Adivinha quem sou (Adaptada)- Capítulo 4

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Uma vez que fechei o carro, cumprimento vários amigos ao entrar pela cozinha do hotel. Ali trabalha minha amiga Coral que faz uns bolos maravilhosos. Ao ver-me, pega minha mão e pergunta:

— É verdade que você terminou com o Fernando?

— Sim.

— Por que? – E ao me ver bufar, acena com a cabeça — Tudo bem...

Não há necessidade de me dizer, e eu imagino. No final, você percebeu que é um chato e vocês não tem nada para fazer juntos, certo? Olha, minha pequena, eu já dizia que esse cara não é para você. Você precisa de outro tipo de homem. Você sempre insiste em ir com os mais velhos que você, mas eu acho que você deve encontrar um cara da sua idade e que goste das mesmas coisas que você.

— Coral, está enganada se você acha que eu vou me apaixonar por alguém.

 

Minha amiga, a grande romântica por excelência, responde:

 

— Você tem que parar de ir de flor em flor e encontrar um homem como meu Toño. De qualquer forma, outro dia, em uma revista, vi um vestido de noiva lindo. Quando ele me pedir em casamento, te asseguro que vou fazer esse vestido.

Eu rio. Ela, Toño e seu casamento.

Se tem algo que Coral quer neste mundo é se casar, ter uma família grande e ser feliz. Para mim, em vez disso, tudo o que me dá mais alergia. Eu acho que no mundo em que vivemos, a família é uma instituição jurássica, mas bom, respeito que ela seja tão romântica e deseje ter seu belo casamento e sua história de amor.

Por outro lado, insiste em que eu tenho que gostar de alguém da nossa idade e não entende que rapazes me aborrecem extremamente. Eu gosto dos homens maduros, interessantes, aqueles que se pode falar e que na hora do sexo sabem o que fazem.

Quando apresentei o Fernando, ela o olhou de cima a baixo e sei que não gostou dele. Deu-me um prazo de dois meses. No final, eles eram quase sete, mas vamos, que sua intuição não falha!

Por alguns minutos a ouço reclamando sobre o pobre do Fernando enquanto eu rio. Corall é única. Fala pelos cotovelos, como mamãe, e acho que isso é o que faz com que eu a adore e a queira bem. Quando finalmente vou dizer algo, aparece Alicia, sua irmã.

— Olá, Lua. – me cumprimenta.

Fico vermelha como um tomate.

Coral me olha de forma estranha.

Ao ver Alicia me lembrei do que a vi fazendo na praia com seu marido e com outro homem e eu sou incapaz de dissimular.

Ela me olha e eu me abano com a mão, enquanto exclamo:

— Ufa... Está quente aqui, certo?

Coral franzi o cenho. Ela me conhece e sabe que se eu reagi assim é por algo, mas quando vai perguntar, sua irmã se adianta e diz:

— Você esta muito vermelha. Você está bem, Lua?

Oh... Oh... Oh... O que eu digo? O que respondo?

Plano A: Eu rio.

Plano B: Eu faço de sueca, mas sou metade holandesa e metade espanhola.

Plano C: Tento disfarçar.

Sem dúvida, o plano C é o melhor e, tocando o meu olho, eu digo:

— Esta chata hoje esta rebelde e me sacaneando.

Alicia sorri e piscando para mim diz:

— Cantar não é como trabalhar na creche. Está nervosa?

Em minha cabeça não deixam de passar imagens dela com os dois homens, mas me ofereceu uma saída fácil e digo que sim com a cabeça e respondo:

— Sim, é verdade. Estou um pouco nervosa.

Quando pega o que veio buscar e sai, eu olho para Coral, que, com a faca na mão, sussurra em tom maternal:

— Lua Blanco, o que acontece?

— Nada.

Mas minha amiga é muito persistente e sem tirar os olhos, insiste:

— Ou você me diz ou quando casar não te convido para o casamento.

Isso me faz rir, mas como vejo que ela não sorri, finalmente respondo:

— Estou maravilhada pela atuação, é só isso.

