Peça-me o que quiser (Adaptada)- Capítulo 89 e 90

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Capítulo 89:

Nesse momento, aparece meu pai com duas cervejas e uma Coca-Cola para mim.


Por algum tempo, nós três conversamos na beira da piscina. Às oito, Fernando me convida para jantar. Vou dizer que não, que não estou a fim, mas meu pai vai logo aceitando por mim. Às nove, já arrumada, saio com Fernando do chalé do meu pai e entro no seu carro.

Ele me leva a um restaurante recém-inaugurado em Jerez e temos um jantar agradável. Fernando é simpático e com ele nunca falta assunto. Quando saímos, vamos a um barzinho tomar algo.

— Lua — ele diz quando eu menos espero —, se eu te chamasse pra passar uns dias comigo no Algarve, você iria?

Quase engasgo. Olho para ele e pergunto:

— Por que essa ideia agora?

Fernando se apoia na mesa e afasta uma mecha de cabelo que cai nos meus olhos.

— Você sabe.

Olho para ele desconcertada. Outra vez a mesma história? E, antes que eu possa dizer algo, chega mais perto e me dá um beijo. Sua língua invade minha boca.

— Seu chefe não é o homem certo pra você.

Stop! Fernando está falando de Arthur?

— Arthur Aguiar não é o homem que você imagina — diz.

— Do que você está falando?

Fernando acaricia os contornos do meu rosto.

— Digamos que ele frequenta ambientes que não são saudáveis pra você.

Sem precisar perguntar de novo, eu sei do que ele está falando. Mas meu sangue ferve quando me dou conta de que Fernando está bisbilhotando minha vida. Por que ultimamente todo mundo me espiona? Eu o encaro, mal-humorada.

— E o que você sabe do meu chefe e esses ambientes?

— Lua, sou policial e pra mim é muito fácil saber certas coisas. Arthur Aguiar é um empresário alemão rico que gosta de estar com muitas mulheres. Circula num ambiente muito seleto e, pelo que descobri, gosta de compartilhar algo mais do que amizade.

Descobrir que Fernando sabe certas coisas sobre Arthur me incomoda, me preocupa.

— Olha, não sei do que você está falando, nem me importa — respondo, incapaz de me acalmar. — Mas o que não entendo é por que você está falando do meu chefe e do que ele faz com a vida pessoal dele.

— Lua, não me importo com seu chefe, mas com você, sim — explica, olhando nos meus olhos. — E não quero que você tome uma decisão errada. Eu te conheço, gosto de você e não quero que ninguém estrague o que é nosso.

— “Nosso”? O que é “nosso”?

— Nosso é o que você e eu temos. Gostamos um do outro há anos e...

— Ai, meu Deeeeeeus.... — murmuro horrorizada.

— Lua, esse homem não...

— Chega! Não quero mais ouvir falar do meu chefe, nem da minha vida particular, entendeu?

Fernando faz que sim e nos envolve num silêncio incômodo.

— Me leva pra casa ou eu vou sozinha. Escolhe! — digo, levantando-me.

Ele também se levanta, esvazia seu copo e tira do bolso as chaves do carro.

— Vamos.

Entramos no carro. Ele dirige e nenhum de nós fala nada. Quando chegamos à porta da casa do meu pai, desliga o motor, olha para mim e sussurra:

— Lua, pensa no que te falei.

E, se virando para mim, me beija. Toma meus lábios com ternura e no início eu correspondo, mas, quando Arthur aparece na minha cabeça, eu me afasto. Abro a porta do carro, desço e, irritada, caminho até a casa do meu pai.



Capítulo 90:



Dois dias depois, Fernando não voltou a aparecer, embora me mande mensagens perguntando como estou e me convidando para almoçar ou jantar. Recuso os convites.


Não quero vê-lo. Saber que ficou espionando minha vida e a de Arthur me deixa furiosa. O que deu nos homens?

No quinto dia, quando acordo, abro um sorriso. Meu quarto continua como sempre.

Papai faz questão de manter tudo igual a antes e, quando o escuto bater na minha porta e entrar em seguida, abro mais um sorriso.

— Bom dia, moreninha.

Adoro esse tom carinhoso e andaluz que ele usa quando fala comigo. Sento na cama e dou bom-dia.

Como sempre, papai me leva o café da manhã na cama e traz o seu também. É um momento nosso, em que colocamos o papo em dia. Algo que os dois gostamos.

— O que você vai fazer hoje?

