Tomás sorri e eu sorrio de volta. Na minha frente eu tenho Arthur, que
é o homem que eu quero, e ao meu lado Tomás, o homem que me quer. Como isso é
injusto!
Por alguns minutos, ele se dedica a me colocar nas nuvens e pelos seus
comentários, dá a entender que existe alguma coisa entre mim e ele. Arthur
ainda não se move. Ele ouve impassível. Eu não sei se ele sente frio ou calor.
Se ele está feliz ou triste. É totalmente sem expressão!
No final, olha para o teto, toca seu cabelo escuro curto e, ignorando
Tomás, diz antes de sair:
— Boa sorte no palco. Vou ouvi-la cantar.
Enquanto olho ele sair, Tomás exclama:
— Que cara estranho!
Suas palavras me chamam a atenção e pergunto:
— Por que?
Agarrando-me pela cintura, ele se aproxima de mim e diz:
— Nós estamos meses juntos no barco e não sei quase nada sobre ele.
De acordo com Fran, que é seu companheiro de manutenção, ele não se
relaciona muito com as pessoas. É um tipo estranho e de poucas palavras.
Eu já sabia.
E se tem algo que eu tenho claro, é que Arthur não é exatamente o “rei
da festa”, e procurando evitar o assunto que Tomás puxa, murmuro:
— Eu tenho que ir. Não quero chegar tarde no meu primeiro dia.
—Então você vai ficar comigo? – Eu vou responder quando ele acrescenta:
— Este vestido combina com você muito bem e não vejo a hora para colocar as
mãos sob ele.
A proposição me excita. Hoje eu estou feliz e sexo seria um bom final
para essa noite. Então eu sorrio e respondo:
— Quando eu terminar de cantar, venha me encontrar!
Tomás acena com olhar lascivo e eu começo a andar, enquanto eu sorrio
e penso: Por que não?
Estamos com uma hora de apresentação e eu estou me divertindo como há
muito tempo não me divertia. Dancei, cantei e ri com os meus novos colegas e
quando tocam as primeiras notas de Cry Me Out, sei que chegou meu momento.
Berta e seu marido saem do palco, as luzes baixam e uma luz direta se concentra
apenas mim.
Com os olhos fechados, cegada pelo foco, começo a cantar:
I got your
emails
you just don't
get females now, do you?
What’s in my
heart,
is not in your
head, anyway.
“Mate, you’re too
late
and you weren't
worth the wait,
now were you?
It's out of my
hands
since you blew
your last chance when you played me.”
Minha voz consegue transmitir o momento íntimo, e ganhando força, continuo:
“You'll have to cry me out,
you'll have to cry me out.
The tears that I fall, mean nothing at all,
it's time to get over yourself.
Baby, you ain’t all that,
baby, there's no way back.
You can keep talking
but baby, I'm walking away.”
Eu
sorrio.
Eu
estou feliz!
Eu
gosto do que faço e tento transmitir o que eu sinto com essa música.
Passageiros
dançam abraçados e eu adoro ver que alguns se beijam enquanto
eu
canto.
Desfruto
da magia que cantar me faz sentir e tento passar a todos que me
escutam.
Agarro o microfone tirando do pedestal movendo-me pelo palco,
enquanto
eu me rendo ao prazer da música.
Desfruto música após música e quando toca Vivir Mi Vida, danço salsa
no palco enquanto canto e as pessoas dançam comigo. Também desfrutam.
Em um dos movimentos e depois de um flash de luz, eu vejo Arthur no
lado da sala, apoiado em uma porta enquanto me escuta. É um segundo. Um
instante. Mas eu o vi.
Pensar que ele veio por mim me deixa feliz e aprecio duplamente a
música enquanto eu e a orquestra nos misturamos perfeitamente ao ritmo da
salsa. Quando termina, o público aplaude e me sinto especial.
Uma hora mais tarde, depois de terminar a apresentação, todos os
companheiros de banda me felicitam. Eles gostaram da minha voz e da maneira que
me movo ao redor do palco e com o público. Eu não sou nenhuma novata. Eles
percebem e agradecem.
Estou animada e depois de receber elogios de todos quando desço do
palco encontro com Tomás. Ele está esperando, e enquanto se aproxima de mim,
ainda aplaudindo, ele diz:
— Incrível, Lua. Inacreditável.
