"É Estranho. Mas é do nosso jeito" - 2ª Temporada - 13º Capítulo

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P.O.V.’s Narrador

Os nervos tomavam conta de Arthur. Ele ligava para o celular de Lua e ninguém do outro lado atendia. Ele tinha tentar ligar para o número do trabalho nela, mas foi impedido porque deu o toque de entrada.
A próxima aula era de representação. Estavam todos muito animados com a elaboração de um espetáculo de abertura do novo ano escolar mas, neste momento, Arthur não estava nem aí. Todos os alunos estavam empolgados com as novas ideias para as danças e as canções que serão apresentadas, mas Arthur continuava distante. Outros professores tomaram o lugar de Arthur, pois viram que ele não estava ali. 
Arthur tentou pesquisar algo sobre o acidente. Ele havia ocorrido por volta das 7:50h da manhã, devido a um condutor que passou no vermelho. Houve um acidente em cadeira e vários carros foram atingidos. Não houve mortos, apenas feridos graves. Apesar dessas informações, Arthur não continuava satisfeito. 
Os pensamentos começaram. “E se…?”.
E se Lua tivesse no meio daquele trânsito? E se ela tivesse sido atingida? E se ela se feriu? Pior! E se ela morreu? E o bebé? E se neste momento ela estivesse precisando de ajuda mas ninguém a conseguisse socorrer? 
Por outro lado… Mas e se ela estivesse apenas no trabalho? Não. Impossível. Se estivesse no trabalho teria atendido todas as chamadas.
O desespero atacou Arthur. A aflição falou tão alto que ele não teve como não sair da sala muito transtornado. Os alunos se perguntavam uns aos outros o que estava acontecendo. Não era natural ver ele daquele jeito e muito menos sair da sala daquele modo. Os restantes professores olharam entre si e ficaram sem saber o que fazer. Anna foi a única que saiu da sala, atrás de Arthur.

- Arthur. Arthur! – Ela o chamava no meio dos corredores. Ele ia com o passado apressado, levando a bolsa debaixo do braço e o celular na mão esquerda. – Pára! Deixa eu falar com você!
- Para dizer o quê? – Ele perguntou um pouco transtornado e parou. Jogou a bolsa para o chão e colocou as mãos na parede, baixando o seu rosto.
- Se tivesse acontecido alguma coisa, já te teriam avisado! Os familiares e o namorado são os primeiros a saberem das coisas.
- Então porque é que ela não atende?
- Vocês brigaram?
- Claro que não. Estamos melhor que nunca! – Ele explicou
- Então relaxa. Está tudo bem.
- Não, não está. Eu preciso de ir para casa. – Ele agarrou a sua bolsa novamente e saiu da escola de artes.

Enquanto ia em direção ao prédio, ligava vezes sem conta para Lua. Nada. Ele desistiu e jogou o celular para o banco de trás.
Chegou ao prédio e foi direto à casa do seu sogro. Talvez ele soubesse de alguma coisa. 

- Arthur? Por aqui? – Foi Blanco quem o abriu a porta.
- Eu preciso falar com você… - Arthur tinha a voz rouca e o seu olhar demonstrava preocupação. Blanco o deixou entrar e fechou a porta atrás de si.
- Diga. Aceita Wisky? – Ele perguntou.
- Ainda não. – Arthur sentou no sofá mas não ficou lá por dois segundos. – É a Lua. Estou preocupado. Pedi que me ligasse na hora do almoço e nada! E aquele acidente… aquele acidente aconteceu na estrada que eu a costumo levar para o trabalho. Hoje fomos em carros separados porque ontem chegamos tarde e hoje adormecemos. Eu sou um idiota! A culpa é toda minha! Eu quero sempre colocar o trabalho na frente de tudo, e para não chegar atrasado eu disse para irmos em carros separados.
- Calma. Não sabemos o que aconteceu. Você ligou para ela?
- Milhões de vezes!
- E para o trabalho?
- Não… eu não tenho o contacto e… ah, não sei de nada! – Ele levou as mãos à cabeça em forma de desespero.
- Vou buscar a lista de contactos dos hospitais. – Disse Blanco.

Foram ligando para os mais próximo. Mas não foi preciso procurar muito. À terceira ligação, para um terceiro hospital, algo apontava que era lá que Lua se encontrava.

- Como disse que se chamava a paciente?
- Lua. Lua Blanco.
- Sim. Ela deu entrada aqui por volta das 8:30 da manhã, vítima de um acidente. 
- E como não ligaram para cá? Como não informaram ninguém?
- Bom, tem alguém com ela e nós julgamos que fosse o pai da criança.
- Pai da criança? O pai da criança sou eu!
- Mas senhor, o homem que estava aqui se mostrava muito atento e preocupado. Nós julgamos que fosse ele o acompanhante da dona Lua.
- Como ela está?
- A criança?
- Sim… também.
- A criança teve de nascer de cesariana. É prematura e está internada neste momento.
- Meu deus! – Arthur se desesperou e começou a chorar compulsivamente. – E a Lua? A minha namorada como está?
- Se prepare. O que eu tenho para lhe dizer, infelizmente, não é bom! Ela sofreu um traumatismo craniano. Neste momento está em coma. 

