Dez dias depois, melhorei, eu não sei se pelos comprimidos que Arthur
me deu ou pelo que me faz sentir em nossos encontros incríveis, está desaparecendo
lentamente e me sinto 100%.
À noite nos procuramos e encontramos em diferentes pontos solitários
do barco, onde fazemos amor como dois animais famintos. Como dois verdadeiros
predadores.
Completamo-nos bem no sexo. Ambos somos audaciosos, atrevidos e
brincalhões. Gostamos de nos deixar levar pelas nossas fantasias. Às vezes,
nossos encontros são doces, e em outras selvagens e cheios de luxuria. Tudo
depende da coelhinha e do lobo. São eles quem mandam em nossa maneira de ver o
sexo.
Em muitas dessas noites, após unir nossos corpos, dançamos a luz da
lua, com um fone para cada um, essa música de Maxwell que Arthur tanto gosta e
que agora se tornou especial para mim. Muito especial. Tanto que percebo a
proteção do meu coração começa a rachar.
Isso me assusta. Eu tento me manter protegida, mas é olhar para ele
enquanto dançamos juntos essa música e me desmancho.
Sua melodia sensual, seu ritmo excitante e a voz do cantor faz com que
nos beijemos e nos movamos em seu ritmo de novo e de novo. Nós somos pura
curiosidade. Pura indulgência. Sabemos que começamos um jogo perigoso em todos
os sentidos e que nenhum dos dois está disposto a desperdiçá-lo.
De repente, todo o meu universo está contido no barco. Aqui eu tenho
um trabalho que eu gosto e o homem que desejo, o que mais posso pedir?
Pensar em Arthur me faz ficar de bom humor. Coral mesmo disse, olhando
para mim com uma cara de sabe-tudo, mas eu nego com a cabeça. Eu não quero
mencionar a palavra "amor". Eu não quero isso. Quero acreditar que
meu negócio com Arthur é sexo. Puro sexo.
Sentir como me observa a noite enquanto canto, é estranho.
E, inconscientemente, eu sei que minhas canções são dirigidas a ele.
Como meus gestos e eu sei, quando estamos sozinhos, ele é todo meu.
Ambos somos intensos e às vezes discutimos.
Descobri que Arthur é ciumento, possessivo, e não gosta que outros
homens sorriam e me elogiem no palco ou fora dele. Isso o incomoda e a mim,
ainda que sua atitude me incomode, pela primeira vez na minha vida me dá um
certo gostinho.
Serei masoquista?
Em nossas conversas noturnas, deixo claro que nada é para sempre e
digo para não se apegar muito. Isso dói. Eu vejo isso em seus olhos. E ainda
que queira dizer algo, se cala. Se cala e trinca os dentes. Mas com o passar
dos dias, as minhas palavras se voltam contra mim, quando eu o vejo falar e rir
com as meninas da cozinha que estão morrendo de vontade de levá-lo para cama.
De repente, sou eu quem fica com raiva, enfurecida e doente só de
pensar que cede aos desejos delas e lhes dá o que eu quero só para mim.
Segundo a segundo, estou ciente de que algo acontece comigo. Eu tento
rejeitar esse sentimento de posse que Arthur me provoca, mas eu não consigo
evitar.
Finalmente, ele percebe. Ele não diz nada, mas sorri e gosta da
situação. Eu o fulmino com o olhar, mas interiormente também sorrio. Meu Deus
como sou complicada!
Hoje à noite, a banda decidiu homenagear o grupo pop sueco Abba. Um
grupo, que apesar dos anos que se passaram, tem uma música que as pessoas amam
e as fazem dançar.
Vestida com um macacão de prata sensual e um chapéu a condizer, canto
junto com minha companheira:
“You are the Dancing Queen,
young and sweet, only seventeen.
Dancing Queen,
feel the beat from the tambourine.
You can dance, you can dance,
having the time of your life...”
Berta e eu nos divertimos enquanto as pessoas dançam e nós cantamos
felizes e contentes. Quando vejo Arthur encostado ao batente de uma porta, meu
coração dispara. Ele me olha com tal desejo que eu não posso ver nada a não ser
ele.
