Adivinha quem sou (Adaptada)- Capítulo 35 e 36

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Capítulo 35:

— Ei... Não teremos problemas por estar aqui? – Eu lhe pergunto.

Arthur sorri e sussurra:

— Relaxa. Está tudo no controle.

Em seguida, abre a porta e entramos em um lugar incrível. Modernismo e minimalismo em estado puro. Vejo uma cama redonda com lençóis negros e uma jacuzzi redonda também.

Vemos o que na minha terra é chamado de uma escola de circo.

Com os olhos arregalados, me aproximo da enorme banheira de hidromassagem e estou espantada ao ver algumas pétalas de rosa vermelha e branca flutuando na água, e ao lado, um balde com gelo e vinho branco.

— Meu amigo preparou para nós.

Sorrio feliz e aceito a taça de vinho que me oferece. Depois de um gole, eu me

aproximo de Arthur e o beijo.

Gosto de beijá-lo. Sua boca é macia, doce, maravilhosa.

Degusto seus lábios e deixo-o morder os meus, enquanto a nossa respiração se acelera. Nós dois sabemos por que estamos aqui e o que queremos.

— Você não quer comer alguma coisa antes?

Declino com minha cabeça, sem tirar minha boca da dele, respondo:

— Com você eu tenho que começar com a sobremesa e depois vamos levá-la.

Minhas palavras fazem-lhe graça e, sorrindo, depois de tomar o meu cálice das mãos e deixar em uma mesa, fico-me em seus braços e nosso beijo apaixonado nos aquece mais. Ergue-me e rodeio sua cintura com minhas pernas. Quando o desejo de devorar olha para dentro, murmuro olhando a jacuzzi:

— O que acha de experimentar-mos?

Arthur me deixa no chão e vai para sua mochila, retira um CD. Mostra-me, pisca um olho para mim e eu sorrio. Eu sei que ele vai colocar a música que ouvimos mil vezes. Till the cops come knockin, do cantor Maxwell.

Ainda me lembro da noite em que dançamos na cobertura do barco, cada um com um fone de ouvido, enquanto aquela música soou. E me lembro da voz do Arthur me dizendo:

“Algum dia farei amor com você com esta música”.

Soa os primeiros compassos da melodia enquanto Arthur olha para mim com luxúria.

Pega o copo de vinho, senta na cama e murmura, surpreendendo-me:

— Seduza-me, coelhinha.

— Quer que eu te seduza? – repito, de pé frente a ele.

Arthur balança a cabeça e com a voz rouca, apontando para um sofá branco a direita do jacuzzi, diz:

— Dispa-se. Sente lá e seduza-me, aqueça-me.

Suas palavras me levam a cem. A coelhinha entra em ação. Com o olhar mais de lagartona que tenho, pego novamente o copo de vinho e me encaminho ao divã. Uma vez lá, dou a volta, eu o olho nos olhos e sorrio. Arthur bebe e sorri também. Deixo o copo no chão e retiro os sapatos. Incitadora, volto a olhá-lo e retiro a camisa que tanto ele gostou, ficando somente com minha minissaia preta e a lingerie. Sem saber o que fazer, deixo me levar pela música e volto para ele. Peço-lhe:

— Desabotoe o botão da saia.

Arthur o faz e quando a saia cai no chão e ele vai me tocar, eu evito com um tapa. Ao ver seu cenho franzido, repreendo-o:

— Não... Você me pediu para seduzi-lo e te aquecer.

Eu o vejo sorrindo e virando-me, dou a volta para o sofá movimentando os quadris. Eu sei que ele olha meu traseiro, então eu abaixo e pego o copo de vinho lentamente, assim dou uma visão melhor dessa minha parte. Como sou safada!

Bebo mais um gole da minha bebida e, sem olhá-lo agacho-me novamente para deixar o copo no chão, expondo mais uma vez minhas nádegas em sua visão.

Eu me viro, vestindo apenas calcinha e sutiã e, sem demora, retiro essas peças, enquanto movo meus quadris quando danço a dança do ventre. O deixo ligado. Isso eu não esperava. Uma vez que eu estou nua diante dele, pego o copo de vinho e sento-me no sofá.

