefone interno toca, e minha chefe pede que eu
vá à sua sala. Vou logo.
—
Sente-se, Lua. — Obedeço e ela continua: — Como você deve se lembrar, a viagem
do senhor Aguiar às sucursais da Müller pela Espanha teve que ser adiada para
depois de setembro, certo?
—
Certo.
—
Pois então. Falei com o senhor Aguiar e as viagens serão retomadas.
Meu
estômago se contrai e fico inquieta. Ouvir falar dele deixa meu coração a mil.
Ver
Arthur
de novo é o que preciso, embora eu saiba que não é o mais recomendável para
mim.
—
Quero que você prepare os dossiês relativos a todas as sucursais. Aguiar quer começar
a viagem nesta quarta-feira.
—
Está bem.
Fico
parada. Na quarta-feira vou vê-lo. Estou quase gritando como uma louca, até que
minha chefe diz:
— Lua,
vamos... não fique aí parada como uma pateta.
Concordo
com um gesto de cabeça. Me levanto, mas, quando vou sair da sala, ouço minha
chefe dizer:
— A
propósito, desta vez sou eu que vou acompanhar o senhor Aguiar. Ele mesmo me
pediu isso ontem quando nos reunimos no Villa Magna.
Ouvir
isso é como levar uma surra. Arthur está em Madri e nem se dignou a me
procurar.
Minhas
ridículas ilusões de voltar a vê-lo se dissipam de uma só vez, mas consigo
sorrir concordando. Quando saio da sala, sinto as pernas fraquejarem e vou logo
para minha mesa. Miguel percebe.
— O
que você tem?
—
Nada. Deve ser o calor — respondo.
Quando
saio do escritório, estou desnorteada. Me sinto ofendida. Furiosa e muito chateada.
Pego o carro no estacionamento e, sem saber por quê, me dirijo à avenida Castellana.
Ao passar em frente ao hotel onde Arthur está hospedado, olho para lá, entro em
uma das ruazinhas transversais e estaciono. Como uma idiota, vou até o hotel,
mas não entro. Fico parada a poucos metros da porta sem saber o que fazer.
Durante
uma hora, minha mente ferve e eu tento me acalmar, até que, de repente, vejo
seu carro se aproximar. Para na porta do hotel e de dentro do automóvel saem Arthur
e... Amanda Fisher! Ambos sorriem, parecem se entender muito bem, e se enfiam
no hotel.
O que
Amanda está fazendo em Madri?
O que
Amanda está fazendo nesse hotel?
As
respostas se atropelam umas às outras e, furiosa, vou registrando todas elas.
Chateada
com o mundo e perplexa com o que vi, pego o carro e me dirijo ao hotel onde sei
que provavelmente Fernando está.
Chego
e subo direto ao seu quarto. Quando ele abre a porta me olha surpreso.
Mano vai ser muita sacanagem se ela transar com o fernando! Na moral...
ResponderExcluirSó falta ela transar com o fernando aff,foi ela também que começou isso,devia aceitar,mais eu quero LuAr juntos de novoo :(.
ResponderExcluirSó falta ela transar com o fernando aff,foi ela também que começou isso,devia aceitar,mais eu quero LuAr juntos de novoo :(.
ResponderExcluirDo mam jeito q o Arthur pode, ela pode transar com outras pessoas. E segredos num relacionamento nunca dá certo. O errado msm é o Aguiar.
ResponderExcluirNaaao, os dois vão fazer papel de idiota.
ResponderExcluirLua transar com Fernando só porque ficou raiva é sacanagem !
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Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluir5:35
ResponderExcluirSe Lua agir assim novamente com Fernando ela ta se chamando de vadia -.-
Arthur é um escroto msm
queria que esses putos ficassem juntos
Será que ele vai pega o Fernando ? ela tem qua faze isso mesmo se o ️Arthur pode ela também pode !!
ResponderExcluirEla***
ResponderExcluirJessica eles vão demorar a voltar? Falta muito pra ele contar sobre a doença pra lua? Tô super ansiosa !!! Acho que nós leitoras temos que lhe parabenizar por postar os capítulos desta web diariamente!
ResponderExcluirLaryssa :)
Lua tá certa!
ResponderExcluirEsse fic ta mas pra 50 tons de cinza do peça-me o que quiser
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