Eu sorrio. Eu não consigo parar de sorrir, mas inconscientemente
buscando olhar para quem eu não deveria.
Tomás não mostra em público confiança mais do que o necessário. Ele
sabe que seria impróprio e murmura:
— No meu quarto eu tenho um balde com um champanhe maravilhoso que eu
peguei na cozinha. Se você me permitir, vou molhar seu corpo com ele e então eu
vou beber.
Suas palavras me excitam-me, me aquecem. Embora não seja ele que eu
pense para beber champanhe em mim, mas Arthur. Mas eu não devo ficar pensando
sobre isso. Então eu sorrio e respondo baixinho:
—
Parece ótimo.
Ele concorda, mas quando começamos a andar, o diretor da orquestra se
aproxima e eu paro. O homem está feliz por ter-me com eles, diz. Naquele
momento, o telefone toca. Uma mensagem.
Sou eu, Tomás. Espero-te na cabine B62.
E vejo que ele começa a andar, enquanto eu ainda estou falando com meu
novo chefe.
Dez minutos mais tarde, volto para o meu caminho, mas antes, decido
sair no convés para tomar um pouco de ar.
Costumo caminhar após o show.
Eu tiro os sapatos, eles estão me matando. Eu ando descalça pelo
convés e chego aonde Arthur, algumas noites antes, fugiu do meu beijo.
Que momento embaraçoso!
De repente, eu ouço:
— Com sede?
Quando me viro, vejo o objeto dos meus mais sombrios desejos aparecer
com dois copos em uma mão e um balde de gelo com uma garrafa dentro na outra.
Tomara que ele também queira molhar o meu corpo com champanhe, eu
penso.
Com um sorriso que me deixa atordoada, se aproxima de mim. Sem saltos,
eu chego até seu queixo. Deixa o balde sobre uma mesa e, sem perguntar, traz
duas espreguiçadeiras. Então pega os sapatos de minha mão, deixa no chão, me
faz sentar, liga o seu iPod e soa uma música maravilhosa.
Eu olho encantada, enquanto ele senta na outra espreguiçadeira e diz:
— Maxwell é um cantor R & B americano e soul norte-americano,
de pai porto-riquenho. – ao ver que eu estou olhando acrescenta sorrindo: —
Você vê, eu continuo pulsando o sangue porto-riquenho – Eu sorrio por minha vez
e ele continua: — Meu irmão mais velho me deu seu primeiro álbum de Maxwell's Urban
Hang Suite depois disso, eu não parei de ouvir. Esse álbum foi lançado
em 96 e no ano seguinte ele gravou um CD ao vivo de suas músicas para
a MTV Unplugged. Minha mãe nos levou e assisti ao show ao vivo. Escutar Maxwell
é relaxante. Sua música e sua voz são sensuais, é maravilhoso.
De repente eu estou com ciúmes desse Maxwell.
Eu com ciúmes?
Ouço atordoada. É claro que o tal Maxwell o encanta mais do que eu.
Arthur fala por um bom tempo nesse músico desconhecido para mim, até
que me olha e sussurra:
— Ouvi-la cantar me deu o mesmo efeito que ele. Isso me relaxa.
Ok, erreiiiiiiii!
Eu não quero relaxá-lo... Eu quero excitá-lo!
Ele me entrega uma das taças e, quando seguro, pergunto:
— Você está tentando me embebedar?
Ele olha para mim sorrindo e balança a cabeça:
— Não.
E com isso, pega uma garrafa do balde igual a que o rançoso me proibiu
de beber dias atrás e acrescenta em tom de brincadeira:
— Água sem gás Elsenham. Baixo teor de sódio e rica em cálcio, ferro e
estrôncio.
Isso me faz rir.
É claro que é um homem detalhista e prestou atenção à minha recusa em
tomar a Champanhe quando me propôs Tomás. Eu olho para o copo em sua mão.
— De onde você tirou essa garrafa? – Eu me pergunto.
— Da loja.
Solto uma gargalhada e cochicho:
— Como nós pegamos do Rançoso, vamos aproveitar!
Arthur sorri. Ele tem um sorriso incrível.
