Peça-me o que quiser (Adaptada)- Capítulos 115 e 116

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Capítulo 115:

— Ótimo! Perfeito! Você me traz aqui, me faz abrir as pernas pra ele e ainda vem reclamar comigo? Porra, Arthur... não dá pra entender.

— Você concordou. Não se esqueça disso.

— Claro que concordei. Idiota! Entrei no jogo. Seu jogo! Me deixei lamber, chupar e ser comida por uma pessoa que nem conheço porque sei que é disso que você gosta, e agora, quando vê que eu me diverti e que aproveitei essa perversão toda, você reclama comigo. Vai à merda!

A fim de dar o fora dali, me dirijo pra porta. Mas, ele me agarra e me joga na cama.

— Tem razão, menina... tem razão.

— Babaca!... É isso que você é, um verdadeiro babaca.

— Entre muitas outras coisas. Me desculpa.

Seus olhos... sua voz... o cheiro de sexo e ele inteirinho conseguem, como sempre, fazer minha irritação desaparecer em décimos de segundo.

— Me desculpa, querida. Sou mesmo possessivo e me descontrolei e...

— Mas, olha só, Arthur. Eu sou sua! Você ainda não se deu conta de que só quero fazer o que você quiser? É sério que ainda não percebeu que eu gosto das brincadeiras e perversão, mas só se for com você? Você me disse que meu prazer é seu prazer. E a recíproca é verdadeira. O que acabou de acontecer aqui foi incrível. Maravilhoso!

Enlouquecedor! Gostei de ver o brilho nos seus olhos quando te pedi o que eu queria.

Você curtiu o momento e eu também. O que há de mau nisso? Só curti o que você me ensinou a curtir, essa loucura sexual toda. Essa loucura, você e o que você fazia comigo me fizeram querer mais e mais. Só que...

Arthur me beija. Não me deixa terminar.

Devora minha boca e brinca com minha língua, e eu adoro o que ele faz. Por um momento permanecemos sozinhos e abraçados no quarto. Apenas abraçados. Estamos exaustos. E, quando voltamos à sala principal, Björn se aproxima, nos oferece taças de champanhe bem gelado, pega minha mão e a beija.

— Foi um prazer, Lu...

Faço que sim com a cabeça. Björn olha para Arthur.

— Obrigado, amigo, por me oferecer à sua mulher. Foi uma delícia.

Arthur sorri.

— Fico feliz em saber.

— Aliás — acrescenta Björn. — Amanhã à noite vamos brincar de roda no chalé que eu aluguei. Marisa e Frida já toparam. Vocês se animam?

De roda? O que é roda? Quero perguntar. Mas Arthur responde enquanto nos afastamos:

— Obrigado pelo convite, mas não. Talvez em outra ocasião.

Quando chegamos à pista de dança e começamos a nos movimentar ao som da música, não aguento de curiosidade e acabo perguntando:

— O que é a roda?

— Um jogo para o qual você não está preparada.

— Tá... mas como é?

Arthur sorri e me puxa mais para si.

— Logo de cara, você ficaria nua junto a outras mulheres. Costuma haver duas ou três.

Nós, homens, jogaríamos cartas enquanto vocês nos serviriam bebidas e satisfariam nossos caprichos mais imediatos. Ao fim da partida, os homens fazem um círculo ao redor das mulheres e toda a roda as come. Mas, claro, sempre com consentimento.

Engulo em seco. Não. Definitivamente não estou preparada para isso.

Por volta das quatro da manhã, depois de só ficarmos conversando com os outros convidados, Arthur e eu decidimos voltar pra casa. Frida e Andrés vão mais tarde. Quando nos sentamos na limusine que os donos da casa puseram à nossa disposição, Arthur me abraça e eu olho pra ele com malícia.

— Estou exausta. Por que será?

— Por causa do esforço, moreninha... não tenha dúvida.

Nós dois rimos e Arthur me beija no pescoço.

— Você se divertiu?

— Sim. Muito.

— Vai então querer repetir outro dia?

Olho bem nos seus olhos e respondo:

— Ah, sim... claro que sim. Além disso, vi umas coisas que gostaria de experimentar e...

Arthur sorri e aproxima seus lábios dos meus.

— Meu Deus, criei um monstro!





