Peça-me o que quiser agora e sempre - 2º temp - 1º Capítulo (Adaptada)

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Sinopse e 1º Capítulo

Peça-me o que quiser agora e sempre .
Decidida a se afastar para sempre de Arthur Aguiar, Lua pede demissão da empresa Müller. Para se recuperar, decide se refugiar por um tempo em Jerez, com seu pai. Desesperado com a partida de Lua, Arthur vai atrás de seu amor. Ela resiste o quanto pode, mas a atração entre eles continua forte, e as fantasias sexuais mais vivas do que nunca. Em Peça-me o que quiser agora e sempre, Lua terá que tomar a decisão mais difícil de sua vida. O que ela realmente quer? Viver sua paixão é tudo o que importa?
1º Capítulo 
Depois de sair do escritório, chego em casa me sentindo como se tivesse levado uma surra. Olho as caixas embaladas e fico com o coração partido. Tudo foi à merda. Minha viagem à Alemanha foi cancelada e minha vida, por ora, também. Meto quatro coisas numa mochila e desapareço antes que Arthur me encontre. Meu telefone toca, e toca, e toca. É ele, mas me nego a atender. Não quero falar com Arthur.

Disposta a sumir de casa, vou a uma cafeteria e ligo para minha irmã. Preciso falar com ela. Faço-a prometer que não dirá a ninguém onde estou e marco um encontro com ela.

Minha irmã vem me socorrer e, depois de me abraçar como sabe que preciso, me escuta. Conto a ela parte da história, apenas uma parte, senão deixaria ela sem palavras. Não menciono o assunto do sexo e tal, mas Raquel é Raquel! E quando as coisas não lhe batem bem começa com esse negócio de “Tá louca!”, “Você tem um parafuso a menos!”, “Arthur é um bom partido!” ou “Como pôde fazer isso?”. Afinal me despeço dela e, apesar de sua insistência, não revelo aonde vou. Eu a conheço, contará a Arthur assim que ele ligar.

Quando consigo me livrar de minha irmã, ligo para meu pai. Depois de uma conversa rápida e de fazê-lo entender que daqui a uns dias irei a Jerez e explicarei tudo o que está acontecendo, pego o carro e vou para Valência. Ali me hospedo num albergue e durante três dias passeio pela praia, durmo e choro. Não tenho nada melhor para fazer.

Não atendo as ligações de Arthur. Não, não quero.

No quarto dia, um pouco mais relaxada, vou dirigindo a Jerez, onde papai me recebe de braços abertos e me dá todo seu amor e carinho. Conto que minha relação com Arthur acabou para sempre, e ele não quer acreditar. Arthur ligou para ele várias vezes, preocupado — segundo meu pai, esse homem me ama demais para me deixar escapar. Pobrezinho. Meu pai é um romântico incorrigível.

No dia seguinte, quando me levanto, Arthur já está aqui em casa.

Papai ligou para ele.

Arthur tenta falar comigo, mas não quero ouvir. Fico uma fúria: grito, grito e grito, e falo tudo o que tenho sufocado antes de lhe bater a porta na cara e me trancar no quarto. Por fim, ouço que meu pai pede que ele vá embora, e por ora me deixe respirar. Papai sabe que por enquanto sou incapaz de pensar e que, em vez de solucionar as coisas, vou complicar ainda mais.

Arthur se aproxima da porta do meu quarto e, com a voz carregada de tensão e raiva, me diz que está indo, então. Mas que vai embora para a Alemanha. Tem que resolver uns assuntos lá. Insiste mais uma vez para que eu saia, mas, diante da minha negativa, finalmente se vai.

Passam dois dias, e minha angústia é constante.

Esquecer Arthur é impossível, ainda mais quando ele me liga toda hora. Não atendo. Mas, como sou mesmo uma masoquista, escuto várias vezes nossas canções e me entrego a essa tortura. A parte boa dessa história é que sei que Arthur está muito longe e, além do mais, tenho minha moto para me distrair e saltar pelos campos enlameados de Jerez.

Dali a uns dias, me liga Miguel, meu ex-colega na Müller, e me deixa chocada. Arthur despediu minha ex-chefe. Ouço incrédula. Arthur teve uma tremenda discussão com ela quando a flagrou falando mal de mim na cafeteria. Resultado: rua. Bem feito, sua vagabunda!

Sinto muito, isso não deveria me alegrar, mas a malvada que há em mim se delicia: enfim essa jararaca desgraçada recebeu o que merecia. Como diz muito sabiamente meu pai, “o tempo bota cada um em seu lugar”, e a essa o tempo pôs onde devia, no olho da rua.

Nessa tarde minha irmã aparece com José e Luz, e nos surpreendem com a notícia de que vão ser pais outra vez. Bebê a bordo! Meu pai e eu nos olhamos com cumplicidade e sorrimos. Minha irmã está feliz, meu cunhado também e Luz está visivelmente entusiasmada. Vai ter um irmãozinho!

No dia seguinte, é Fernando quem aparece aqui em casa. Damos um longo e significativo abraço. Pela primeira vez desde que nos conhecemos, há meses que não nos falamos, e a forma como nos abraçamos diz que, entre nós, aquilo que nunca existiu, por fim acabou.

Não pergunta por Arthur.

Não faz a menor menção a ele, mas intuo que imagina que nosso caso ou acabou ou que alguma coisa está acontecendo. À tarde, enquanto minha irmã, Fernando e eu beliscamos uns tira-gostos no bar da Pachuca, pergunto:

— Fernando, se eu te pedisse um favor, você faria?

— Depende do favor.

Sorrimos, e esclareço, disposta a conseguir meu objetivo:

— Preciso do endereço de duas mulheres.

— Que mulheres?

Tomo um gole de Coca-Cola e respondo:

— Uma se chama Marisa de la Rosa e mora em Huelva. É casada com um cara chamado Mario Rodríguez, que é cirurgião plástico. É quase tudo que sei. E a outra se chama Rebeca e foi namorada de Arthur Aguiar por uns dois anos.
Ontem esqueci-me de postar a sinopse. Então aqui está :)

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