— Você já tinha bebido essa água? – Ele pede.
— Não. – eu digo, enquanto ele enche o meu copo — Eu costumo beber
água da torneira ou, quando muito, o que eu compro no supermercado.
— Saboreie. É requintada.
Vamos lá. Que o homem usa a palavra “requintada”?
Cada vez o vejo mais gay. Oh, Deus, que pena.
Eu faço o que ele pede, e de fato é muito boa!
— Meu pai sempre dizia que a água esclarece ideias, você não acha que
isso é verdade? – Ele diz.
Isso eu preciso, esclarecer! Penso, achando graça.
— Seu pai está absolutamente certo.
A música sensual continua tocando à nossa volta. Arthur encheu os copos
e vendo que eu não digo nada, pergunta:
— Brindemos?
— Com água?
— Sim.
— Somos pobres até na hora de brindar com água – e antes de responder,
acrescento: — Você não sabe que é má sorte?
— Brindar com água traz má sorte?
Acho engraçado e adiciono:
— Agradeço a água, mas não brindarei. Sou muito supersticiosa e tem
coisas que, em minha opinião, nunca se deve fazer e que eu não faço.
Arthur sorri, bebe sua água e pergunta:
— Como o quê?
Eu também bebo um grande gole da minha bebida e, em seguida, deixo o
copo em uma mesa de plástico branco, explico, enquanto retiro o cabelo do meu
rosto:
— Não brindo com água. Eu tenho muito cuidado para não derramar sal na
mesa, o que traz infortúnio. Eu não durmo à luz da lua, porque eles dizem que
se você fizer muitas vezes você pode ficar louco. Eu nunca vi uma noiva antes
da cerimônia para não dar má sorte e, é claro, eu nunca experimento um vestido
de noiva ou a má sorte viria para mim. Trato espelhos com cuidados especiais,
porque se o quebro me traria sete anos de má sorte. Na sexta-feira treze eu
tento não fazer nada importante. Nunca abro um guarda-chuva dentro de casa para
não atrair o mal. Não misturo adornos dourados e prateados com ouro e prata, má
sorte. Nunca deixo a bolsa no chão para que o dinheiro não voe. Nunca
durmo com meias e se acontecer de algum dia ficar viúva, não usarei
preto no funeral.
Arthur se assusta.
Seu rosto é um poema depois que acabei de falar ele, curioso,
pergunta:
— Por que se acontecer de você ficar viúva não usará preto no funeral?
Eu tomo um gole dessa água, que é ótima.
— Como disse a minha avó Nira, viúva que não se veste de preto impede
que o espírito do marido volte para ela, como o meu avô não lhe deu muito boa
vida, ela não se vestiu de preto, e disse que nunca a incomodou.
Portanto, se alguma vez eu me casar, o que eu duvido, porque isso não
vai rolar pra mim... Eu vou fazer isso!
Agora ele esta completamente fora de si e pergunta novamente:
— E por que você não pode dormir com meias?
— Porque só os mortos dormem com elas e se você fizer isso, você
estará gritando para a morte.
Pela sua cara e gesto vejo que não me dá crédito ao que me ouve e,
finalmente, solta uma sonora gargalhada. Eu não sei se devo ou não ficar com
raiva e, em seguida, diz:
— Eu tenho que dizer-lhe, nesse caso, eu sou um real amaldiçoado para
você.
— Por que?
— Porque muitas dessas coisas que você não faz, eu faço.
— Não me diga?
— Sim. Tenho brindado com água com meu pai em mais de uma ocasião. Eu
amo dormir ao ar livre sob a lua e, se a memória não me falha, acho que dormi
mais de uma vez com meias em uma das minhas viagens para a Antártida.
— Você já foi para a Antártida?
— Sim.
Encantada, comento:
— Deve ser uma verdadeira aventura.
Arthur balança a
cabeça, sorri e se levanta. Ele estende a mão e pergunta:
— Dança comigo?
Olho atordoada e ele insiste:
— Vamos, dance comigo esta canção.
Eu lhe dou as mãos como um robô e ele me puxa para cima colando-me com
o seu corpo e sussurra pausadamente perto da minha boca:
— Till the cops come
knockin é minha canção favorita.