— Eu já fiz duas das quatro coisas que você me pediu. – eu digo — Até agora, eu me despi e me sentei. Agora vou te seduzir e aquecer-te.

Arthur bebe e noto que sua testa está suando. Estou deixando-o nervoso e, estou disposta a deixá-lo cardíaco, abro as pernas, descarada, e me acaricio entre elas, enquanto sorrio diante de seu olhar lascivo.

Por um tempo, minhas mãos deslizam pelo meu corpo. Eu aperto meus seios, brincando com os meus mamilos, eu abro a minha vagina, chupo um dedo e me dou prazer.

Arthur não tira o olho do que faço até que pergunto:

— Você se excita comigo me acariciando na sua frente?

— Sim. Sua safadeza me excita.

Eu pressiono encantada e murmuro:

— O que você acha de se aproximar e o fazer por mim?

Por um momento, eu acho que ele vai se levantar e vir para o meu lado, mas depois de beber o copo de novo, abana a cabeça e murmura com intensidade:

— Aqueça-me mais.

Isso me deixa nervosa. Eu nunca tinha feito algo para alguém, sem tocá-lo.

Normalmente é entrar com alguém em um lugar e rapidamente meter a mão e ficar pronto, mas o que me pede Arthur é muito excitante e tento seguir jogando.

Deixando-me levar de novo pela música, fecho os olhos e tento seduzi-lo, enquanto eu me toco e aproveito. De repente, eu me lembro da minha taça de vinho e a pego. Tomo um gole. Eu sorrio. Eu me levanto, sento-me na borda da banheira e coloco o meu dedo anelar no copo. Eu olho para Arthur  e, sem desviar o olhar daqueles grandes olhos castanhos que me enlouquecem, eu coloco o dedo molhado de vinho no meu clitóris e me acaricio. Eu me movo.

Hummmm... Que prazer. Eu sorrio. Sinto o olhar fixo e ardente de Arthur mórbido, erótico, sugestivo, sensual e, incapaz de ficar quieta, eu pergunto:

— Você gostaria de jogar?

Ele encantado com o que eu faço, esboça um sorriso malicioso e diz:

— O que você quiser, caprichosa.

Quando me chama assim, me deixa louca. Sou tola! Prossigo me tocando, mas Arthur não se move de seu lugar, assim que, disposta a saber mais sobre ele, pergunto enquanto continuo:

— Você já fez sexo a três?

Ele olha para mim um momento e, em seguida, responde com ansiedade:

— Sim.

Isso não me surpreende em um homem como ele é, em seguida, pergunta por sua vez:

— E você?

— Sim.

A minha resposta faz com que ele franza o cenho. Vá... Ele é velho. Ele sim, mas eu não. Isso faz me rir. Eu olho e vejo sua virilha esticada sob o jeans. Eu sei que esta conversa o deixa tenso, então eu insisto:

— Duas mulheres e você ou um homem, uma mulher e você?

— Ambos.

— E dois homens e você? – provoco.

— Não. – diz, sem rodeios – Eu já disse que eu sou heterossexual.

Concordo e sorrio.

— E no seu caso? – questiona Arthur.

Sem deixar de me tocar descaradamente, respondo:

— Dois homens e eu, outro dia uma mulher, um homem e eu.

Sua expressão é grave. Agora eu não sei se ele está animado ou chateado. O silêncio nos rodeia e, finalmente, eu pergunto:

— Você tem algum brinquedo sexual aqui?

Ele balança a cabeça e, de pé, pego minha mochila, pego a necessaire e mostro-lhe o meu brinquedo preferido.

— Apresento-lhe o Lobezno. Ele e eu tivemos alguns bons momentos juntos, e estou segura que me ajudará a seduzi-lo e aquecê-lo e, em especial, apagar esse cenho franzido.

Sem sorriso. Segue com o rosto fechado.

Por que os homens reagem muito mal a uma mulher que fala claramente sobre sexo?

Quando eles vão perceber que o mundo mudou e evoluiu?

 

Capítulo 36:

 
Sei que minha conversa e meu brinquedo o surpreendem como ele me surpreendeu com a palavra “seduza-me”. Sentando-me novamente sobre a borda da jacuzzi, desta vez com as pernas fechadas, eu derramo o meu copo de vinho no meu monte e, em seguida, abro as pernas para que ele possa ver como o vinho escorre pelo meu sexo. Ele está me comendo pelo olhar. Isso é o que eu quero, que me coma e que deixe de bobagem.

