"É estranho. Mas é do nosso jeito" - 41º capítulo

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P.O.V.'s Lua Blanco

- Desculpe, mas você não pode falar assim com ele – me intrometi
- Além de má influência, julga que pode se meter na vida dos outros assim? – Carlos deu dois passos na minha direção.
- Eu não sou má influência. Graças a mim, Arthur tem sido capaz de lidar com muita coisa, como por exemplo o senhor, que só o deita a baixo com comentários desapropriados. E outra, a vida é dele e ele é que sabe o que realmente quer ser realmente.
- Que delinquente. Saía da minha casa.
- Eu saio. Mas fique sabendo que uma coisa é o que realmente acontece e outra coisa é o que os outros dizem por aí. – peguei a minha bolsa – Outra. Arthur só saiu do colégio por minha causa. Como ele disse, a gente já tinha estudado tudo. Com licença e bom final de semana! – agarrei Arthur pelo seu pescoço, com as duas mãos, e lhe espetei um beijo. Depois, saí pisando forte diante de Carlos.
- Espera por mim. – disse Arthur. Sua voz estava trémula. Saí do quarto e esperei no corredor
- É com esse tipo de gente que você se dá? – perguntou Carlos.
- É com esse tipo de gente que eu me dou bem. É esse tipo de gente que me entende e me ama de verdade. Você não me ama de verdade
- Você é meu filho! – ele gritou – Eu quero o seu bem. não é com esse tipo de gente que você chegará a algum lado, muito menos com esses seus míseros rabiscos.
- São quadros. É arte.
- Arte? De que vale isso hoje em dia?
- Quer saber? Eu vou pró colégio. Acho que é lá mesmo que eu estou bem! – Arthur ignorou o pai e saiu do quarto. Passou por mim pisando forte também, indo em direção à escada. Saímos da casa dele. Ouvi a sua mãe gritar o nome dele, mas ele pouco se importou.

   Pegamos outro táxi. Fomos para o colégio e até lá num infinito silêncio. Eu estava ficando até incomodada.    Queria dizer alguma coisa a ele, mas não sabia como é que ele se sentia neste momento. Não sei se o que Arthur disse ao pai foi o suficiente para ele descarregar todas as más energias.
   Entramos no colégio. À porta estava Caio com o violão e um monte de garotas ao redor. Por admirar, Frederica não estava.

- Eis quem eu precisava. – Caio se levantou com o violão na mão – Gata, vem cantar comigo.
- Desculpa Caio, mas hoje não dá mesmo
- Está tudo bem? – ele ficou à frente de nós. Arthur expirou bem fundo e foi embora.
- Nem está. – esbocei um sorriso esforçado e fui atrás de Arthur.

   Ao ir para o quarto do Arthur, a minha mãe me liga. Atendo bem rápido, pois já era a terceira chamada que ela me fazia em menos de 10 minutos.

- Alô mãe? Agora não é o momento indicado para a gente falar.
- É sim! – notei a voz dela bem mais resmungona – Que história é essa de você ir para a casa da sua amiga, fica no quarto da irmã dela, com o seu namorado? Lua, o que é que falamos, minha filha? Esse passo tem de ser dado com juízo e não é na casa de um desconhecido que vai acontecer, não é?
- Que droga mãe. Não aconteceu nada. A gente só estava namorando
- Se você continuar assim, o seu pai vai ter uma conversa séria com você
- Ele não tem de saber de nada e você não vai contar. É a minha vida! – gritei – Droga mãe.
- Esta conversa não termina aqui. – dito isso, desligou a chamada.

   Quando me aprontava para entrar no quarto de Arthur, o diretor chega.

- Ah! – disse ele bem alto – Eu sabia!
- Sabia do quê? Que eu vou entrar no quarto dele para lhe entregar o celular? – perguntei, mostrando o meu celular na mão
- Imediatamente para o seu quarto. E olhe que eu vou ficar atento. – ordenou
- Que droga! – gritei mais uma vez.



   Aquela noite tinha sido um fiasco. Eu precisava de um novo dia para mandar embora as más energias. Esse dia chegou. Segunda-feira, 10 de Março. Iríamos para o laboratório, onde uma turma de física iria fazer diversas demonstrações de órgãos, experiências e mágicas, digamos assim. Coisas para além do possível.
   Para começar, mesmo uns 20 minutos depois de tomarmos o café da manhã, analisamos um coração de porco. Segundo os cientistas, o porco tem os órgãos muito parecidos com os nossos. Abriram o coração e explicaram tudo o que lá tinha. Eu, de todas as garotas, parecia a mais interessada no assunto.
   Depois foi a vez de fazer experiências com fogo e para terminar, assistimos a um vídeo chato. Aproveitei o escurinho da sala para roubar uns beijos ao Arthur.

- Como você está?
- Bem.
- Tem a certeza? Ontem eu queria falar com você, mas aquele filho da mãe me apanhou no corredor.
- Eu estou bem.
- Mesmo?
- Mesmo. – ele esboçou um sorriso forçado. O abracei e passamos o resto da “aula” assim.

   No intervalo, fomos para a sala onde íamos ter aula depois. Era um dos únicos sítios calmos no colégio. Como era segunda-feira, muita gente vinha de casa muito agitada. Novidades e histórias fascinantes para contar.

