Adivinha quem sou(Adaptada)- Capitulo 3

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Pipipipí... Pipipipí... Pipipipí...
Estico a mão e desligo o despertador. Acordar cedo me mata, mas hoje é a minha vez de abrir a loja de souvenirs. Pego o relógio e aproximo do meu rosto. Sou míope e sem óculos ou lentes de contato não vejo nada. Uma vez que eu verifico a hora, me levanto, coloco meus óculos e caminho para o banho. Em seguida, já vestida e com as lentes colocadas, desço para a cozinha, onde sorrio ao ver uma das minhas avós.
Ankie, minha avó paterna é holandesa. Anos atrás, quando meu avô morreu, ela mudou-se para viver connosco. É engraçada e, às vezes, louca para a sua idade, mas eu gosto e aproveito de sua loucura. É uma mulher atual e moderna e me entende melhor do que ninguém; além disso, ambas somos artistas.
— Bom dia, querida, você dormiu bem?
Eu digo sim com a cabeça e me sento em uma cadeira. Ela coloca à minha frente um suco de laranja espremido na hora e bebo com prazer.
Enquanto ela vibra em torno da cozinha, eu pergunto:
— Onde está vovó Nira?
Vejo-a sorrir – eu amo seu sorriso maroto – e, aproximando-se diz baixinho:
— Fofocando com as vizinhas. Olha que gosta de fofoca!
Nós rimos. É verdade que vovó Nira adora uma fofoca.
— Não reclame. – respondo no mesmo tom de voz — Afinal, você gosta que te conte.
Minha avó e eu rimos. Ankie é uma figura. Pra começar, não gosta que eu ou meus irmãos a chamemos de avó, ou qualquer coisa parecida. Desde pequeninhos nos deixou muito claro que ela é Ankie, nem mais nem menos.
Em sua juventude, fez parte de uma banda da moda na Holanda e abandonou por amor, e agora na maturidade, é a guitarrista de uma banda que montou com algumas amigas na ilha. Tem uma engrenagem que ninguém pode igualar.
Vejo o pote de Nesquik, que é o meu vício! Pego, abro e coloco uma colherada na boca. Saboreio com alegria e, como sempre, me engasgo com o achocolatado!
— Tome um copo de leite, céus e pare de comer o cacau assim, cru – repreende minha avó ao me ver.
Olho para a embalagem de leite integral e me dá arrepios. Eu nunca gostei muito de leite, então murmuro, fechando o pote de Nesquik:
— Tudo bem... Agora eu vou.
— Hoje é o grande dia, não é mesmo, querida?
— Sim. Hoje começo no Grand Hotel Mencey. – digo feliz.
Finalmente consegui alguém para me contratar para cantar, mesmo que seja em uma banda. No entanto, é um começo. É o momento. Acabaram de me demitir ou faço agora, ou sei que não farei nunca.
Minha avó e eu nos esbarramos em uma conversa sobre música e canções e se esquece do copo de leite. Bem! Ankie é entendida na matéria e eu adoro conversar com ela, sendo a paixão de ambas.
Conversar com sua avó sobre os grupos de pop e rock atuais não é normal, mas ela é tão entendida quanto eu sobre o assunto.
De repente, na rádio soam as primeiras notas de uma música e eu digo:
— Ouça, Ankie. Eu amo essa música.
— Quem canta?
— Pixie Lott, a música se chama Cry me out. Tem alguns anos, mas eu acho linda.
Ankie a escuta. Sorri e olhando para mim, e pergunta:
— Você sabe, querida? – eu confirmo — Anda, cante-a.
Com uma concha da cozinha como um microfone faço o que me pede, sem nenhuma vergonha e começo:
“Você terá que clamar por mim
Você terá que clamar por mim
As lágrimas que deixei cair, não significam absolutamente nada,
É hora de superar
Baby, você é tudo isso
Talvez não haja volta
Você pode continuar falando
Mas, baby, estou indo embora.
Aproveito... Aproveito e aproveito.”
Eu amo cantar e músicas como esta que se ajustam perfeitamente ao "tom da minha voz”, como disse minha avó. Enquanto canto, minha outra avó, Nira, entra na cozinha e fica junto de Ankie. Ambas me olham encantadas.
