— Ei... Não teremos problemas por estar aqui? – Eu lhe pergunto.
Arthur sorri e sussurra:
— Relaxa. Está tudo no controle.
Em seguida, abre a porta e entramos em um lugar incrível. Modernismo e
minimalismo em estado puro. Vejo uma cama redonda com lençóis negros e uma
jacuzzi redonda também.
Vemos o que na minha terra é chamado de uma escola de circo.
Com os olhos arregalados, me aproximo da enorme banheira de
hidromassagem e estou espantada ao ver algumas pétalas de rosa vermelha e
branca flutuando na água, e ao lado, um balde com gelo e vinho branco.
— Meu amigo preparou para nós.
Sorrio feliz e aceito a taça de vinho que me oferece. Depois de um
gole, eu me
aproximo de Arthur e o beijo.
Gosto de beijá-lo. Sua boca é macia, doce, maravilhosa.
Degusto seus lábios e deixo-o morder os meus, enquanto a nossa
respiração se acelera. Nós dois sabemos por que estamos aqui e o que queremos.
— Você não quer comer alguma coisa antes?
Declino com minha cabeça, sem tirar minha boca da dele, respondo:
— Com você eu tenho que começar com a sobremesa e depois vamos
levá-la.
Minhas palavras fazem-lhe graça e, sorrindo, depois de tomar o meu
cálice das mãos e deixar em uma mesa, fico-me em seus braços e nosso beijo
apaixonado nos aquece mais. Ergue-me e rodeio sua cintura com minhas pernas.
Quando o desejo de devorar olha para dentro, murmuro olhando a jacuzzi:
— O que acha de experimentar-mos?
Arthur me deixa no chão e vai para sua mochila, retira um CD.
Mostra-me, pisca um olho para mim e eu sorrio. Eu sei que ele vai colocar a
música que ouvimos mil vezes. Till the cops come knockin, do cantor Maxwell.
Ainda me lembro da noite em que dançamos na cobertura do barco, cada
um com um fone de ouvido, enquanto aquela música soou. E me lembro da voz do Arthur
me dizendo:
“Algum dia farei amor com você com esta música”.
Soa os primeiros compassos da melodia enquanto Arthur olha para mim
com luxúria.
Pega o copo de vinho, senta na cama e murmura, surpreendendo-me:
— Seduza-me, coelhinha.
— Quer que eu te seduza? – repito, de pé frente a ele.
Arthur balança a cabeça e com a voz rouca, apontando para um sofá
branco a direita do jacuzzi, diz:
— Dispa-se. Sente lá e seduza-me, aqueça-me.
Suas palavras me levam a cem. A coelhinha entra em ação. Com o olhar
mais de lagartona que tenho, pego novamente o copo de vinho e me encaminho ao
divã. Uma vez lá, dou a volta, eu o olho nos olhos e sorrio. Arthur bebe e
sorri também. Deixo o copo no chão e retiro os sapatos. Incitadora, volto a
olhá-lo e retiro a camisa que tanto ele gostou, ficando somente com minha
minissaia preta e a lingerie. Sem saber o que fazer, deixo me levar pela música
e volto para ele. Peço-lhe:
— Desabotoe o botão da saia.
Arthur o faz e quando a saia cai no chão e ele vai me tocar, eu evito
com um tapa. Ao ver seu cenho franzido, repreendo-o:
— Não... Você me pediu para seduzi-lo e te aquecer.
Eu o vejo sorrindo e virando-me, dou a volta para o sofá movimentando
os quadris. Eu sei que ele olha meu traseiro, então eu abaixo e pego o copo de
vinho lentamente, assim dou uma visão melhor dessa minha parte. Como sou
safada!
Bebo mais um gole da minha bebida e, sem olhá-lo agacho-me novamente
para deixar o copo no chão, expondo mais uma vez minhas nádegas em sua visão.
Eu me viro, vestindo apenas calcinha e sutiã e, sem demora, retiro
essas peças, enquanto movo meus quadris quando danço a dança do ventre. O deixo
ligado. Isso eu não esperava. Uma vez que eu estou nua diante dele, pego o copo
de vinho e sento-me no sofá.
— Eu já fiz duas das quatro coisas que você me pediu. – eu digo — Até
agora, eu me despi e me sentei. Agora vou te seduzir e aquecer-te.