Coral levanta uma sobrancelha. Sei que não acredita em mim, mas sem dizer mais nada, começa a bater as claras em neve em uma velocidade que me deixa atônita. Logo retorna a um de seus temas favoritos: as virtudes seu amado e pegajoso Toño, até que de repente pára e diz:

— Luís me disse que Arturo e ele passarão esta noite para te ver.

— Sério? – Sorrio ao pensar em meus bons amigos.

— Sim. Você sabe que beijam onde pisa. Você é sua Tulipa!

Arturo e Luís são um casal incrível. No ano passado, eles se casaram e eu fui madrinha. Foi um dia mágico para todos e nós três confessamos o amor incondicional. Além disso, Luis é um homem aberto a qualquer tipo de conversa, algo que é uma pérola porque, embora converse quase tudo com Coral em determinados assuntos ela é muito limitada.

Depois de alguns minutos em silêncio, eu me inclino em uma prateleira e como quem não quer nada, eu digo:

— Sua irmã e Antônio abriram um bar, certo?

Ela concorda para de cortar a verdura olha para mim e sussurra:

— Isso é... É isso que acontece? Quem te disse isso?

— Você certamente não! – a censuro.

Coral continua com suas verduras e, sem olhar para mim, sussurrando:

— Quando eu descobri, estava tudo decidido. Meu Toño está chocado e minha mãe envergonhada de Alicia por ter montado um local assim. Eu ainda estou sem palavras. Foda-se... Eu não sou uma puritana, mas não quero que me relacionem com sua depravação.

— Depravação?

Ela solta um bufo de frustração e depois de olhar ao nosso redor se certificando que ninguém nos que escuta, continua:

— Você melhor do que ninguém sabe que para o sexo sou muito tradicional. Apesar de bom, meu Toño e eu nos damos nossa homenagem ocasionalmente. Mas uma coisa é uma coisa...

— E outra... É outra – finalizo e Coral confirma.

Depois de alguns segundos de silêncio, ela acrescenta:

— Minha filha, quando minha mãe descobriu que lá há trocas de casais como se fossem figurinhas, não parou de chorar em quarenta e oito horas. Esta desgostosa.

Figurinhas?

Essa comparação me faz rir, mas dissimulo. Não sei o que dizer. Meu rosto é um poema de sua reação. Estou surpresa com seus comentários. Diga o que diga, não é puritana em matéria de sexo.

— Esta é a mesma cara que eu fiz quando a desmiolada da minha irmã me explicou o que ela e seu marido iriam fazer. Eu disse que mamãe não entenderia, mas Alicia não quis saber. Que é um negócio rentável e na verdade é, mesmo que não me faça gosto, reconheço que só em um mês de funcionamento, o bar está muito bem. Aparentemente, muitas pessoas frequentam – E baixando a voz, repete: — Meu Toño está chocado.

Mas não podemos continuar falando, porque o chef nos olha e diz:

— Vamos, vamos lá, meninas, parem de falar e voltem ao trabalho.

Coral segue cortando as verduras rapidamente e eu me despeço com uma piscadela.

A apresentação sai muito bem. É meu batismo sobre um palco que não seja um karaokê e agradeço muito a Richi, um amigo que trabalha nesta banda, que pensara em mim.

Em um momento, vejo ao fundo minha avó Ankie com algumas amigas.

Estão coladas no hotel e aplaudindo como loucas. E quando sinto que vou explodir de satisfação vejo Luis e Arturo dançando na pista, enquanto cantamos Mamma mia.

Quando a apresentação termina, busco minha avó, mas não a vejo. Ela se foi com o grupo de amigas. Mas Luis e Arturo e aproximam contentes.

— Ah, minha Tulipa, quão bem você fez! – Luis grita, me abraçando.

Ele sempre me faz rir quando me chama de Tulipa, como a flor. Tulipa é uma flor da Holanda e meu pai é de lá, Luis decidiu me batizar assim.

Arturo espera sua vez para me abraçar e quando o faz:

— Parabéns, artista. Você foi fabulosa.

Vou com eles para pegar uma bebida. Temos que comemorar a minha estréia e, como sempre, nós três passamos um grande momento. Duas horas mais tarde, depois de me despedir, pego o carro e volto para casa feliz.

Ao entrar, minha avó Nira, que está fazendo crochê sentada em uma cadeira de balanço, me cumprimenta:

— Olá, minha menina, como foi a apresentação?