Oh! Meu Deus, Este homem vai me deixar louca.
Sem dizer nada, chego perto dele e começo a me mover ao som dessa
lenta e sensual canção enquanto seu perfume me penetra completamente e minha
excitação sobe e sobe para limites que me deixam sem força. Eu gosto e me
excita ser mais baixa que ele. Sim, eu sei que ele é gay, mas ele me faz sentir
aquecida e não posso controlar o que eu sinto.
— Gostou da música? – Ele pergunta.
— Sim. – eu respondo, com um sussurro.
Arthur me aperta mais contra ele, e acrescenta:
Minha mãe sempre disse que quando alguém está feliz, ouve música, mas
quando está triste ou desesperado, entende a letra da canção.
Eu concordo. Sua mãe tinha mais razão do que um santo.
Não me atrevo a retirar meu queixo do seu ombro. Sei que se eu fizer
isso vou querer beijá-lo e não quero que ele me ignore de novo. Mas Arthur me
tenta. Provoca-me. Passa seu nariz pelo meu cabelo, sua boca e me faz
estremecer. Não sei qual é seu jogo, mas eu sei que o meu não vai querer jogar.
Lentamente, abaixa a mão nas minhas costas, mais para no final delas.
Não abusa, não faz nada impróprio, apenas dança comigo e sinto o poder
que ele tem sobre mim.
Quando a música termina, galantemente me convida a voltar a sentar na
espreguiçadeira, e nervosa, sorrio. Eu pego o copo com a água, mas escorrega
da minha mão e parte da água acaba no meu decote. Mais uma vez volto a
rir.
Como sou desajeitada!
— Tem muitas coisas que você não sabe sobre mim, Lua. – Arthur diz de
repente.
Olho para ele enquanto seco o meu decote e não respondo. Não posso.
Ele me observa esperando que eu fale algo e decido ser sincera e
dizer-lhe que sei o seu segredo.
Para que ele pare de agir como um homem viril e pare de me deixar
louca. Então eu deixo o copo sobre a mesa e começo:
— Eu tenho algo para lhe dizer.
— Então diga. – responde, com uma voz que me faz suspirar.
— Sei uma coisa sobre você.
— O que?
— Outra noite eu vi você.
— Ah, é? Onde? – Pergunta, cravando os olhos em mim.
Lá vai!
Nervosa, pelo terreno sombrio que estou me metendo, esclareço, mas sem
não antes respirar fundo:
— Eu quero que você saiba que não julgo ninguém pela sexualidade.
Além disso, tenho ótimos amigos, Luis e Arturo, que são as melhores
pessoas que conheci na minha vida.
Vejo que ele franze o cenho e murmura:
— Não estou entendendo.
Que merda!
Bebo mais um pouco de água. O que será que estou fazendo? Limpo minha
garganta, levanto o queixo e digo bem claro para que todo meu corpo entenda de
uma vez e eu deixe de ficar desconcertada quando o vejo:
— Eu sei o seu segredo.
Sua voz é fria e ele rosna:
— Do que você está falando?
—Vamos, Arthur, não precisa negar. Você me entendeu perfeitamente. – e
chegando mais perto dele, digo: — Tranquilo, por mim ninguém saberá.
Ele fica pálido por um momento e levantando-se, repete:
— Do que você está falando?
Ele nega. Ai, coitado. Que momento difícil estou fazendo ele passar.
Estou com pena, e tentando manter a calma, sussurro:
— Não precisa gritar. Estou dizendo que seu segredo está bem guardado
comigo.
— Mas, você pode me dizer a que segredo está se referindo?
France o cenho... Eu pisco os olhos.
Sorrio... Ele não.
Meu celular apita. Nova mensagem de Tomás.
Não demore. Tenho champanhe te esperando.
Arthur, que está ao meu lado, lê a mensagem e exclama:
— Droga!
Olho sua expressão e está um pouco, depreciativa. Em seguida ele
levanta, caminha até a parte superior onde dá voltas e me olha.
Eu sei que o seu segredo deve incomodá-lo muito, e me aproximando,
repito:
— Escuta, seu segredo está...
— Como você sabia?
— Isso não importa, Arthur.