[…]

Arthur chegou ao hospital junto com o pai da Lua. A primeira coisa que fez foi pedir explicações ao hospital e aos médicos do mesmo pois não informaram à família do que tinha acontecido.
Na sala onde Lourenzo estava internado, estava Diogo. Assim que Arthur entrou pela porta e deu de caras com o sujeito de costas, reconheceu logo de quem se tratava. A vontade de Arthur era de espancá-lo e culpá-lo por tanta coisa. Mas ele sabia perfeitamente que não era isso que Lua queria. 
Diogo olhava para o bebé, respirando lentamente, de uma maneira delicada e triste. Seus olhos estavam ligeiramente vermelhos. 

- Você é muito cara de pau, não é mesmo? Porque se fez passar por namorado da Lua? E pior! Pai dessa criança! Esse filho é meu! – Arthur falou num tom alto, chamando à atenção dos presentes naquela sala.
- Antes de mais, fale mais baixo porque está num hospital. Tenha respeito. E agora você sabe que é pai da criança? As suas dúvidas foram mesmo todas embora? Eu me preocupo com a Lua e me preocupo com a criança bem mais que você! Eu daria um excelente pai, ao contrário de você que é marrado na sua estúpida escola! Eu estive aquele a manhã inteira, a tarde inteira e continuarei aqui até Lua pedir o contrário!
- Com que modos você pensa que fala comigo desse jeito?
- Senhores, precisam de se acalmar! – Um enfermeiro pediu.
- Nós já nos vamos acalmar, visto que o Diogo está de saída!
- Não, não estou. Eu vou ficar aqui.
- Eu quero um minuto de paz com o meu filho, será que posso? Droga! – Arthur o encarou. 

Lourenzo era muito pequeno. Mais pequeno que um nenuco. Tinha poucos fios de cabelo sobre a sua cabeça, mas todos eles eram moreninhos. A sua pele aparentava ser clara, mas o seu rosto estava ligeiramente vermelhinho, assim como a cor dos lábios do bebé. Os dedos dele eram curtos, assim como as suas perninhas que estavam encolhidas. Lourenzo tinha alguns fios ligados a ele medindo diversas coisas como os batimentos do coração. 
A vontade de Arthur era de tirar todas aquelas coisas do seu bebé e de levá-lo para longe, ou quem sabe para perto de Lua, que iria adorar ver o seu bebé pela primeira vez.
Arthur começou a chorar. Talvez de emoção. Talvez de dor. Emoção por, pela primeira vez, ver o seu bebé. Dor por ter sido por algo tão grave como o acidente de aviação. Dor por não saber como está a sua namorada, mãe do seu filho, que até agora não sabemos se irá sobreviver ou não. Tudo é uma incógnita.

[…]

- A Lua sofreu o acidente de viação e desmaiou de imediato. Segundo testemunhas, ela ainda pediu por socorro. Quando ela chegou aqui, sangrava pela boca e pelo nariz. Ou melhor, havia sangue nessas partes. É um dos sintomas. 
- E a sua recuperação?
- É um enigma, um mistério! O traumatismo que ela sofreu não é de grau avançado. Mas este pode se recuperar totalmente mas também pode levar à morte. Neste momento, ela está em coma. Quando ela acordar, ela pode se lembrar de tudo, como poderá nem se lembrar de quem você é. – Explicava o médico – Foi feita uma pequena cirurgia à cabeça, mas nada de grave. Tudo correu bem. Agora temos de esperar.
- E quando ela acordar? – Arthur tinha os olhos cobertos de lágrimas.
- Depende… ela poderá não andar ou não mexer algum outro membro. Poderá não se lembrar de nada, como eu já disse. Múltiplas coisas. Esperemos que tudo corra pelo melhor.
- Quando tempo poderá demorar?
- 24 horas pelo menos. Mas, como ela entrou em coma, talvez mais.
- E o bebé?
- O bebé é mais complicado. Ele teve alguns problemas à nascença, nomeadamente devido aos batimentos cardíacos que estavam fracos. Mas tudo está sendo tratado.

O médico dava aquela notícia como se fosse algo natural, presente no seu dia a dia. Mas para Arthur, e para a família e amigos, não era assim. 

Notas finais:
- Mil desculpas. A culpa não é das estrelas, mas sim do carnaval! Como foi o vosso?
- O que estão achando da web?

7 comentários:

  1. Isso mesmo Arthur mostra quem é que manda, amore ñ faz nada de ruim acontecer com Luh, ela tem que se lembrar do seu amor e principalmente do seu filho, posta mais logo a ansiedade me consome... #tristepelalua

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  2. Ela tem q se lembrar de tudo, se não fica mt clichê!

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    1. Concordo se não vai ficar que nem todos as webs ele ou ela sofre um acidente e perde a memória

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  3. Ai, que triste, mds tomare que a Lua volte firme e forte, e que Lorenzo fique boom , Força Arthur :) , CONTINUAAAAA !

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  4. Ah Lua tem que lembrar de tudo vai ficar meio clichê isso
    Arthur bota moral nesse Diogo...cara folgado não gosto dele

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