- Ontem a minha mãe brigou comigo de nome. Pelos vistos, os pais da Jhulie ligaram mesmo para todo o mundo
- Deixa-me adivinhar? Ela pensou que a gente estava fazendo mais que o permitido?
- Bingo! – suspirei. Eu estava sentada no meu lugar, debruçada para trás com os braços em cima da mesa dele – Está ficando chato de mais isso, não aguento mais. Todo o mundo querendo se intrometer na nossa vida.
- É normal. Você é garota e a sua mãe está preocupada
- Só porque sou garota? – cruzei os braços e o encarei – Machista!
- Mas pequena, é normal. – ele pegou as minhas mãos e sorriu.

   Tocou para a entrada. Durante a aula toda de geografia, eu tentei entender a razão de “ser normal” o facto da minha mãe andar em cima de mim e me fazer perguntas sobre a primeira vez.
   Sim, eu sei que a primeira vez irá me mudar muito. Mas em algum dia eu ia ter de dar esse passo. Eu sinto que já estive mais longe de dar esse passo. Eu estou com o garoto que eu amo. Ele me ama. Então, por que não?
   Posso ser um pouco fútil ao pensar em “Por que não?”, mas a verdade é que não vejo nada contra em eu ter a minha primeira vez com Arthur. Mas bom, aqui a questão não é com quem eu vou ter a primeira vez. Eu estou ciente de que corro muitos riscos como doenças e até uma inesperada gravidez, mas eu tenho apenas que tomar as devidas precauções.

   No quarto, Bela mexia no celular, enquanto eu prendia o meu cabelo. Odeio quando ele fica com um volume extra e fica tipo leão, bem selvagem. O prendi e depois enchi o saco da Bela, jogando contra ela bolinhas de papel.

- Quero lhe informar, que depois vai pegar todas elas – Bela apontou para as bolas de papel à sua volta – Quero lhe informar também que amanhã vamos sair.
- Onde?
- Não sei. Mas terá greve de professores à tarde. O que significa que não iremos ter aulas. Logo, vamos sair. Sei lá, cinema, parque…
- Que tal um piquenique?
- Chato de mais.
- Quer algo radical?
- Lógico!
- Que tal… - pensei – Skate? O Arthur sabe andar muito bem e o Daniel deve saber também. Podíamos convidar o Caio, desde que ele não leve a Frederica. Assim ele levava o violão e eu cantava.
- O Caio?
- Sim, o Caio – a encarei
- Pensei que vocês já não fossem amigos
- Lógico que somos
- Mas ele anda com a Frederica…
- Mas isso não quer dizer nada. Eu e ele somos muito amigos.
- O Arthur não sente mais ciúmes?
- Eu acho que ele já passou dessa fase. – disse eu, mesmo não tendo total garantia – Mas bom, vamos falar do dia de amanhã.
- Eu vi aqui no Facebook que tem promoção de umas atividades radicais… Parapente. O que você acha?
- E que promoção é essa?
- Quanto maior o grupo, mais barato.
- Então legal. Vamos nessa. Vou chamar todo o mundo! – disse eu animada. Saí do quarto, após pegar o celular e calçar os meus sapatos baixos. A verdade é que eu queria mesmo sair de lá, antes que Bela me fizesse mais perguntas sobre o Caio.

   Pelos corredores, parei perto das pessoas mais conhecidas e informei que amanhã estávamos pensando em saltar de Parapente. Eu ainda nem sabia onde ia ser exatamente nem como íamos para lá. Mas ao menos deixei todo o mundo informado. Incluindo Pérola e as suas amiguinhas que fizeram um ar histérico assim que eu disse “saltar de parapente”.
   De seguida passei pela sala de convívio onde vi Arthur com os garotos jogando Matraquilhos/Pembolim (sim, eu tive o cuidado de pesquisar a palavra em Português de Portugal e Português do Brasil). Arthur e Matheus contra Lucas e Daniel.

- Galera, amanhã vamos saltar de parapente
- Vamos? – todos perguntaram em coro
- Sim – eu ri da expressão facial deles – A Bela disse que amanhã não há aulas de tarde. Os professores vão estar de greve. Vamos torcer para que seja o resto da semana também. Então, que tal?
- Será legal.
- Mas Lu, você tem medo de alturas
- É… - suspirei – Mas eu vou conseguir
- Acho melhor você não ir
- Nem pensar! – me debati – Eu vou sim! – cruzei os braços
- Já imaginou se você morre do coração ao ver a altura?
- Vira essa boca pra lá babaca – Arthur deu um tapa em Daniel, que estava à sua frente – Eu hein.
- Idiota! – dei de ombros – Esse jogo vai demorar?

E pronto, foi grande não?
Amanhã tem mais :)

13 comentários:

  1. adoro a web minha favorita.. ja estou a sonhar com o proximo cap!! lua e Arthur ficam lindos juntos
    ass: Bell

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  2. ++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++

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  3. super adoro a amizade da Lua e da Bela

    Ana

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  4. Aiiiiiiiin, que coisa mais fofaaa! Eu amuuuu mt suas webs cris!
    Sabe oque seria interessante de acontecer? A Lua poderia ficar grávida logo na primeira vez! Aain, slá so sei, que eu tenho umas ideias maluquinhas de vez em quando! :)
    By: Rafa

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  5. Já estava com saudade dessa web *-* Acho um pouco clichê se ela engravidar na primeira vez, mas você quem sabe o que é melhor pra web :)

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  6. Aaaaah😍😍 Amo de paixão essa web❤️❤️ Cris amanhã é meu Niver, será q vc podia dedicar o cap pra mim?? Pleaseee😊☺️

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  7. posta mais voce ta demorando e concordo com a leticia vai ser foda se ela engravidar

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  8. posta mais voce ta demorando e concordo com a leticia vai ser foda se ela engravidar

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  9. posta mais voce ta demorando e concordo com a leticia vai ser foda se ela engravidar

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