Ele me segura pelo cotovelo, me puxa para perto dele e fala bem
próximo do meu rosto:
— Ninguém sabe. Se alguém descobrir, saberei que foi você.
Concordo. Claro, que ele quer manter seu segredo bem guardado e
respondo:
— Tranquilo, por mim ninguém saberá que você é gay.
Seus olhos me fulminam, e vejo que ele não gosta dessa palavra. Tentei
não falar, tentei não dizer, mas no final, acabei soltando.
Arthur pisca desconcertado. Mas sua expressão muda depois de alguns
segundos e vejo que ele esboça um leve sorriso quando diz:
— Te agradeço a cumplicidade, Lua.
Ambos sorrimos e ele pergunta:
— Como você sabia?
Dou um passo para trás e minha bunda bate contra a grade.
— Eu estava de serviço na cozinha quando Tony pediu uns sanduíches e
bem... Vi suas roupas no chão, sua identificação sobre a mesinha e ouvi o
barulho do chuveiro. Como ele é gay – Balanço a cabeça – Deduzi que era...
Mas, repito, tranquilo, pode confiar em mim. Durante alguns segundos
nos olhamos nos olhos.
Que olhos ele tem, Meu Deus! Mas é sua boca que me deixa louca! O que
eu não daria para morder aqueles lábios maravilhosos e tentadores.
Não sei o que se passa pela cabeça dele, mas sei o que se passa na
minha: Sexo! Finalmente depois de alguns segundos de tensão que me deixa louca,
ele balança a cabeça e, se aproximando de mim com uma atitude que me faz
suspirar, diz:
— Obrigado.
Envergonhada por sua proximidade, seu cheiro, consigo responder:
— De nada.
O celular apita. Outra mensagem de Tomás.
Te espero ansioso.
Arthur novamente vê a mensagem e pergunta, aproximando-se mais:
— Você vai mesmo para a cama com esse cara?
Sem hesitar, assinto. Além do mais, eu sei o seu segredo. Eu não acho
que ele vá contar o meu.
— Você tem as suas necessidades e as satisfaz ao seu modo, com quem
você acha bom e da sua maneira, assim como eu tenho as minhas. – eu digo, presa
entre a grade e ele.
O corpo de Arthur toca meu e eu posso sentir sua ereção.
Oh, meu Deus... Oh, Deus, será que é por minha causa?
Será que ele está excitado por pensar em Tomás, Tony, Maxwell ou em
mim?
Sem dúvida sou a última opção.
Enfeitiçada pelo seu olhar, pela sua proximidade, seu aroma e pelo
perigo da sua boca tão próxima da minha, sem hesitação, ele me dá um selinho
rápido.
Abro a boca, chocada.
— O que você está fazendo? – Eu pergunto.
Arthur coloca gentilmente as mãos na minha cintura e responde contra a
minha boca:
— Provando seu sabor. Reconheço que você é uma mulher que me atrai...
Bem... Bem... Bem...
O plano A acaba de ser reativado.
Será que ele é gay ou será bissexual?
Ainda me segurando pela cintura, eu sinto que me pressionado contra
ele, e eu estou a ponto de gritar ao notar seu membro latente. Mas sem me
deixar falar ou perguntar qualquer coisa, volta para os meus lábios e dá
pequenas mordidas com autêntico desejo.
Deus existe!
Eu não perca a chance e abro a boca para recebê-lo. Nesse ponto, eu já
não me importo com a sua sexualidade. Só me importo com o momento.
Desfrutá-lo. Vivê-lo. Senti-lo.
Seu beijo é apaixonado...
Ardente...
Seus lábios são todos meus e eu mordo como tinha desejado há tanto
tempo.
Suas mãos começam a voar pelo meu corpo e uma delas encontra a
fenda sexy do meu vestido de paetês. Toca minhas coxas, sobe para a
minha
bunda e aperta.
Oh, sim, meu querido! Não pare.
Disposta a me deixar levar pela luxúria, separo as pernas e observo
como sua mão se move até chegar aonde eu quero que elas estejam. Sem deixar de
me beijar, leva um dedo para cima da minha calcinha e me tocar, por cima dela.
Que excitante!