Quando consigo ter totalmente sua atenção concentrada em mim, decido ir para o divã e sentar-me, convencida de que sou uma grande estrela do sexo.

Subo os pés para o assento e erguendo o vibrador, olhando Arthur, murmuro:

— Você quer que eu fale sobre minhas experiências?

— Não.

Esta resposta rápida me faz sorrir. Vê-se que há coisas intransponíveis para os homens.

Ciente de seus olhos e eu não quero estragar o momento, eu decidi ignorá-lo. Não falar sobre o que ele não quer ouvir, mas disposto a continuar o nosso jogo estranho, eu explico:

— Este aparelho não só me aquece... Mas me prepara.

E como eu digo, eu coloquei a ponta do vibrador rosa no umbigo, e sem deixar de olhar para Arthur, eu estou indo para o centro do meu desejo, molhado de vinho branco. Uma vez lá, massageando o interior da minha vagina por alguns minutos, até que eu suba a potência e murmuro:

— No dois, o calor começa a apoderar-se do meu corpo.

Continuo me massageando, enquanto Arthur não pode tirar seus olhos de mim,

encantada, eu aviso:

— No três, está exatamente no ponto que meu orgasmo começa a se formar, e me deixa louca. É terrivelmente agradável.

Eu fecho os olhos e me concentro no que eu busco e desejo. Esse calor, aquele velho amigo, começa como sempre pelos meus pés e, lentamente, sobe aos joelhos, coxas, fazendo-me morder os lábios.

— No quatro – suspiro — o prazer é imenso, colossal, abrasador. Só se pode comparar a uma profunda e possessiva penetração.

Meu vibrador vibra e eu já tenho clitóris inchado e latejando como eu gosto. O prazer que me deixa louca. O calor sobe através do meu estômago e assim quando chega à garganta, suspiro novamente e murmuro:

— Sim... Ah, sim...

Eu gosto da minha sexualidade, enquanto, com o canto do meu olho, eu vejo Arthur se levantar e se aproximar. Despe-se. Sua ereção é enorme, mas quando vai me tocar, eu peço:

— Agora não, por favor... Dê-me um segundo.

Eu não quero que me toque.

O clímax está prestes a chegar e quando o meu corpo fica tenso e eu grito de êxtase, Arthur se abaixa e me beija, enquanto eu, junto minhas pernas e tremo de prazer.

Em seus olhos eu vejo a loucura do momento. Tira o vibrador de minhas mãos, se posiciona sob mim e enquanto minha vagina se contrai com os espasmos do orgasmo, ele fica entre as minhas pernas e me penetra sem a menor cerimônia.

Ah, sim!

O prazer é imenso, colossal, surpreendente e quando eu olho para Arthur que fecha os olhos, quando percebe como o interior de minha vagina o suga e o introduz mais e mais em mim.

Sim!

Mas ele quer mais e, ajoelhando-se no sofá, agarra meus quadris e me trás ao seu corpo novamente e novamente. Quando me arqueio para dar mais entrada ao seu pênis e grito, Arthur me morde o lábio inferior e, quando o solta, murmura:

— Então... Então eu quero ver você desfrutar durante todo o dia de hoje.

E assim é. Como um deus do Olimpo, ao longo do dia faz-me sua uma e outra vez. Nós fazemos amor duas vezes na jacuzzi, na cama, no chão, contra a parede, no chuveiro espaçoso.

Somos insaciáveis, duas feras do sexo, e quando às duas da manhã, paramos, estamos famintos e sedentos. Arthur chama a recepção e, minutos depois, nos trazem comida e bebida.

Precisamos recuperar nossa força.

Nós nunca passamos tanto tempo juntos e a curiosidade é imensa. Enquanto comemos na cama, nos interessamos um pelo outro. Eu pergunto por sua viagem à Antártida e Arthur me fala dela até que me diz:

— Diga-me sobre sua vida.