Arthur bebe e noto que sua testa está suando. Estou deixando-o nervoso
e, estou disposta a deixá-lo cardíaco, abro as pernas, descarada, e me acaricio
entre elas, enquanto sorrio diante de seu olhar lascivo.
Por um tempo, minhas mãos deslizam pelo meu corpo. Eu aperto meus
seios, brincando com os meus mamilos, eu abro a minha vagina, chupo um dedo e
me dou prazer.
Arthur não tira o olho do que faço até que pergunto:
— Você se excita comigo me acariciando na sua frente?
— Sim. Sua safadeza me excita.
Eu pressiono encantada e murmuro:
— O que você acha de se aproximar e o fazer por mim?
Por um momento, eu acho que ele vai se levantar e vir para o meu lado,
mas depois de beber o copo de novo, abana a cabeça e murmura com intensidade:
— Aqueça-me mais.
Isso me deixa nervosa. Eu nunca tinha feito algo para alguém, sem
tocá-lo.
Normalmente é entrar com alguém em um lugar e rapidamente meter a mão
e ficar pronto, mas o que me pede Arthur é muito excitante e tento seguir
jogando.
Deixando-me levar de novo pela música, fecho os olhos e tento
seduzi-lo, enquanto eu me toco e aproveito. De repente, eu me lembro da minha taça
de vinho e a pego. Tomo um gole. Eu sorrio. Eu me levanto, sento-me na borda da
banheira e coloco o meu dedo anelar no copo. Eu olho para Arthur e, sem desviar o olhar daqueles grandes olhos
castanhos que me enlouquecem, eu coloco o dedo molhado de vinho no meu clitóris
e me acaricio. Eu me movo.
Hummmm... Que prazer. Eu sorrio. Sinto o olhar fixo e ardente de Arthur
mórbido, erótico, sugestivo, sensual e, incapaz de ficar quieta, eu pergunto:
— Você gostaria de jogar?
Ele encantado com o que eu faço, esboça um sorriso malicioso e diz:
— O que você quiser, caprichosa.
Quando me chama assim, me deixa louca. Sou tola! Prossigo me tocando,
mas Arthur não se move de seu lugar, assim que, disposta a saber mais sobre
ele, pergunto enquanto continuo:
— Você já fez sexo a três?
Ele olha para mim um momento e, em seguida, responde com ansiedade:
— Sim.
Isso não me surpreende em um homem como ele é, em seguida, pergunta
por sua vez:
— E você?
— Sim.
A minha resposta faz com que ele franza o cenho. Vá... Ele é velho.
Ele sim, mas eu não. Isso faz me rir. Eu olho e vejo sua virilha esticada sob o
jeans. Eu sei que esta conversa o deixa tenso, então eu insisto:
— Duas mulheres e você ou um homem, uma mulher e você?
— Ambos.
— E dois homens e você? – provoco.
— Não. – diz, sem rodeios – Eu já disse que eu sou heterossexual.
Concordo e sorrio.
— E no seu caso? – questiona Arthur.
Sem deixar de me tocar descaradamente, respondo:
— Dois homens e eu, outro dia uma mulher, um homem e eu.
Sua expressão é grave. Agora eu não sei se ele está animado ou
chateado. O silêncio nos rodeia e, finalmente, eu pergunto:
— Você tem algum brinquedo sexual aqui?
Ele balança a cabeça e, de pé, pego minha mochila, pego a necessaire e
mostro-lhe o meu brinquedo preferido.
— Apresento-lhe o Lobezno. Ele e eu tivemos alguns bons momentos
juntos, e estou segura que me ajudará a seduzi-lo e aquecê-lo e, em especial,
apagar esse cenho franzido.
Sem sorriso. Segue com o rosto fechado.
Por que os homens reagem muito mal a uma mulher que fala claramente
sobre sexo?
Quando eles vão
perceber que o mundo mudou e evoluiu?
Capítulo 36:
Sei que minha conversa e meu brinquedo o surpreendem como ele me
surpreendeu com a palavra “seduza-me”. Sentando-me novamente sobre a borda da
jacuzzi, desta vez com as pernas fechadas, eu derramo o meu copo de vinho no
meu monte e, em seguida, abro as pernas para que ele possa ver como o vinho
escorre pelo meu sexo. Ele está me comendo pelo olhar. Isso é o que eu quero,
que me coma e que deixe de bobagem.
