Capítulo 30- Looks are deceiving

Point Of View Lua Blanco, LA, 2014.

-Está pronta para o primeiro dia na faculdade? –Arthur perguntou, sussurrando com sua voz rouca no pé da minha orelha, deixando toda minha pele quente da nuca arrepiada.

-Muito ansiosa. –Fiz carinho em seu maxilar e depois passei para suas sobrancelhas, as penteando.

-Não quero que você saia daqui. –Me puxou para ele, beijou minha testa e ficou por cima de mim.

-Eu não queria que você saísse da mansão tantas vezes. –Rebati e arranhei minhas unhas ao longo do seu peitoral quente e nu.

-É diferente. –Neguei com a cabeça.

-Os dois saem a trabalho, mas o meu vai existir, já o seu é...

-Você não quer estragar o momento, não é?

-Não. –O puxei para mim e beijei seu pescoço, sentindo seu corpo deitar-se sobre o meu. A barba rala dele arranhou meu busto, e fechei minhas pernas ao redor da sua barriga, que por acaso estava definida por causa do box que Arthur vinha praticando, podia sentir todos os quadradinhos rígidos. Sua mão livre segurou-me pelo cabelo enquanto a outra apertava minha cintura, e a essa altura minha respiração já falhava. A pegada desse homem é coisa de outro mundo. –Eu preciso tomar banho para ir. –Sussurrei impossibilitada de falar muito.

-Só mais um pouquinho. –Respondeu abafado com seu nariz passeando de leve por meu pescoço e passando para o meio dos meus seios, e logo transmitiu um chupão para a região, me fazendo arquear as costas.

-Você tem que me dar um descanso. –Ele riu baixinho e me deu um selinho.

-Você me deixou duro. –Reclamou.

-Você se deixou duro. Não sei se você lembra, mas não foi eu quem atiçou. –Arthur revirou os olhos. –Água gelada pode resolver seu problema. Vem, vamos tomar banho.

(...)

  Terminei de calçar minha bota marrom, prendi o cabelo em um rabo de cavalo alto e passei batom vinho fosco. Pensei em me despedir de Arthur antes de ir, mas ele não gosta que o atrapalhem quando está sozinho no escritório e já estava irritado comigo por tê-lo deixado na vontade, então passei direto pela porta de sua sala.

  A Universidade estava movimentada, mas isso não me impediu de reconhecer os cabelos loiros de Melanie. Com um pouco de receio de me aproximar por ela estar conversando com um rapaz de costas para mim, andei devagar até eles para ver se dava tempo de a conversa terminar, mas não deu. Ela me viu e acenou. Acompanhando seu olhar, o rapaz que a acompanhava era Chay, e tanto eu quanto ele arregalamos os olhos. Mil e uma perguntas vieram em minha cabeça e todas elas não possuíam respostas.

1. O que ele estava fazendo dentro desse lugar?

2. Por que diabos ele acordou cedo? Ele nunca acorda cedo.

3. Como ele e Melanie se conheceram?

-Lua que bom que me encontrou! –Ela me cumprimentou com dois beijos na bochecha. –Esse aqui é o Chay, um amigo e essa aqui é a Lua, minha melhor amiga. Ah não, vocês se conhecem... –O momento tenso permaneceu por uns 15s, até ele apertar minha mão.

-Chay! Irá fazer alguma faculdade por aqui? –Perguntei sendo irônica e ele coçou a nuca.

-Não, só vim fazer uma visita no espaço e a Melanie está me dando uma ajuda. Estou pensando em fazer advocacia. –Respondeu mais irônico ainda e tive de morder o lábio para segurar a gargalhada.

-É uma boa área. Só não pode inventar mentiras para defender os marginais.

-Com certeza. Bom, eu estou indo. Boa aula para vocês.

  Acenei, já Melanie se despediu com um selinho, deixando minha boca formada em um enorme “O”.

-O que foi isso? Você lembra que foi ele quem me achou no pub quando nos encontramos, não é?

-É uma longa história... –Revirando os olhos, ela sorriu.

-Então quer dizer que tem história? –Perguntei, ficando ainda mais impressionada.

-Quer dizer, não é longa.

-Pode começar a contar tudo.

-Vamos a lanchonete.

  Sentamos em uma mesa de canto, mas ainda assim várias pessoas nos olhavam, fazendo burburinhos de que eu era nova, e claro que não podia faltar os comentários maliciosos dos rapazes, mas um que me chamou atenção era de cabelos incrivelmente negros, barba e músculos saltados. Ele se encontrava sentado na mesa do outro lado do pátio, e isolado também. Percebi que vinha nos observando desde que chegamos e não desgrudava os olhos, enquanto falava com alguém no telefone.

