"É estranho. Mas é do nosso jeito" - 54º Capítulo

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P.O.V.'s Lua Blanco


   A minha mãe ficou tão chocada quanto eu. Disse aquilo sem pensar.

- Minha filha mas… você não é feliz comigo? Será que não chega mudar de colégio ou… não sei… você tem mesmo de ir com ele? Para longe de mim? – minha mãe tinha os olhos marejados
- Mãe… é claro que eu sou feliz com você. Apesar de não estarmos muito tempo juntas – fiz bico e segurei as mãos dela – Apesar de tudo, você é a minha mãe. Mas eu quero só desaparecer daqui por uns tempos para esquecer o Arthur
- Eu acho que é melhor vocês conversarem. Eu não sei ao certo o que aconteceu, mas não deve ter sido tão grave assim
- É claro que foi… só não te conto porque, apesar de tudo, não quero que você mate ele.
- Mas você tem mesmo a certeza que isso aconteceu?
- É… eles estavam todos falando hoje
- Eles?
- Sim… algumas pessoas da turma
- E elas têm a certeza? Eu acho melhor você realmente falar com ele porque você pode estar sendo tolinha.
- Mãe, eu não quero. Além disso, ele me tratou muito mal ontem.
- Às vezes, quando estamos de cabeça cheia…
- MÃE, ME POUPE! – gritei sem paciência algum de ouvir conselhos – Eu quero ir embora. Você me leva ou não?
- Levo… eu vou falar com o diretor. Arruma as suas coisas. – ela suspirou e esboçou um sorriso.

   Peguei todas as minhas roupas e joguei para dentro de uma mochila. Peguei os meus auriculares e o meu livro de leitura para também levar. Ao colocá-lo na mochila, uma ponta de uma folha branca ficou à mostra e quando fui puxá-la para ver, dei de conta que era o rascunho que Arthur tinha feito de mim. Ele desenha tão bem. Os contornos e os detalhes do meu rosto estavam tal e qual. Pensei em rasgar o papel, mas iria ser infantil essa minha ação. 
   Antes de sair, deixei apenas um bilhete à Bela, dizendo que me ia embora e que provavelmente só voltava na próxima semana.


Sexta-feira, 20h32, Mansão dos Blanco.

   A minha estava dando mais um jantar de convívio com as amigas. Como sempre, eu estava grudada ao meu celular aproveitando o wi-fi e dando uma atualização às minhas redes sociais. Postei fotos do jantar, do sorvete delicioso que tinha comido no dia anterior e postei também uns certos desabafos no twitter.
   Estes dias, longe do colégio, têm me feito muito bem. Tenho falado com Bela e sei de tudo o que tem acontecido. Pedi a Bela que me contasse tudo, menos detalhes de Frederica e Arthur. Eu não queria saber se eles estavam juntos ou não. Tanto me faz. Arthur é passado. 
   Durante aquele aborrecimento todo, recebi uma mensagem de Bela.

“Arthur diz que não aguenta mais a tua ausência e vai à tua casa ainda hoje!”

   Meu coração disparou. Quis falar com a minha mãe o mais rápido possível mas estava difícil porque ela estava às risadas com as amigas na sala. Então decidi ir para o meu quarto e tentar dormir.
   Foi uma falta de educação enorme ter me retirado da sala sem me ter despedido, mas é um caso de vida ou de morte. 
   Me deitei debaixo das cobertas mesmo com a roupa, “exclusiva para jantares”, mesmo. Queria dormir o mais rápido possível. Apaguei todas as luzes do meu quarto, fechei a janela e os cortinados e fechei os olhos com toda a força possível.
   Uns dois minutos depois, provavelmente, me voltei para o lado esquerdo, “dando de caras” com a parede do meu quarto. Nela tenho alguns quadros de fotos minhas antigas. Mais dois minutos se passaram e nada de eu conseguir dormir. Me virei para o lado da mesinha de cabeceira e acendi a luz para ver que horas eram. O meu celular estava mesmo ao lado de uma foto minha e de Arthur. Foi tirada no quarto dele, após acordarmos. Apesar do meu rosto não estar totalmente bonito, eu decidi revelar aquela foto porque aquela foto mostra um dos grandes momentos com Arthur. 

   Começou a chover. Bem que a minha mãe disse, pois o céu estava carregado de nuvens. Passava já pouco das 23:30 quando as amigas da minha mãe foram embora. 
   Duas batidas na porta do meu quarto identificaram a minha mãe. Só ela batia daquele jeito. 

- Que falta de respeito Lua Blanco. Desde quando você saí daquele jeito?
- Mãe, é que…
- Eu nem quero saber! – ela começou a rir do nada e se deitou na beira da minha cama – Correu bem, né? – ela perguntou
- É, correu – sorri por vê-la tão feliz.

   Bastou eu responder à minha mãe para a campainha tocar. 

- Eu vou lá.
- Não mãe. – saltei na cama - Tá tarde… não vai, por favor. 
- Tira imediatamente essa roupa. Eu não dei tanto dinheiro por ela, para agora você fazê-la de pijama. E eu vou ver sim quem é. Pode ser uma das minhas amigas, que se tenha esquecido de alguma coisa… - minha mãe saiu do quarto. Talvez ela tenha razão. 

   Rezei para que realmente fosse uma amiga da minha mãe. 