Para elas sou um orgulho, cada uma à sua maneira. Para Ankie sou a jovem cantora que deseja ter sucesso na vida com a música e para Nira sou a neta que ela espera que um dia se case e lhe dê netos belíssimos. Vamos que logo tenho algo complicado para torná-las felizes.
Uma vez terminada a música, eu rio e elas aplaudem emocionadas.
— Ah, minha menina, você canta tão bem! – suspira minha avó Nira.
— Você tem um futuro brilhante, Lua – Ankie me diz.
Estamos nos divertindo, quando entram pela cozinha meus irmãos Garret e Rayco. Embora gêmeos, são diferentes. Garret me olha e ao ver a concha na mão, diz com uma de suas citações famosas de Guerra nas Estrelas:
— Sem dúvida, a voz é maravilhosa.
— Obrigada, mestre Yoda. – zombo.
Ele leva uma mão ao seu coração e diz:
— Que a força esteja com você, pequena.
— A uivadora da casa já está cantando? – zomba Rayco.
Eu rio. Meus irmãos são a bomba para mim.
Garret é um nerd por excelência e em nossa família acho que todos nós já assumimos. Ouvi-lo falar com as suas frases da saga Star Wars é normal.
Tão normal que em ocasiões como esta, o resto dizemos sem perceber.
Rayco, no entanto, é outra história. É o mais belo de nossa família e o amante latino da nossa linda ilha. Todas caem rendidas a seus pés. Todas babam quando ele passa. E todas acabam chorando no final.
Minha avó Ankie lhe dá um cascudo ao ouvir seu comentário.
— Ai! – ele protesta com seu vozeirão.
Começo a rir quando minha avó diz:
— Um pouco de respeito, sem vergonha. Sua irmã é uma artista e devemos respeitar os artistas.
— Não convém despertar uma wookie* – sussurra Garret me fazendo rir.
— Você dirá para uma bruxa montada em uma guitarra elétrica – Rayco zomba olhando para Ankie.
*Os Wookies são seres do universo de Star Wars que habitam o planeta Kashyyyk. São peludos, falam grunhindo e parecem cachorrões.
A avó Nira sorri ao ver o rosto de minha outra avó e para acalmar o tumulto, diz:
— Vamos, meninos, tomem o café, está ficando tarde.
Com o olhar, eu peço a Rayco que se cale. Ele me entende e nós cinco tomamos o café na mesa da cozinha, entre risadas e confidências.
Meia hora depois, meus dois irmãos e eu entramos no meu carro e nos dirigimos a Santa Cruz de Tenerife para abrir a loja. Durante horas, os dois e eu atendemos aos clientes que entram para comprar e fofocar. Às vezes, o trabalho aqui é exaustivo e hoje é uma dessas ocasiões. A uma da tarde, aparece o meu irmão Argen.
— Garret, Rayco – grita – vocês podem ir!
Rayco se aproxima de nós e subindo a gola da polo vermelha escura, sussurra ao ver uma das turistas que o admira.
— O dever me chama... Que os deem irmãozinhos! Garret, para não ficar atrás, acrescenta:
— E que a força esteja com vocês, humanos.
Feliz, os observo indo, e então Argen pergunta:
— Por que são tão nerds?
Eu, sorrindo e olhando respondo:
— Se mamãe te ouvisse, diria não são nerds, são apaixonados.
— Porra, Lua... Eles tem quase 35 anos, será que nunca vão mudar?
Respiro fundo, coço a cabeça e digo:
— Parece-me que não. Por certo, seu nível de açúcar esta bom?
Argen me olha e assente sorrindo.
— Sim, mãe. Insulina administrada e ingeridos os hidratos de carboidratos necessários. Tudo ótimo.
Sorrio e olho como ele começa a atender alguns turistas. Argen sempre me preocupa. Tem diabetes desde que era pequeno e, embora ele tenha uma vida normal, não me permito esquecer que tem que controlar sua doença.
Somos quatro irmãos, cada um mais diferente que o outro. Argen é o mais velho e tem 40 anos. É o louco da cerâmica. Trabalha em seu próprio estúdio e ajuda na loja de meus pais durante a semana. Em seguida, vêm Garret e Rayco, cerca de trinta e cinco anos, dois nerds declarados e, por último sou eu, a menina. A pequena. A inesperada da casa com vinte e cinco anos e cantora.
Papai, Argen e eu somos loiros, os holandeses da família, enquanto Garret, Rayco e mamãe são morenos e os nativos da ilha.
Vamos, teremos tudo.
