Treinando a Mamãe - Capitulo 16

- Eu falei serio quando disse que iria brigar por ela.
- Eu também falei sério, quando pedi para que você não fosse tola.
Aquele sorriso suave dele, estava mexendo muito comigo. Eram Dez da noite e Amy tinha pegado no sono, naquela cama de hotel. Estávamos na varanda daquela suite, e eu tenho a breve impressão de que Arthur queria me embebedar.
- Mas champanhe?
- Sim. - Ergui a taça e ele pôs mais champanhe. Que por sinal estava uma delicia. - Você continua o mesmo.
- E você, está pior do que antes.
- Mas você nunca teve problemas com o meu temperamento forte.
- Tanto é, que fui embora na primeira ocasião. - Gargalhou. Estava debochando de mim? Mudei meu semblante, ficando áspera. Ele logo se preocupou, largou a garrafa de champanhe na mesinha da varanda, e me fitou. - Não quis te deixar sentida.
Assenti, virando todo o champanhe da minha taça.
- Você não foi embora de bom grado.
- A contragosto que não foi. Lua, você simplesmente me colocou para fora, com a sua própria filha.
- Não foi bem assim. - Claro que foi, sua idiota. Não queira argumentar. - Meu inconsciente falava mais do que eu mesmo. - Tá, foi. - abaixei o olhar. Mas ele segurou meu queixo com o polegar e o indicador, me fazendo erguer os olhos.
- Você sempre foi calculista, dona de si, orgulhosa. É Lua, você sempre foi assim, e eu simplesmente te amei.
- Amou? - Minha voz falhou, olhando-o Aquele champanhe já estava tomando o meu cérebro de mim.
- Pois é. - Seu semblante era intenso, invasivo, chamativo. Mas quando ele percebeu que eu poderia estar... Do jeito que estava. Ele simplesmente quebrou o clima e voltou a sorrir, dando um passo á trás. - Hoje só amo a Amy Lee, ela é a garota da minha vida, sou apaixonado por ela... Loucamente.
Larguei a taça na mesinha é virei, vendo aquela vista maravilhosa. As luzes de Ipanema na bela noite de maio. envolvia meus cabelos com uma das mãos, e suspirei fundo antes de tornar a virar.
- Eu era tão criança.
- Não justifica. Eu também era!
- Mas, meu caso é diferente.
- Por que? Por um acaso, você quis fazer a Amy passar pela dor de não ter uma mãe, igual a você?
Ele ia falar da minha mãe? Mas ele não pode fazer isso, ninguém pode isso não! Franzi a testa, e lhe encarei.
- Você não sabe de nada.
- Sei de muita coisa, Lua. - Me olhou nos olhos, galanteador e ao mesmo tempo temperamental.
- Acho, que eu tenho que ir. - Desconversando eu larguei a taça novamente na mesinha e olhei pro meu relógio de pulso. Ele riu ironicamente e eu revirei os olhos.
- Não revira os olhos.
Em épocas passadas, o Arthur me obrigava a não revirar os olhos. Sempre falou que isso lhe excitava, não importa onde estivéssemos. Era constrangedor.
- Jura?
- Não. Vai. Querer. Que. Eu... Hã... Transe com você aqui, vai?
Mordi os lábios sem perceber. Arregalei os olhos e gelei. Era ele mesmo, o mesmo Arthur sagaz de antes. O mesmo encantador, o mesmo dominador, o mesmo apaixonante... Sim, era ele, sem nenhum pudor. Levei o meu olhar em direção ao quarto, fitando Amy dormindo na cama, e voltei a olhá-lo aturdida.
                                                                                                      Continua................