Capítulo 125:
— Esqueça meu nome e continue trocando mensagens com aquelas mulheres. Elas com certeza sabem mais sobre você do que eu.
— Que
saco, mulher, quer parar de gritar? — berra.
—
Não. Não estou com vontade. Eu grito porque quero, porque você merece e porque eu
preciso. Babaca! No fim das contas vou acabar dando razão a Fernando.
Está
claro que ele não esperava essa frase.
— Vai
dar razão em relação a quê?
— Ele
falou que você me usaria e depois se cansaria de mim.
—
Aquele imbecil te disse isso?
—
Sim. E acabo de me dar conta de que é isso mesmo.
O
desespero faz Arthur se afastar e berrar como um louco.
A
porta se abre, e Andrés e Frida entram. Nossos gritos devem ter chamado a
atenção deles. Frida vem pro meu lado e tenta me acalmar, enquanto Andrés vai
para perto do amigo. Mas Arthur não quer falar, apenas solta palavrões em
alemão e seus gritos se ouvem até na Cochinchina. Surpresa com tudo isso, Frida
me puxa pela mão e me leva para a cozinha. Me dá um copo d’água e tira a
mochila das minhas costas.
— Não
se preocupe. Andrés vai acalmá-lo.
Irritada
com todo mundo, bebo água e respondo:
—
Mas, Frida, eu não quero que Andrés o acalme. Quero eu mesma acalmá-lo e, principalmente,
quero entender por que ele é assim tão misterioso. Não posso perguntar nada.
Não me responde nunca. E, ainda por cima, quando se aborrece, sai correndo ou me
expulsa, como fez agora.
— O
que houve?
— Não
sei. Estávamos brincando, conversando e, de repente, perguntei sobre uns remédios
que vi na nécessaire dele e sobre as mensagens e ligações que ele recebe o tempo
todo de Betta e Sophia.
Caio
no choro. A tensão por fim diminui e consigo desabafar. Frida me abraça, me faz
sentar a seu lado na cozinha e murmura:
— Lu...
fique calma. Tenho certeza de que o que vocês tiveram foi uma briguinha de casal
apaixonado e já vai passar.
—
Apaixonados? — pergunto, intrigada. — Mas você não ouviu o que eu disse?
—
Sim. Ouvi muito bem. E, ainda que Arthur não te diga, eu repito o que te falei
há algumas horas lá na praia. Está louco por você. É só ver como ele te olha,
como te trata e como te protege. Eu o conheço há mais de vinte anos, somos
grandes amigos, e pode acreditar em mim quando digo que sei que ele sente algo
muito forte por você.
— E
como você sabe?
—
Sabendo, Lu. Confia em mim e, sobre essas mulheres, não se preocupa. Pode acreditar
em mim.
Nesse
instante, Andrés aparece na porta, olha para mim e murmura com uma cara constrangida:
— Lua...
Arthur quer que você suba no quarto.
—
Não. Nem pensa Minha resposta os desconcerta. Os dois se olham e Andrés
insiste:
— Por
favor, sobe, ele quer falar contigo.
—
Não. Ele que desça — insisto. — Mas, bem, quem ele pensa que é pra que eu tenha
que ir atrás dele como uma idiota? Não. Não vou subir. Se ele quiser, que
desça.
— Lua...
— sussurra Frida.
— Por
favor — imploro, louca para ir embora dali —, preciso que vocês chamem um táxi.
Por favor...
Frida
e ele se olham, alarmados, e Andrés diz:
— Lua,
Arthur disse que...
Com a
raiva instalada no meu rosto, nas minhas veias e em todo o meu ser, contesto:
— Não
estou nem aí pro que Arthur disse, assim como ele não está nem aí pra mim. Por favor,
chama um táxi. É só isso que te peço.
— Não
ponha palavras na minha boca — diz Arthur, que aparece na porta.
Eu o
encaro. Ele me encara também e voltamos a nos comportar como dois rivais.
—
Frida, por favor, chama um táxi — exijo.
Andrés
e Frida se olham. Não sabem o que fazer. Arthur, transtornado, não se aproxima de
mim.
— Lu,
não quero que você vá embora. Sobe comigo até o quarto e a gente conversa.
—
Não. Agora sou eu que não quero falar contigo e que quero ir embora. Não vou
mais deixar você me usar. Acabou!
Arthur
fecha os olhos e respira fundo. Minha última frase o magoou, mas ele decide não
responder. Quando abre os olhos, não me olha.
—
Frida, por favor, chama um táxi.
Dito
isso, ele se vira e sai. Dez minutos depois, um táxi chega à porta da casa. Arthur
não volta a aparecer. Me despeço de Frida e Andrés e, com toda a dor do meu
coração, vou embora. Preciso me afastar desse lugar e de Arthur.