Um suspiro de prazer sai da minha boca e Arthur olha para mim. Ele
apóia sua testa na minha e sussurra:
— Você gosta?
Assinto. Como dizer não! Então eu falo com todo o descaramento do
mundo:
— Eu gostaria mais se...
— Aproveite o momento. – me corta, enquanto puxa minha calcinha para
o lado e enfia um dedo dentro de mim.
Agarro seus ombros enquanto seu dedo entra e sai de mim, me fazendo
ver estrelas de luxúria.
A música sensual, Arthur e seu dedo dentro de mim me deixam louca.
Busco sua boca e mordo seu lábio inferior como uma loba, aproveito.
Certamente eu o machuco, mas não posso parar. Quando alguns segundos depois
ele me solta e eu solto seus lábios, ele se toca e sussurra:
— Não devemos continuar...
Eu entendo o que ele está dizendo.
Entendo suas limitações em sexo com uma mulher.
Mas eu quero que ele continue e me faça sua.
— Não me deixe assim.
— Eu não devo...
— Continue. – exijo, chateada.
Arthur sorri de lado e sussurra enquanto aproxima seu nariz do meu:
— Você é muito sexy quando está com raiva.
Um rugido sai do meu interior. Ele está jogando comigo?
Eu vejo o que ele pensa. Ele olha para mim, põe a mão no balde e com
um sorriso perigoso, disse puxando-me de volta para ele:
— Caprichosa.
Retorna rapidamente a sua mão úmida e fria para onde estava antes e me
masturba. Facilito o acesso separando coxas.
Ah, sim!
O vento agita meu cabelo e eu o beijo. Eu mordo seus lábios e forço-o
a abrir a boca. Meu coração bate forte e de repente me sinto viva... Muito
viva.
Eu quero tocá-lo. Preciso fazer isso. Levo minha mão para sua virilha
e toco seu membro por cima da calça. Sim... Sim... Sim... Gosto disso! Está
extremamente duro e eu estou morrendo de vontade de tocar a suavidade de sua
pele.
Arthur solta um grunhido viril e, tirando minha mão de onde coloquei,
ordena:
— Segure em meus ombros e me deixe.
— Mas eu quero...
— Me deixe desfrutar de uma mulher. – insiste, para que eu me cale.
Uma mulher. Para ele eu sou apenas isso: uma mulher.
Ele é gay e eu tenho que aceitá-lo!
Mas aqui somos dois, dando-nos prazer, sem realmente chegar ao que eu
desejo. De repente ouço vozes e Arthur me leva para uma lateral, onde o seu
corpo e a escuridão escondem quem somos, enquanto seu dedo na minha vagina e
minha língua em sua boca, não param.
Um calor enorme sobe pelo meu corpo quando eu sinto seu dedo ir para o
meu clitóris e quando ele pressiona, explodo de calor com ele, o meu prazer me
faz desmanchar completamente em seus braços enquanto eu ouço ele dizer no meu
ouvido:
— Caprichosa.
Assinto e sorrio.
Depois de alguns minutos, quando ambos recuperamos a compostura, ele
tira a mão dentre as minhas pernas e eu vejo que ele limpa com um lenço que ele
retira do bolso.
Eu não sei o que dizer.
Eu não sei o que pensar.
O que nós fizemos?
Nossos olhos se encontram. Estou prestes a gritar de satisfação,
quando de repente tudo acaba tão repentinamente como começou, e me olhando,
Arthur diz enquanto me solta:
— Isso não pode acontecer novamente.
Olho para ele espantada e agitada, e declaro:
— Você foi o único que começou. Mas...
Ele olha para mim e, com um movimento seco com a mão, pede que eu me
cale. Estamos a poucos centímetros um do outro e ele comenta:
— Espero que depois do que aconteceu hoje à noite, você não precise
mais de Tomás.
Dá um passo para trás e, com uma expressão que eu não sou capaz de
decifrar, diz antes de sair:
— Boa noite, Lua.
Com os olhos arregalados e o desejo ainda em mim, eu vejo como este
homem incrível que alguns segundos atrás eu beijei e me masturbou com luxúria
vai para longe de mim.
Chocada com o que aconteceu, ergo o queixo, desligo a música do iPod e
caminho pelo convés. Me encontro com Tony e Tito no caminho, sorrindo para mim,
e devolvo os sorrisos. Vou diretamente para o meu camarote.
