Capítulo 32- SHOCK 2 IN 1‏

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Point Of View Lua Blanco, LA, 2014.

-Lua! Está na hora de ir, -Escutei a voz de Arthur sussurrar em meu ouvido.

-Já?

-Está na hora. Sei que te deixei cansada, mas tem que se acostumar com o novo horário. –Ele adora tirar uma comigo.

-Pois saiba que estou com uma disposição maravilhosa. –Levantei, ficando de pé em sua frente, deixando o cobertor branco escorregar pelo meu corpo e joguei meus braços por cima de seus ombros, o puxando para mim e lhe dando somente um selinho. –Bom dia pra você também.

-Efeito Aguiar. –Fez carinho com suas mãos grandes em minha costa e me beijou com mais vontade. Segurou meu cabelo brutalmente como sempre fazia quando estávamos a sós, mordeu meu lábio superior, puxando-me para ele e envolveu nossas línguas em um ritmo delicioso.

-Preciso tomar banho.

-Você não precisa, apenas quer.

-Não, o cheiro de pós foda no corpo e o cabelo embolado imploram.

-Dessa vez, o cabelo nem ficou tão ruim assim. –Passou os dedos grossos entre os fios da minha franja e depois a colocou para trás de minha orelha. Senti dois dedos seus descerem por minha barriga e acariciarem minha intimidade. –O cheiro de sexo sempre fica, você sabe.

-Vou tomar banho. –Lhe empurrei e caminhei devagar para o banheiro.

-Hoje vou lhe levar.

-Está brincando? –Perguntei desacreditada já que nunca pedia para me levar em um lugar, ou melhor, dessa vez ordenou.

-É raro que eu brinque, Lua.

-É, eu sei. –Bati a porta sem dizer mais nada.

                                                                                *

-Não estou vendo nenhum lugar para estacionar. –Arthur disse ao meu lado e abaixou seu café da Starbucks.

-Ali. –Apontei para o canto direito do estacionamento, havia penúltima vaga vazia na fila.

  Arthur andou devagar com seu carro até lá, mas antes que ele pudesse entrar na vaga, uma BMW se meteu na frente e entrou com tudo na vaga, fazendo um Arthur se tornar puto da vida ao meu lado. Ele suspirou e socou o volante.

-Eu juro que estou tentando fazer tudo certo ao seu lado, Lua, mas parece que o universo conspira contra mim. Eu quero sair desse carro e socar o filho da puta que fez isso, mas você está bem aqui, ao meu lado. –Estremeci com que o ouvi dizer e cobri sua mão com a minha, fazendo meu dedão passear por toda sua extensão.

  Ian saiu do carro preto com o cabelo um tanto rebelde, jaqueta de couro. Mordeu o lábio e deu um sorrisinho sacana na direção de Arthur através do vidro, como se quisesse dizer que saiu por cima. Foi inevitável segurá-lo, pois quando percebi, Arthur já havia batido a porta do carro e ia na direção de Ian.

  Abri a porta do meu lado e fui na direção dos dois.

-Você sabe quem eu sou, viadinho de merda? –Arthur perguntou, segurando a jaqueta de Ian com força, lhe obrigando a encará-lo enquanto o mesmo debochava de sua cara sem tirar o sorrisinho do rosto.

-Um playboy? Achei que Lua gostasse de coisa melhor. –Ele riu sozinho como um doente.

  Ele estava transformado, não era a mesma pessoa que aparentava ser no dia anterior ou omitia ser.

-Tipo você? – Arthur perguntou e riu com sarcasmo. Ian assentiu e quando Arthur iria acertar um soco em sua barriga, lhe empurrei e senti uma ardência em meu quadril direito. Gemi de dor, mas não falei nada. Sei que ele não fez por querer.

-Arthur, pare.

-Eu machuquei você? –Segurou meu rosto e balancei a cabeça negativamente, mas ele havia notado meus olhos marejados. –Porra, Lua. –Me abraçou e massageou o lugar que acertou.

-Rapaz, você para fora daqui, antes que eu ligue para a polícia. –Um segurança da Universidade gritou e Arthur encarou-me e depois Ian que ainda tinha um sorrisinho, mas agora era de satisfação.

-Mais tarde vejo você, tudo bem? –Assenti e ele beijou minha testa.

-Ele é só um colega recente, Arthur. –Ele assentiu e trocou olhar com Ian. Um olhar intenso, forte como se estivesse lendo-o aparentemente.

  Entrou em seu carro, deu ré, fazendo fumaça se espalhar pelo estacionamento e saiu em alta velocidade.

-O que ouve por aqui? –Melanie chegou e olhou para trás, na direção que Arthur havia saído.

-Acho que um Arthur com ciúmes. Não o provoque mais, por favor. –Pedi a Ian e ele me deu as costas sem dizer nenhuma palavra.

                                                                         *

-Adriana Lewis. –A professora que daria aula hoje chamou o nome da aluna, mas a sala permaneceu calada.

-Ela não poderá vir. –Uma loira de cabelos lisos levantou se pronunciando.

-Mas é apenas o seu segundo dia de aula para que falte. –A mulher de lindos fios castanhos balançou a cabeça negativamente e anotou algo em seu diário.

-Ela teve um problema na família. –A aluna respondeu e a professora arqueou a sobrancelha, querendo saber. –Tudo bem, ela perdeu a mãe em um acidente de carro. –Engoliu em seco e vi lágrimas brotarem em seus olhos, mas por segundos não escorreram. A garota esfregou o pulso no rosto e saiu da sala correndo.

  Cláudia a professora, apertou seu nariz que se encontrava vermelho e passou os dedos sobre os olhos, afastando lágrimas dos mesmos.