- Lua! – minha mãe me chamou – Lua, vem cá.
- Puta que pariu! – sussurrei. Troquei de roupa rapidamente e fui para baixo. – Arthur? – meu coração gelou ao vê-lo ali, todo molhado devido à chuva. 
- Boa noite… - ele sorriu sem graça. Não adiantava nada, agora, ele se fazer de bem educado – Será que podemos conversar agora?
- Agora? Está meio tarde.
- Eu sei. Mas eu não consegui vir antes…
- Sempre tinha o celular
- Não era a mesma coisa! – respondi sempre de braços cruzados
- Eu vou vos deixar a sós, acho realmente que precisam de conversar. Arthur, realmente é tarde e não se demore, tá? – ela sorriu e foi embora. 
- Espero mesmo que valha a pena você ter vindo aqui. 
- Eu sei que vai valer… a gente não se fala à tanto tempo. Você está linda. – ele sorriu e deu um passo na minha direção.
- Não me venha com elogios – eu fui em direção ao sofá, ainda de braços cruzados porque estava mesmo chateada com ele – Você nem devia estar aqui. Sabe que horas são?
- Sabe o que eu corri por sua causa?
- Agora a culpa é minha? – íamos começar outra discussão.
- Não, claro que não. por favor, me escuta. – ele andou até mim
- Fala. Você tem cinco minutos.
- É que eu nem sei por onde começar.
- Eu falei com a Bela. Ela me contou aquelas coisas e eu realmente fui um idiota. Ou melhor, eu sou um idiota
- É mesmo. Não duvide.
- Mas sou o seu idiota
- Se você diz mais dessas frases lamechas eu te coloco pra fora de casa.
- Desculpa. 
- De novo?
- Eu fui um babaca ao te ter tratado mal no museu. Sei que fervo em pouca água e cometo erros sem pensar duas vezes antes. Mas pow, o Caio foi o único que nos viu e o meu pai descobriu e… parecia ter sido ele. Você sabe como eu sou.
- Mas não foi ele. Eu falei com ele.
- Mas você também adora defender ele por tudo e isso me deixou com ciúmes, louco da vida.
- Quando você for assim, você fala comigo. Mas é falar. Não é gritar ou empurrar, como você fez.
- Eu sei, me desculpa. E tem mais… eu não dormi com a Frederica, como estão por aí a dizer. Eu não te traí.
- Eu confesso que quis acreditar em você, mas eu não consegui. Eu pensei mesmo que você me tinha traído.
- Mas você não confia em mim?
- Eu confio… mas às vezes rola insegurança.
- Eu briguei com o meu pai forte e feio. Ele partiu todos os meus quadros. Ele me chamou de ignorante, idiota e que provavelmente eu não ia ter futuro nenhum. Ele disse coisas horríveis. Eu também estava chateado com você e nem quis saber de ti… eu liguei para Frederica e pedi para a gente se encontrar. Eu já tinha bebido em casa, mas a gente saiu e bebeu ainda mais. Acabamos dormindo na minha casa. Mas eu dormi no meu quarto e ela ficou num de hospedes, pode perguntar a quem quiser.
- Se você estava com problemas devia me ter ligado e não a ela. Você sabe o quanto eu odeio ela.
- Eu sei, eu sei. Mas eu estava irritado… eu estava com ciúmes.
- A nossa relação não tem pés nem cabeça. É tão estranha. A gente briga mais do que está junto. São raros os momentos de carinho entre a gente. eu não sei se estou preparada para levar isto para a frente. 
- Você… você quer terminar? – os olhos dele marejaram. Ao ver tal cena, meu coração apertou e senti um aperto na minha garganta que quando me levou a voz.
- Eu… eu não quero terminar. Eu te amo tanto…
- Eu também te amo… - ele deu um passo na minha direção e segurou a ponta dos meus dedos. As lágrimas escorreram pelo rosto dele. – Eu sei que a nossa relação é estranha. Mas é do nosso jeito. É como nós somos. Se a nossa relação fosse como todas as horas, talvez não ia ter tanta graça
- Quer dizer que vamos viver sempre assim?
- Sim. Sempre discutindo e fazendo as pazes de volta.  
- Mas eu não quero discutir.
- Mas uma relação é feita disso. É feita de discussões mas também é feita de abraços, sorrisos, amor, beijos… - Arthur olhou diretamente nos meus olhos e quase soluçou – Por favor, não termina comigo. Eu não vou conseguir me virar sozinho sem você. Eu não vou conseguir. – ele me abraçou forte, colocando as mãos de volta do meu tronco e pousando a cabeça no meu ombro. 

Adorando a confusão dos vossos comentários. Começo a rir muito quando leio. 

10 comentários:

  1. Arthur chorando 😍😍😱
    Posta +++++++++
    Ameeii *-*

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  2. Posta ++++++++++++++++
    Estou amando ♥♡♥♡♥♡♥♡♥♡♥♡♥♡♥♡♥♡♥

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  3. O Arthur é um fofo!! A luh não vai ter coragem de terminar com ele, o amor deles é maior...Quantos capitulos mais terão cris?? Ansiosa pro proximo capitulo posta maaais!! Amando!! ♥♡♥
    By: Rafa

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  4. Ai que lindinhos, casal perfeito ♥♥♥

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  5. Que lindo cara!!Arthur chorando meu deus!!!
    Ansiosa para o próximo capítulo posta maiis.
    Tô amando a web tá muito perfeita.♥♡♥♡

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  6. Ahhhhh tadinhooooo.. Posta maisss!!!

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  7. Que capítulo perfeito *-* eles podiam dormir juntinhos

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  8. Coisa mais linda que já vi
    Merece uma cena bem fofa e eles se amando

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  9. Annw que capitulo perfeito meu deus :o *---*

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