Quando consigo ter totalmente sua atenção concentrada em mim, decido
ir para o divã e sentar-me, convencida de que sou uma grande estrela do sexo.
Subo os pés para o assento e erguendo o vibrador, olhando Arthur,
murmuro:
— Você quer que eu fale sobre minhas experiências?
— Não.
Esta resposta rápida me faz sorrir. Vê-se que há coisas
intransponíveis para os homens.
Ciente de seus olhos e eu não quero estragar o momento, eu decidi
ignorá-lo. Não falar sobre o que ele não quer ouvir, mas disposto a continuar o
nosso jogo estranho, eu explico:
— Este aparelho não só me aquece... Mas me prepara.
E como eu digo, eu coloquei a ponta do vibrador rosa no umbigo, e sem
deixar de olhar para Arthur, eu estou indo para o centro do meu desejo, molhado
de vinho branco. Uma vez lá, massageando o interior da minha vagina por alguns
minutos, até que eu suba a potência e murmuro:
— No dois, o calor começa a apoderar-se do meu corpo.
Continuo me massageando, enquanto Arthur não pode tirar seus olhos de
mim,
encantada, eu aviso:
— No três, está exatamente no ponto que meu orgasmo começa a se
formar, e me deixa louca. É terrivelmente agradável.
Eu fecho os olhos e me concentro no que eu busco e desejo. Esse calor,
aquele velho amigo, começa como sempre pelos meus pés e, lentamente, sobe aos
joelhos, coxas, fazendo-me morder os lábios.
— No quatro – suspiro — o prazer é imenso, colossal, abrasador. Só se
pode comparar a uma profunda e possessiva penetração.
Meu vibrador vibra e eu já tenho clitóris inchado e latejando como eu
gosto. O prazer que me deixa louca. O calor sobe através do meu estômago e
assim quando chega à garganta, suspiro novamente e murmuro:
— Sim... Ah, sim...
Eu gosto da minha sexualidade, enquanto, com o canto do meu olho, eu
vejo Arthur se levantar e se aproximar. Despe-se. Sua ereção é enorme, mas
quando vai me tocar, eu peço:
— Agora não, por favor... Dê-me um segundo.
Eu não quero que me toque.
O clímax está prestes a chegar e quando o meu corpo fica tenso e eu
grito de êxtase, Arthur se abaixa e me beija, enquanto eu, junto minhas pernas
e tremo de prazer.
Em seus olhos eu vejo a loucura do momento. Tira o vibrador de minhas
mãos, se posiciona sob mim e enquanto minha vagina se contrai com os espasmos
do orgasmo, ele fica entre as minhas pernas e me penetra sem a menor cerimônia.
Ah, sim!
O prazer é imenso, colossal, surpreendente e quando eu olho para Arthur
que fecha os olhos, quando percebe como o interior de minha vagina o suga e o
introduz mais e mais em mim.
Sim!
Mas ele quer mais e, ajoelhando-se no sofá, agarra meus quadris e me
trás ao seu corpo novamente e novamente. Quando me arqueio para dar mais
entrada ao seu pênis e grito, Arthur me morde o lábio inferior e, quando o
solta, murmura:
— Então... Então eu quero ver você desfrutar durante todo o dia de
hoje.
E assim é. Como um deus do Olimpo, ao longo do dia faz-me sua uma e
outra vez. Nós fazemos amor duas vezes na jacuzzi, na cama, no chão, contra a
parede, no chuveiro espaçoso.
Somos insaciáveis, duas feras do sexo, e quando às duas da manhã,
paramos, estamos famintos e sedentos. Arthur chama a recepção e, minutos depois,
nos trazem comida e bebida.
Precisamos recuperar nossa força.
Nós nunca passamos tanto tempo juntos e a curiosidade é imensa.
Enquanto comemos na cama, nos interessamos um pelo outro. Eu pergunto por sua
viagem à Antártida e Arthur me
fala dela até que me diz:
— Diga-me sobre sua vida.
— Eu trabalhava em uma creche. Eu amo crianças. Eu acho que eles são
mágicos e trabalhar com eles é uma maravilha. Mas a crise obrigou os proprietários a cortar pessoal e fui uma das
despedidas. Então eu decidi me dedicar à música e fazer o que eu gostava.
Consegui um emprego como cantora em um hotel de Tenerife até Coral dizer-me do
barco e deixei tudo
para viver esta aventura com ela.