Depois do que aconteceu, não quero mais encontrar Tomás, porque minha
cabeça está dando voltas. O que eu fiz?
Caminho como em uma nuvem e quando eu chego a minha cabine, ansiosa
para falar com Coral, fico com cara boba ao ver que ela não está. Ela deixou um
bilhete no meu beliche que diz:
— Estarei de volta em uma hora. Descanse, fique bem.
Bem!
Pelo amor de Deus, estou péssima! Muito mal por causa de Arthur.
Meu celular apita novamente. É Tomás. Me espera. Mas eu não quero ir,
e depois de lhe enviar uma mensagem rejeitando sua oferta, eu desligo o
telefone para não me incomodar mais e me deixar em paz.
Eu tiro meu vestido, sapatos e deito em minha cama só de calcinha.
Está quente, ou melhor dizendo, eu estou quente! Olho para o teto
enquanto minha mente revive novamente o que aconteceu. Seu sabor. Seu toque.
Seu ímpeto ao beijar-me. Me salta um gemido quando sinto meus seios nus
arrepiarem.
Estou excitada.
Arthur me deixou louca. Imagine o que poderia ter acontecido entre nós
dois, se ele tivesse me desejado como um homem heterossexual faz, minha pressão
subiria e aceleraria meu selvagem e descompassado coração.
Fantasiar sobre ele me faz morder o lábio, onde eu ainda sinto o seu
sabor, enquanto sinto um enorme desejo de me tocar e brincar.
Eu fecho meus olhos e acaricio meu cabelo imaginando que é ele que
está fazendo. Eu sinto. Eu gosto.
Segundos depois, as minhas mãos, que são as suas, descem pelo meu
pescoço, meus seios, até chegarem aos meus mamilos são duros e excitados.
Eu os aperto. Massageio. Sem abrir os olhos, as mãos vão agora até a
minha barriga, descendo devagar e depois seguem para o interior de minhas coxas
e afasta minhas pernas.
Ah, sim... Sim!
Noto um calor intenso na minha virilha. Ofegante, me toco por cima da
calcinha. A sensação é molhada. Abro os olhos. Eu já não posso mais. Eu me
levanto, tiro minha mala do armário e busco na nécessaire até encontrar meu
vibrador rosa, que eu chamo de Wolverine, em homenagem a Hugh Jackman.
Enquanto eu tiro minha calcinha, murmuro:
— Hoje você vai trabalhar, Wolverine.
Em seguida, ligo o iPod e buscando canção sensual que dancei com
Arthur no deck. Uma vez que a encontro, fecho meus olhos e a luxúria está de
volta para mim. Eu deito na cama e acaricio meu clitóris com a ponta dos dedos
e suspiro, lembrando-me de como ele fez comigo. Movimentos circulares me fazem
suspirar, depois de ligar Wolverine, abro minhas pernas e grito ao colocá-lo
onde Arthur me tocou. Descubro que cada movimento, cada pensamento, cada
suspiro que sai da minha boca é por ele. Por Arthur.
Aumento a vibração e com ela meu prazer, minha alegria, minha loucura.
Sussurro seu nome...
Eu posso ouvi-lo me dizer: "Aproveite o momento.”.
Lembro-me de seu rosto, seus olhos, suas mãos, a dureza entre suas
pernas enquanto fantasio assim, eu me contorço na minha cama e convulsiono de
prazer. O clímax toma o meu corpo mordo meus lábios, enquanto a sensual canção
de Maxwell continua tocando. Recordo de como eu mordi seus lábios e suspiro
ainda mais. O prazer explode em mim e sinto meu desejo encharcando minhas
coxas. Quando deixo Wolverine cair na cama, eu sei que consegui o que queria,
mas ainda desejo Arthur.
Mibnha nossa :O Lua ficou 100% muito louca... Arthur é estranho '-'
ResponderExcluirAdoreiiii
aaaah esse arthur ta d brincadeira so pode hahahahahah quero maaais
ResponderExcluirQuero +++++++++ está web é ótima como peça-me o que quiser!!!
ResponderExcluirLaryssa
Tá demais!
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