-Você o conhece? –Perguntei a Melanie, e fiz um gesto na direção dele, que no momento estava distraído.

-Não me parece familiar, deve ser aluno novo. Você não o viu na sala em que fez a prova?

  Lembrei de um moreno que usava casaco preto de capuz, mas não recordei se realmente era ele.

-Não lembro.

-Gostou dele?

-Não posso gostar de ninguém. –Sorri, olhando para ela e coloquei meu canudo na lata do suco.

-Hum... Então está apaixonada pelo Sr. Aguiar/Marrento/Comedor/Dono do mundo? –Ri dos nomes que deu a ele.

-Eu nunca amei um cara como estou aprendendo a amá-lo. Agora me conte sobre você e Chay...

-Bem, eu o conheci de verdade em uma boate...

-Imaginei.

-Posso terminar?

(...)

 Melanie havia ido para uma sala diferente da minha, então não tinha ninguém para me distrair, sendo obrigada a ouvir sussurros sobre mim por cada corredor que passava. Pareciam bichos isolados em florestas, nunca tinham visto pessoas novas.

    Sentei na ultima cadeira de uma das fileiras de canto, e logo o cara do pátio entrou e acomodou-se em uma das carteiras de fundo, mas não na mesma fileira que a minha. Depois que todos sentaram-se em seus devidos lugares, o professor entrou em sala.

-Bom dia, turma. –Escutei “Bom dia” em uníssomo, mas não o fiz. –Acabamos de sair de um período de provas, então consequentemente temos alunos novos, e irei pedir agora que todos se apresentem. Vou começar com essa fileira. –Apontou para a minha.

  Uma garota de cabelos castanhos encaracolados levantou e se apresentou: -Meu nome é Anne Ray. –Olhou para a turma, completamente corada e aquietou-se novamente.

  Quando chegou em mim, levantei um tanto nervosa, porém não deixei que minha voz falhasse: -Sou Lua Blanco. –Escutei um assobio, mas não consegui acompanha-lo para saber quem o fez.

  Depois que os alunos novos se apresentaram, a turma ficou agitada, fazendo comentários sobre o outro.

-Silêncio! Irei dar um trabalho em dupla para testar o conhecimento de todos, e isso inclui os alunos antigos.

  O moreno misterioso trocou algumas palavras com o professor quando formava as duplas, e então o mesmo me pediu para que sentasse com ele.

-Você não se apresentou. –Murmurei quando unimos nossas carteiras.

-Ah desculpe, me chamo Ian.

-Não lembro de ter lhe visto na sala em que fiz a prova. –Ele pareceu pensar um pouco, sem demonstrar nervosismo.

-Eu já estudava aqui, só mudei de área.

-Fazia o que?

-Engenharia.

-Ouvi dizer que é muito bom.

-Não pra quem não sabe lidar com números. –Ri baixinho.

(...)

-Irei passar na Royal. –Falei para Melanie quando íamos para o estacionamento.

-Pra que? –Me olhou com suas sobrancelhas finas arqueadas, dando destaque aos olhos azuis.

-Digamos que eles vão ganhar uma aluna maravilhosa de volta.

-Você está zoando? –Ela gritou, começando a surtar e com um sorriso quase rasgando os cantos dos lábios.

-Por que estaria? –Arqueei a sobrancelha como ela.

-Ah meu Deus, Lua. –Me abraçou, sacudindo nossos corpos com seu entusiasmo. –O Aguiar é o melhor gangster de todos os tempos, porra! –Fui obrigada a tapar sua boca e agradeci mentalmente por o estacionamento estar vazio.

-Desculpe. –Riu corada. –Mas você terá que enfrentar uma parte ruim nessa volta.

-Qual?

-A administradora Katy morreu de overdose.

-A Katy?!

-Sim, a Katy que era uma bailarina maravilhosa que se dava bem com todos.

-Ela não tinha cara de viciada.

-Mas agora sabemos que não era magra só por causa do ballet.

-Qual é parte ruim?  

-A nova administradora que veio de outro País e tem muita experiência, venceu milhares de concursos, criou termos na Royal, e o aluno que entra poderá treinar lá por 3 meses e depois terá que fazer um teste para saber se pode permanecer, porque segundo ela a academia é só para os melhores.

-Como ela conseguiu crescer ali dentro sem ao menos ter feito uma aula?

-Suborno, talvez?

-Pode ser, mas acha que serei aceita?

-Pelo amor de Deus, Lua, você sempre foi boa, mas admito que ela é bem rígida, apesar de ter cara de boazinha.

-As aparências enganam. E ela não pode dizer que não boa o suficiente para fazer o que gosto.

-Boa garota.

A Alice me enviou outro Capítulo.

Essa web é muito boa. Pena ela postar pouco :/