— E a sua família? Como eles estão?
O pensamento deles torna a iluminar minha cara e explico:
— Eles são barulhentos, engraçados e às vezes um pouco loucos. – Arthur
sorri e eu continuo – Minha casa, quer dizer, a casa dos meus pais, é um caos
contínuo. Em apenas setenta e cinco metros quadrados vivemos oito pessoas, dois
cachorros e um pintassilgo. A avó Nira, a mãe de minha mãe, é típica avó sábia
e beijoqueira, ela te beija todos os dias e prepara pratos maravilhosos. A avó
Ankie é a mãe de meu pai, mas, não podemos chamar de avó! Ela quer que a chame
por seu nome. É diferente da avó Nira, Ankie não é sábia ou dá beijos. Ela toca
guitarra em um grupo de rock com umas amigas, se chamam Angevallen, que em espanhol
significa Atacadas.
— Sua avó toca guitarra?
— Guitarra elétrica e você nem imagina o quão bem ela toca. AC/DC do
seu lado são estudantes – digo brincando, e meu menino ri – Então temos meu
pai. Um holandês alto, loiro, branquinho e detalhista. É um trabalhador natural
e adora a todos de uma forma incrível.
Minha mãe e ele tem uma das grandes e famosas lojas de souvenirs de
Tenerife. Minha mãe é uma irlandesa encantadora e divertida. Fala pelos
cotovelos e, se não a parar, te deixa louca. É uma mulher muito família e,
junto com meu pai, cuidam de todos.
» Meus irmãos são outra história. Eles são Garret e Rayco, que são
gêmeos. Garret é um nerd da Guerra nas Estrelas a níveis preocupantes. Só fala com
frases dos filmes, como por exemplo: “Se alguém quiser saber o grande mistério
da força, deve estudar todos os seus aspectos”. – Arthur solta uma gargalhada e
eu prossigo – Rayco é o corajoso da família. Não há mulher na ilha ou turista
que resista a ele. E depois há Argen – suspiro ao pensar nele – Ele é o irmão
mais velho, e o melhor do mundo, me sinto muito ligada a ele. Ele é um grande
lutador e não só porque tomou adiante sua empresa de cerâmica, mas sim porque
desde a infância luta sua própria batalha com a tia Betty, que é como na comunidade
diabética se chama a diabetes. Ele conseguiu levar uma vida completamente
normal, apesar de seu problema.
» E, finalmente, temos a cadela do papai, Pisiosa, uma incansável
comedora de chinelos, meias e tudo o que ela pode pegar; o cachorro de Garret,
Chewbacca, o que nós pensamos que é gay, porque só quer montar sobre os machos;
e um pintassilgo fêmea de minha avó Nira, que se chama Jesusina.«
— Tudo isso em setenta e cinco metros?
Afirmo animada e respondo:
— E isso sem contar os amigos dos meus irmãos ou os meus, que sempre
estão por lá.
O que você acha?
— Incrível. – murmura espantado.
Engraçado, eu vejo sua expressão alucinar e dizer:
— E você? O que você me diz sobre a sua família?
Percebo que a pergunta o incomoda. Depois de uma bebida do copo ao
lado dele, toca a chave que leva em torno de seu pescoço e diz:
— Minha mãe morreu há dois anos. Seu nome era Luisa e era maravilhosa.
Noto seu pesar. Ele falou sobre sua mãe em várias ocasiões e sussurro:
— Sinto muito, Arthur.
— Anselmo, meu pai, é um pouco duro e às vezes intratável, mas quando
o conhece
você gosta. Embora, eu não vou mentir, não é fácil de conhecê-lo. – E
com um sorriso que toca minha alma, ele continua — adorava a mamãe, apesar de
que se divorciaram duas vezes e se casaram três. Ela era a única que conseguia
fazê-lo entender as coisas e, mesmo que discutissem, ela não se intimidava com
ele, e no final conseguia fazer o inimaginável.
Mais!
ResponderExcluirPerfeito posta mais ++++
ResponderExcluirPelo que parece o Arthur já sofreu muito na vida...tadinho msm
ResponderExcluirTadinho do Arthur gente
ResponderExcluirTenho muita pela no irmão da Lua, ele não merece essa vida gente....
ResponderExcluir+++++++++++++++++++++++
ResponderExcluir+++++++++++++++++++
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