-Nunca é fácil perder alguém.

-Já perdeu seus pais também? –Christian, um aluno que senta na primeira carteira, perguntou. Já havia percebido que ele possui um instinto meio poeta desde o dia anterior, deveria estar procurando inspiração para um texto ou poema. Errou de faculdade.

-Eu perdi minha filha, mas não para a morte. –Ela respondeu, mexendo na brochura do seu livro e me remexi na cadeira desconfortável, com borboletas no estômago e um sentimento desconhecido quase rasgando meu peito.

-Qual era o nome dela? –Foi inevitável não perguntar. Todos da sala já me olhavam e meu braço estava estendido no ar.

-Também era Lua. –Sorriu serena e abriu seu livro. –Bem, vamos começar.

  Senti as veias do meu coração tentarem se arrebentar dentro do meu peito, minhas mãos tremerem tanto a ponto de não conseguirem segurar a caneta e meu pulmão começar a sentir falta do ar.

-Arthur... –Sussurrei baixinho, precisando da sua presença e apertando meus dedos nas laterais da mesa.

-Lua, está tudo bem? –A moça sentada atrás de mim perguntou, mas eu não conseguia dizer mais nada.

 Tateei dentro da minha bolsa atrás da minha bombinha de ar, mas não a encontrei.

-Cláudia, ela está passando mal. –Gritou e pude ver em uma imagem embaçada, as pessoas da turma me olharem como se eu estivesse morrendo, e as mais próximas da fileira se amontoarem ao meu redor.

-Dêem-me licença. –Emma pediu e encarei os olhos esverdeados profundamente antes de me sentir tonta por completo, e então apaguei, escutando vários zumbidos de preocupação.

                                                           *

  O espaço branco como a areia das praias de LA. O bip dos aparelhos. A mascara de ar em meu rosto. Minha visão não conseguia distinguir tão bem uma coisa da outra. Só conseguia sentir os dedos grandes e de grossura média massageando minha mão com carinho. Olhei para o lado, e Arthur tinha seu rosto deitado sobre minha barriga. Passei minhas unhas por seu cabelo e nuca, trilhando o caminho que sempre fazia com ele. Ele virou seu rosto para mim, e sorriu ao me ver acordada. Não fez nada, apenas continuou na mesma posição, observando-me cuidadosamente e minuciosamente. Seu dedão fez movimentos circulares por minha bochecha e por minha boca entreaberta.

-Você ainda vai me matar preocupação, sabia? –Sorri para ele, mas não falei nada. –Até chegar aqui, tive medo que fosse aquele soco que lhe acertei sem querer pela manhã. Me desculpe, Lua. Você sabe que não era você quem eu gostaria de acertar.

  Murmurei “shhh” e coloquei meu dedo indicador em cima de sua boca para que ele não falasse mais nada.

  Fiz carinho em seus cabelos loiros e alisei sua pele macia mais de duas vezes consecutivas.

-O que aconteceu?

-A sua asma passou para outro nível. –Respondeu e bufou, abaixando a cabeça e suspirando forte.

-Melhor ou pior?

-Pior. Por que, Lua?

-Eu não sei, Arthur.

-Você está tomando os remédios direito? –Seus olhos castanhos intensos foram tão profundos a ponto de quase me invadirem.

-Eu parei. –Falei baixinho e abaixei a cabeça.

-Está querendo morrer? –Exaltou-se e segurou meu rosto, pressionando dois dedos de cada mão nas minhas bochechas.

-O meu ginecologista passou um anticoncepcional que não posso tomar qualquer outro remédio, senão pode atrapalhar no efeito e posso acabar engravidando.

-E por que não disse a ele que tem asma, Lua? E que precisa dos remédios?

-Desculpe, Arthur. Eu pensei que já estava melhor, só que quando vi ela...

-Ela quem? –Me interrompeu.

- Cláudia está aí?

-A professora? –Perguntou com as sobrancelhas arqueadas.

-Sim.

-Foi ela quem lhe acompanhou na ambulância.

-Ela ainda está aí?

-Está. Quer falar com você depois.

-Você não tem noção do que é? –Perguntei e ele balançou a cabeça negativamente.

-Por que dessa preocupação em ela estar aqui?

-É a minha mãe, Arthur. –Seu rosto perdeu a cor e sua mão parou de fazer carinho em meu rosto imediatamente.

  Havíamos conversado poucas vezes sobre nossas famílias. Ele sabia mais coisas sobre a minha do que eu sabia da dele. E Arthur já estava alertado de que fui obrigada a me afastar dela por ódio de Thomas.

-Você tem certeza do que está falando?

-O nome dela é Emma, teve uma filha chamada Lua, e eu sinto como se já conhecesse seus traços há muito tempo. Aos meus olhos, eles não são desconhecidos. Tudo aponta para ela. E ela está em um bom trabalho, mas por que será nunca me procurou, Justin?

-Ela deve ter lhe procurado tarde demais, quando já era minha e não tinha como encontrá-la. Uma mãe com caráter jamais abandonaria seu filho. E você passará a usar uma nova bombinha de ar para a asma mais forte.

7 comentários:

  1. Perfeito
    Posta mais, pq a web tá show
    Xx MilaMozart

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  2. Cada dia mais perfect essa web .amuuh pq amo. Xx. Adaline

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  3. Que tudoo *O* Lua encontrou a mamiles dela.

    adoro por demais sa conta :D

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  4. Adorandooo de maisss.... Cada vez melhor os capítulos são perfeitos!! Anciosa pelo próximo!!

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  5. Web perfeitaaaaaaaa!!!! E quando lua vai tirar sophia da boate ??

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