— Eu trabalhava em uma creche. Eu amo crianças. Eu acho que eles são mágicos e trabalhar com eles é uma maravilha. Mas a crise obrigou os proprietários a cortar pessoal e fui uma das despedidas. Então eu decidi me dedicar à música e fazer o que eu gostava. Consegui um emprego como cantora em um hotel de Tenerife até Coral dizer-me do barco e deixei tudo

para viver esta aventura com ela.

— E a sua família? Como eles estão?

O pensamento deles torna a iluminar minha cara e explico:

— Eles são barulhentos, engraçados e às vezes um pouco loucos. – Arthur sorri e eu continuo – Minha casa, quer dizer, a casa dos meus pais, é um caos contínuo. Em apenas setenta e cinco metros quadrados vivemos oito pessoas, dois cachorros e um pintassilgo. A avó Nira, a mãe de minha mãe, é típica avó sábia e beijoqueira, ela te beija todos os dias e prepara pratos maravilhosos. A avó Ankie é a mãe de meu pai, mas, não podemos chamar de avó! Ela quer que a chame por seu nome. É diferente da avó Nira, Ankie não é sábia ou dá beijos. Ela toca guitarra em um grupo de rock com umas amigas, se chamam Angevallen, que em espanhol significa Atacadas.

— Sua avó toca guitarra?

— Guitarra elétrica e você nem imagina o quão bem ela toca. AC/DC do seu lado são estudantes – digo brincando, e meu menino ri – Então temos meu pai. Um holandês alto, loiro, branquinho e detalhista. É um trabalhador natural e adora a todos de uma forma incrível.

Minha mãe e ele tem uma das grandes e famosas lojas de souvenirs de Tenerife. Minha mãe é uma irlandesa encantadora e divertida. Fala pelos cotovelos e, se não a parar, te deixa louca. É uma mulher muito família e, junto com meu pai, cuidam de todos.

» Meus irmãos são outra história. Eles são Garret e Rayco, que são gêmeos. Garret é um nerd da Guerra nas Estrelas a níveis preocupantes. Só fala com frases dos filmes, como por exemplo: “Se alguém quiser saber o grande mistério da força, deve estudar todos os seus aspectos”. – Arthur solta uma gargalhada e eu prossigo – Rayco é o corajoso da família. Não há mulher na ilha ou turista que resista a ele. E depois há Argen – suspiro ao pensar nele – Ele é o irmão mais velho, e o melhor do mundo, me sinto muito ligada a ele. Ele é um grande lutador e não só porque tomou adiante sua empresa de cerâmica, mas sim porque desde a infância luta sua própria batalha com a tia Betty, que é como na comunidade diabética se chama a diabetes. Ele conseguiu levar uma vida completamente normal, apesar de seu problema.

» E, finalmente, temos a cadela do papai, Pisiosa, uma incansável comedora de chinelos, meias e tudo o que ela pode pegar; o cachorro de Garret, Chewbacca, o que nós pensamos que é gay, porque só quer montar sobre os machos; e um pintassilgo fêmea de minha avó Nira, que se chama Jesusina.«

— Tudo isso em setenta e cinco metros?

Afirmo animada e respondo:

— E isso sem contar os amigos dos meus irmãos ou os meus, que sempre estão por lá.

O que você acha?

— Incrível. – murmura espantado.

Engraçado, eu vejo sua expressão alucinar e dizer:

— E você? O que você me diz sobre a sua família?

Percebo que a pergunta o incomoda. Depois de uma bebida do copo ao lado dele, toca a chave que leva em torno de seu pescoço e diz:

— Minha mãe morreu há dois anos. Seu nome era Luisa e era maravilhosa.

Noto seu pesar. Ele falou sobre sua mãe em várias ocasiões e sussurro:

— Sinto muito, Arthur.

— Anselmo, meu pai, é um pouco duro e às vezes intratável, mas quando o conhece

você gosta. Embora, eu não vou mentir, não é fácil de conhecê-lo. – E com um sorriso que toca minha alma, ele continua — adorava a mamãe, apesar de que se divorciaram duas vezes e se casaram três. Ela era a única que conseguia fazê-lo entender as coisas e, mesmo que discutissem, ela não se intimidava com ele, e no final conseguia fazer o inimaginável.


6 comentários:

  1. Pelo que parece o Arthur já sofreu muito na vida...tadinho msm

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  2. Tenho muita pela no irmão da Lua, ele não merece essa vida gente....

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