Enquanto deixo minha bolsa em uma cadeira e chaves na bandeja de cerâmica na entrada, respondo, tirando meus saltos que estão me matando:

— Bem, vó, grande tudo. – E olhando em volta, eu pergunto — Está sozinha?

Ela sorri. Minha avó sempre sorrindo.

— Seus irmãos se foram faz horas, Ankie está com suas amigas e eu fiquei aqui, feliz e tranquila, assistindo aquelas brigas na TV. Certamente, você sabe que a neta de Manolín Martinez se casou com o neto de Luciano Llorente?

Assustada, eu olho e me pergunto:

— E quem são eles?

Sem deixar o gancho, minha avó diz:

— São toureiros do meu tempo. E para que você me entenda, as duas famílias não se dão bem e seus netos se casaram em segredo. Você acredita?

— Sim, se você me disse eu acredito – disse zombando.

Ela assente com a cabeça ao ver meu riso e continua:

— Eu gostaria que você trabalhasse nas creches com as crianças e que não se dedicasse a cantar. Uma coisa é fazer o coro para Ankie em suas apresentações e outra que você também queira ser artista como ela. Preocupa-me, Lua. Este mundo não é para você.

Solto uma gargalhada.

— Vovó, o que você disse?

— O que você ouve, minha menina. Já te disse que estou preocupada.

O que deveria fazer é encontrar um namorado, como sua amiga Coral. Um rapaz decente e com boas intenções e formar sua própria família.

— Vovó...

— Ah, pequena, o dia que você casar será um dos mais felizes da minha vida. Lembre-se.

— Vovó, não vamos começar.

— Você estará linda vestida de noiva...

E como faz sempre que quer falar sobre um assunto que eu não quero, me olha com olhos de filhote de cachorro abandonado. E então ela acrescenta, com voz emocionada:

— Tão linda e loira como é, você estará tão bela que só de imaginar me emociono!

— Vovóóóóó!!! – protesto com carinho.

Conversamos um pouco sobre o que ela quer, é impossível não fazer, e depois me despeço e vou direto para o meu quarto. Não quero mais falar sobre casamentos.

Uma vez no meu quarto, retiro as lentes, retiro a maquiagem, coloco meu pijama e os óculos e ligo o laptop para me conectar ao Facebook. Quero que minhas amigas, virtuais ou não, saibam que a apresentação foi maravilhosa. Recebo parabéns e quando vou desligar o computador lembro algo e pesquiso no Google sobre a palavra Swinger.

Espantada, vejo que existem centenas de páginas dedicadas a uma atividade que até agora era desconhecida para mim e encontro vários bares swingers pelo mundo. Mesmo em Tenerife, como o da irmã de Coral, há mais três.

Leio com curiosidade um monte de páginas que explicam o que é o movimento Swinger e finalmente, visito virtualmente alguns locais.

Ainda incrédula pela descoberta, me pergunto se as pessoas realmente trocam de parceiro nesses locais. Pensar nisso me provoca uma doença.

Deus, se Coral e seu Toño descobrem, pensarão que eu sou outra degenerada como Alicia.

O sexo, jogar com meus parceiros e minha imaginação sempre foram uma grande fonte de prazer para mim e de repente eu percebo que nada que leio ou vejo nestas páginas me escandalizam como aconteceu com Coral.

Quando finalmente me deito, não paro de pensar sobre esses lugares.

Atraem-me.


Eu estou vendo que algumas de vocês não estão a gostar, mas é como eu disse no inicio é um pouco chata, mas para a história ficar completa temos que saber o que aconteceu no inicio. Eu vou postar uns 4 capítulos por dia até o Arthur entrar na história para andar mais rápido. Asério meninas essa história  também vale a pena temos é de ter um pouco de paciência.
Sim, essa história é da mesma autora de Peça-me o que quiser.
Posso dizer que ele aparece antes do capítulo 20

3 comentários:

  1. O início ta chatinho mesmo mas to lendo pra conhecer a história direitinho ♥
    Ass:Jai

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  2. No começo realmente é um pouco chato mas como vc disse deve melhorar depois

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  3. UAUUU KKKKK LUA GOSTOU DO BABADO U.U
    ADOROOOO

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