Depois de atender a vários turistas que compram algumas lembranças, meu irmão se aproxima e pergunta:
— Você está nervosa por esta noite?
Ao pensar em minha apresentação, dou de ombros e eu respondo:
— Um pouco.
Argen sorri. Nós dois temos uma ligação muito especial apesar de ele ser mais velho e eu a caçula. É meu maior fã e melhor irmão do mundo. Agora animado, me diz:
— Você vai se sair maravilhosamente bem e quando ouvirem você cantar, eles vão pirar.
Um cliente me traz algumas conchas para que eu embrulhe, e enquanto faço, digo a meu irmão:
— Eu apenas faço parte da banda.
— E o quê?
— Não acho que alguém preste muita atenção em mim.
— Tão bonita como é e bem como canta, eles vão!
Nós rimos, enquanto continuamos a atender os clientes que nos entregam as suas compras.
Às quatro da tarde, meus pais Larry e Idaira aparecem. Um casal original. Mamãe fala pelos cotovelos e papai é exatamente o oposto, mas com o olhar diz tudo. Acho que é essa maneira de ser tão diferente que os torna tão apaixonados um pelo outro.
Todos estão envolvidos no negócio familiar. Um negócio que nos dá o que comer e nos permite viver tranquilos.
Vejo que minha mãe se aproxima de Argen e por seus gestos sei que esta perguntando como está. Todos nos preocupamos com ele, e como sempre, meu irmão apenas sorri.
Papai que, como eu, observa a situação, se aproximando de mim me pergunta:
— Você está nervosa, bufadorazinha?
Sorrio ao ouvi-lo, fazendo ao nome, respiro antes de responder:
— Um pouco, papai.
Mamãe da um beijo em Argen e depois vem até mim e me beija também.
— Minha menina, vá agora e descanse – ela me diz — Esta noite você tem que estar relaxada. Deixei seu vestido passado e pendurado no armário e antes de ir para o hotel, tome um bom copo de leite, ok?
Eu concordo. Não vou criar um caso por causa do leite, mas concordo.
— Por falar nisso, minha vida – acrescenta — podemos ir te ver.
Depois de dar um beijo em meus pais e uma piscada para o meu irmão, vou para casa. Uma vez lá, pego minha mochila e me dirijo para minha aula de dança, onde me divirto. Dançamos salsa, dança do ventre e hip-hop, de tudo.
Quando retorno, entro em meu quarto e me atiro na cama. Oh, Deus...
Eu amo dormir. Isso é um dos maiores prazeres da vida, mas se eu dormir a esta hora levantarei de mau humor e ninguém me aguentará, então eu decido tomar banho para despertar.
Ao sair do chuveiro, desço para conversar um pouco mais com minhas avós, as sete coloco um vestido preto, como me disseram para fazer aqueles que me contrataram e sapatos de salto. Em seguida, pego o carro e me dirijo para o Grand Hotel Mencey para a minha estréia.
Ok, eu admito, agora eu estou um pouco nervosa!
Ser a garota da banda não é o emprego dos meus sonhos, mas pelo menos me permitirá subir ao palco e me divertir.
Ao estacionar o carro próximo do hotel, fico chocada ao ver Fernando, meu ex, do outro lado da rua. Veio me ver? Mas então percebo que eu não sou a razão de ele estar aqui, mas certamente uma ruiva com a qual se vê muito meloso.
Inacreditável. Eu vejo que a pena por nossa separação não o deixa viver.
De certa forma, isso me faz rir. Esta claro que Fernando e eu não fomos feitos para outro e confirmo que o melhor foi deixá-lo.


Comentem meninas :)

7 comentários:

  1. Não to entendendo, tipo nada dessa fic!
    Xx Mayy

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  2. Tô adorandooo *---* mal posso esperar pra ver como será sua noite u.u ahhhh Fernando não foi feito pra vc Lua --.
    adorandoooooo *O*

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  3. Amore a autor (a) desta trilogia é a mesma da Peça me o que quiser? Quando o Arthur vai aparecer?

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  4. Eu n gst mt dessa fic n,tbm n to entendendo nd,mais cada um tem um gst

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