Canto para ele, que sorri, enquanto os homens que estão ao meu lado
direito começam a me elogiar. Vejo que os olha, ouve o que eles dizem e seu
sorriso desaparece.
Que ruim isso!
Mas meu trabalho é entreter, cantar, rir, brincar e dançar com os
passageiros e eu não posso fazer qualquer coisa, e como sempre, ele aceita.
Por vários minutos, eu vejo meu bombom até que ele pisca para mim, se
despede e sai do meu campo de visão.
Uma vez que ele vai, eu tremo. Eu sinto seu vazio e sua falta.
O coração vai a mil por hora, enquanto eu canto e desejo que a atuação
acabe para estar com ele.
Nunca me aconteceu nada igual. Eu nunca me senti tão sozinha quando um
homem não está comigo, ao meu lado, e logo eu percebo uma coisa. Perco o
folego. Engasgo. Acabo de perceber que eu estou totalmente e completamente
apaixonada por Arthur.
Meu Deus, eu estraguei tudo!
Hoje à noite, Coral está de plantão, e quando a primeira parte do show
termina, eu vou a sua busca desesperada. Eu preciso vê-la.
Como sempre sorri quando me vê. Ela pergunta se eu estou com fome e,
ao responder que sim, ela me oferece uma omelete de espinafre. Enquanto falamos
penso na melhor maneira de abordar o que esta acontecendo comigo.
Eu não sei como dizer. Dá-me tanta vergonha! Eu, a antirromântica, a
anti namoro de repente estou totalmente apaixonada por um cara. É incrível!
Falamos de Tomás, do pesadelo que tenho ultimamente e quando acabo de
comer a omelete pergunto.
— Estou bem?
Minha amiga olha para mim e diz:
— Não. Tem verde entre os dentes.
Sem demora, peguei a nécessaire de emergências que Coral e eu temos desde
o começo na cozinha, abro o espelho e olho. Que horror!
Tiro da nécessaire minha escova de dentes e corro para o banheiro.
Quando termino, volto para a cozinha e deixo a nécessaire em seu
lugar.
Sento-me de frente a Coral e observando-a enquanto ela serve uma fatia
de cheesecake e blueberries, solto:
— Eu acho que estou apaixonada.
Ela me olha espantada.
— É uma piada, certo?
— Eu juro.
— Aqui a romântica sempre tem sido eu e, desde já, te digo que não
leva a lugar algum. Pense na validade dos iogurtes. Então, esqueça!
Tomo meu lugar. Suspiro. Na verdade, tem razão. Apaixonar-se é
besteira. O problema é que desta vez eu estou acreditando nessa besteira e o
coração acelera.
— Eu não posso, Coral. Eu acordo e penso nele. Deito-me e penso nele.
Canto e penso nele. Tomo banho e penso nele. – Suspiro – Droga, o que
está acontecendo comigo?
Ela me olha. Ela enfia um pedaço de cheesecake na boca, mastiga,
engole e, quando já acredito que vai gritar como uma louca, responde:
— Você está estragando tudo mesmo, amiga. – E vendo que eu cubro o
rosto com as mãos, acrescenta: – Mas vamos ver, você, a garota mais liberal que
eu conheço, a única com o coração mais blindado que a própria Casa Branca ,
como pode se apaixonar?
— Eu não sei. Eu só sei que quando o vejo, eu tenho palpitações, suor
nas mãos...
— Deus... Deus... Deus... Apaixonada é pouco!
— Totalmente apaixonada. – afirmo da minha própria nuvem de algodão e,
em seguida, murmuro sonhadora: – Me diz coisas lindas. Isso me faz acreditar
que entre duas pessoas pode haver mais do que bom sexo. Com ele horas são
minutos e eu nunca me canso de beija-lo, olha-lo e abraçá-lo...
O que estão a achar???. Melhorou????
Melhorou e mto amore, jah pode postar maiis.
ResponderExcluirE muitooo !!
ResponderExcluirPosta +++++++
Ameeii *-*
Tá otimo
ResponderExcluirTa perfeita , continua ?:)
ResponderExcluirOwm *--* ♥ Lua apaixonou e foi arriada mesmo.
ResponderExcluirEsta linda a web ♡♥♡