Capítulo 116:

Três dias depois, ainda continuamos em Zahara de los Atunes e nossos anfitriões insistem para ficarmos mais tempo no chalé. Acabamos aceitando, encantados. Arthur recebe várias ligações e mensagens de uma tal de Sophia, e toda vez preciso me controlar para ficar de boca fechada em vez de perguntar: “Quem é essa mulher que fica te ligando tanto?”

No quarto dia, Frida e eu resolvemos descer uma noite ao vilarejo para beber alguma coisa. Os rapazes jogam xadrez e preferem continuar no chalé.

Chegamos a um pub chamado “lacosita”. Pedimos umas cubas libres e nos sentamos ao balcão pra bater papo. Conversar com Frida é fácil. Ela é divertida, falante e encantadora.

— Faz muito tempo que está casada com Andrés?

— Oito anos. E a cada dia fico mais feliz por ter atropelado ele.

— Como assim?

Frida cai na gargalhada e explica:

— Conheci Andrés porque o atropelei com o carro.

Isso me faz rir.

— Me conta essa história. Quero saber tudo.

Frida toma um gole de sua bebida e começa a contar:

— Nós dois estávamos indo à faculdade de medicina em Nuremberg. E no primeiro dia em que fui de carro, quando ia estacionar, não o vi e o atropelei. Por sorte, ele não sofreu nada grave, exceto um ou outro hematoma. Foi uma atração instantânea. E, desde esse dia a gente não se desgrudou mais.

Nós duas rimos e volto a perguntar:

— Ah, vem cá, e essa coisa de sexo e joguinhos, foi ideia de quem?

— Minha.

— Foi ideia sua?

Ela faz que sim com a cabeça.

— Você precisava ver a cara dele quando falei disso pela primeira vez. Ele não quis nem saber. Mas um dia o convidei para uma dessas festas, e o apresentei ao Arthur e, bom... a partir desse dia, ele gostou!

— Arthur?!

— Sim. Somos amigos há anos e frequentávamos o mesmo grupo. Algo que, como você já deve ter percebido, continuamos fazendo. Aliás, acho que você já sabe que fui eu naquele dia no hotel que...

— Sim... Arthur me contou.

— Pra mim foi um prazer dar prazer a vocês dois.

De repente me ocorre algo e eu pergunto:

— Ah, vem cá, você participou da roda que Björn organizou outro dia?

— Sim — diz Frida, rindo. — Adoro esse tipo de jogos, e Andrés fica louco também.

— E não é estranho?

— Estranho? — surpreende-se. — Por quê?

— Não sei... Você não acha humilhante estar ali para satisfazer os desejos dos caras?

Vocês ficam peladas. Vocês ficam entregues. Vocês são as que... bom, isso aí que você já sabe.

Frida solta uma gargalhada e tira do rosto uma mecha de cabelo.

— Não, querida. Adoro o tesão desse momento. Me deixa louca ver como me desejam, como meu marido me oferece, como os outros homens me possuem. Eu gosto e o Andrés gosta. É isso que conta, que os dois gostem e que a gente curta a experiência.

Quero perguntar mais coisas sobre os jogos, sobre Arthur, Betta ou Sophia, mas começa a tocar a música Love is in the air, de John Paul Young, e Frida grita empolgada:

— Adoro essa música. Vamos dançar!

Animadas, nós duas vamos até a pequena pista e dançamos ao som dessa linda canção, enquanto percebo que vários homens ali nos observam. Somos duas mulheres jovens, sozinhas, e isso é um prato cheio.

Por volta das três da manhã, Frida e eu decidimos voltar ao chalé. Estamos exaustas.

Caminhamos até o BMW que deixamos no estacionamento da praia, e dois caras saem ao nosso encontro.

— Opa... opa... aqui estão as garotas que não paravam de dançar no pub.

Ao avistá-los, lembro deles e sorrio.

— Se vocês não quiserem problemas, o melhor é saírem da nossa frente.

Frida me olha. Em seu rosto percebo a insegurança. Estamos no estacionamento da praia e não há ninguém por perto. Eu não me deixo levar pelo medo, pego Frida pelo cotovelo e continuo andando na direção do carro.

— Ah... venham aqui, gatas. Vocês estão morrendo de tesão e a gente quer dar o que vocês querem.

— Vão à merda — eu solto.

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