Capítulo 126:
Em
Jerez, meu pai não fala nada, fica só me olhando.
Faz
três dias que cheguei e estou um trapo humano. Meu pai sabe que não estou bem, que
aconteceu alguma coisa entre mim e Arthur, mas respeita meu silêncio. Já os
vizinhos se comportam de forma diferente. Volta e meia me perguntam pelo
“Frankfurt” e isso me deixa desesperada. Algumas vezes eles não têm o menor
tato, e esta é uma dessas vezes.
Alguém
avisa Fernando de que cheguei. Ele manda torpedos e no terceiro dia aparece.
Estou
na beira da piscina, deitada numa espreguiçadeira, quando o vejo chegar.
— Oi
— me cumprimenta.
— Oi
— respondo.
Senta-se
na espreguiçadeira ao lado da minha e não diz nada. Nenhum de nós diz nada. Meu
pai se debruça na janela da cozinha e nos olha, mas não se aproxima. Deixa a gente
conversar.
—
Você está bem, Lua?
—
Estou.
Silêncio...
ninguém diz mais nada, até que Fernando acrescenta:
—
Sinto muito que você esteja assim.
—
Tudo bem — respondo com um sorriso. — Como você mesmo previu, acabei me dando
mal.
— Não
me alegro por isso, Lua.
— Eu
sei.
De
novo, silêncio. De repente, começa a tocar no rádio Satisfaction, dos Rolling
Stones e só podemos sorrir. No final quem fala sou eu:
—
Sempre que escuto essa música, me lembro da festa que Rocío deu há alguns anos.
Você
lembra que a gente acabou ficando junto bem nessa hora?
Fernando
sorri concordando e começa a cantar. Ele se levanta, sai dançando e isso me faz
rir. Canto e danço junto com ele, esquecendo todos os problemas.
Quando
a música termina, nós dois rimos e nos olhamos. Levanto os braços em busca de
um abraço e nós nos abraçamos.
—
Assim que eu gosto de te ver, Lua. Alegre. Como você é. Me desculpa por ter me metido
onde não era chamado, mas às vezes nós, homens, nos comportamos feito idiotas.
—
Está desculpado, Fernando. Me desculpa também.
—
Claro. Não tenha a menor dúvida disso.
Nessa
noite, saio para jantar com ele e encontrar nossos amigos. Minha amiga Rocío se
surpreende ao me ver aparecer com ele, e não me pergunta sobre Arthur. Ninguém
faz a menor referência ao homem com o qual me viram nas últimas semanas, e eu
me limito a não pensar e a curtir tudo que posso.
Os
dias passam e Arthur não faz qualquer contato. Não entendo como
umas férias maravilhosas podem acabar assim, tão de repente e num clima tão
ruim, quando na verdade nos entendíamos só de nos olhar. A presença de Fernando
esses dias me faz sorrir. Não tentou nada comigo. Não se aproximou de mim mais
que o necessário, e eu fico agradecida por ele se comportar como um amigo.
Minha
irmã aparece sem avisar, com José e minha sobrinha, como sempre faz. Meu pai fica
louco de felicidade. Ter por perto as filhas e a neta é seu maior prazer, e ele
fica todo orgulhoso.
Luz é
a alegria da casa. Com ela ganho uma nova energia. Minha irmã e meu cunhado estão
felizes. Trocam carinhos, saem toda noite para jantar e voltam super
empolgados.
Isso
me deixa feliz. Fazia anos que eu não via Raquel tão sorridente, disposta e apaixonada.
Contente
por sua felicidade, vejo como meu cunhado a observa, como se olham e como
procuram, sempre que podem, ficar sozinhos. O casal está tão desinibido, que
até meu pai às vezes olha para eles assombrado. Raquel tenta falar comigo. Sabe
que estou mal, por mais que eu sorria, mas eu lhe peço que deixemos a conversa
para outro dia.
Pela
primeira vez na minha vida, a chata da minha irmã respeita minha decisão. Deve estar
realmente me achando com uma cara péssima.
Ah não !! Eles não podem se separar :'(
ResponderExcluirPosta +++++++
Ameeii *-*
Melhor web que eu já li na vida !!!
ResponderExcluirQuer mais hoje, por favooooor
ResponderExcluir#chorosa, não pode acabar, não msm. Oq vai ser agr? :(
ResponderExcluirPoxa :( , e agora?
ResponderExcluirMDS q situação!
ResponderExcluirposta mais e hj...pvf Simpimente amando essa fic
ResponderExcluirMais que homem mais turrão -.- Arthur está bom de baixar a guarda e falar com Lua...
ResponderExcluirFernando esta só comendo pela berada... kkkkkkkkkk
Ñ gostei dessa atitude de Arthur :@ quero eles juntinhos ♡♥♡♥ kkkkkkl