Tomo um gole do delicioso café antes de responder:

— Marquei com Rocío. Quero conhecer o sobrinho dela.

Meu pai concorda e dá uma mordida na torrada.

— Ele é uma graça. Deram o nome de Pepe, como o avô Pepelu. Você vai ver como é bonitinho. Aliás, Fernando ligou. Queria falar com você e disse que voltaria a ligar mais tarde.

Não gosto de ouvir isso, mas tento não alterar a expressão do meu rosto. Não quero que meu pai tire conclusões erradas. Mas ele não é bobo.

— Você e Fernando brigaram?

— Não.

— Então por que ele não tem vindo aqui como sempre?

Seus olhos me atravessam. Sei que espera que eu diga a verdade.

— Olha, pai. Sejamos sinceros, pois já estamos bem crescidinhos: Fernando quer de mim algo que eu não quero dele. E, apesar de ser um ótimo amigo, nunca haverá nada além disso entre a gente porque hoje em dia eu penso em outra pessoa. Você entende, né, pai?

Meu pai responde que sim. Dá outra mordida na torrada e a engole antes de mudar de assunto.

— Sabe quando sua irmã vem?

— Não me disse nada, pai.

— É que eu telefono e ela tem estado sempre com pressa. Mas dá pra perceber que está feliz. Você sabe o motivo? — Isso me faz sorrir. Se meu pai soubesse...

— Já te disse, pai, não faço a menor ideia! Mas com certeza virão os três passar uns dias contigo. Você sabe que a Luz... se não visita seu vovô, fica arrasada.

Meu pai sorri e suspira.

— Ah, minha Luz...! Que vontade que eu tenho de ver essa menina levada. — Logo olha para mim e acrescenta: — Sobre Fernando, a partir de agora fico de bico calado, mas, filha, você por acaso continua com aquele rapaz com quem te vi na última vez que estive em Madri?

Caio na gargalhada.

— Olha, minha querida — continua, antes que eu possa responder —, sei que na capital todos vocês são muito modernos. Mas, caramba, você não faz ideia do quanto esse cara me desagradou quando vi que ele tinha um brinco na sobrancelha e outro no nariz.

— Pode ficar tranquilo, pai... não é ele que ocupa meus pensamentos.

— Que bom, moreninha. Aquele lá parecia mais burro que uma porta.

Seu comentário me faz soltar uma gargalhada, e meu pai ri comigo. Por um bom tempo, curtimos nosso café da manhã, até que ele olha as horas.

— Tenho que ir à oficina.

— Tá bem, pai. Te vejo à tarde.

— Dá uma passada no circuito. Vou estar por lá.

— No circuito? Pra quê?

Ele sorri e, sem me revelar nada, vai se levantando da cama.

— Passa lá por volta das cinco. Tenho uma surpresinha pra você.

Meu pai e seus segredinhos. Mas rapidamente cai a ficha e eu sei a que ele se refere.

Aceito o convite. Meu pai sai e eu continuo me entupindo de torradas.




Próximo capítulo já tem Arthur :)

14 comentários:

  1. Amo amo amoo essa Webb... Oxentee esse Fernando eh o ôôô..posta maissss!!!

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  2. Aeeee !! Arthur voltando com tudo ;)
    Posta ++++++++
    Ameeii *-*

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  3. Ahhhhh,amei o que a lua fez cm o fernando ,posta mais um hj por favor, amo essa web , e to morta de curiosidade ainda mais agora q no proximo capitulo ja vai ter o arthur de voltaaa ,posta mais hj pffff

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  4. Aaah eu acho que vou matar esse Fernando!!Quem ele pensa que é pra beijar a Lua assim!?Cara sem noção..Posta mais hoje,poor favoor.Quero o Arthur,saudades dele :(

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  5. Oba, estou anciosa para o proximo capítulo

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  6. Fernando num adianta que a mulher ta arriada por Arthur...
    aeeeee \Õ/ volte logo Arthur
    adoreeeiii

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  7. esse Fernando é sem noção

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  8. que homem insistente, ele não cansa de correr atrás de uma mulher que só pensa e quer estar com outro homem? Fernando cê já perdeu essa guerra para o Aguiar

    Ana

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  9. O Arthur vai falar da doença?! Ai que top essa web...

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  10. Aeeeee Arthur ... Vai volta hahahaha ❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤
    Web perfeita .... Posta mais .. Hoje ... Só mais um nao seja ruim ..

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  11. Queria como o Fernando soube do que o Arthur fez e tbm o que eles tem (arthur e lua)

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