Capítulo 28- Monster‏

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Point Of View Lua Blanco, 2014, LA.

-Eles estão no hospital. – Fábio sussurrou e suspirei um pouco aliviada.

-Lua vá com América na frente que preciso conversar com Fábio. – Chay disse mais calmo e assenti.

  Olhei para os dois, e eles deram pequenos sorrisos de canto.

  Entrei no carro de América e ela tomou seu posto no banco de motorista.

-Eles são bons no que fazem, então não acho que deve ficar tão preocupada. –Sussurrou.

  Pelo resto do caminho fomos caladas, apenas com a música exalando pelo carro, nos dando voz com letras significativas. Ela estacionou seu carro em uma das primeiras vagas da garagem do hospital, e caminhamos rapidamente pelo asfalto escorregadio pela curta garoa.

-Sala de Arthur Aguiar e Micael Borges, por favor. –América disse direta para a funcionária.

-Puxa! Deram sorte, pois faltam exatos 30 minutos para o horário de visitas acabar. –Sorriu de leve, e piscou seus cílios postiços para nós. –Sala 302 e 307.

-Obrigada.

  As paredes brancas e o cheiro de analgésicos invadiam minhas narinas e faziam com que eu me sentisse meio tonta. Diversas vezes que precisei presenciar isso, mas não era por causa da vida do crime, e sim por causa de agressão física. Faíscas de pensamentos voaram em minha mente, como curtos trailers de minha mãe com hematomas roxos, e lábios mais avermelhados. Meus olhos beirando a lágrimas e meu coração se apertando dentro de mim enquanto minha mente infantil tentava criar uma idéia para reverter a sua situação.

-Você pode ir ver o Arthur primeiro que vou ver como o chato do Mika esta. –América disse angelical.

-Obrigada por me trazer até aqui.

-Não precisa agradecer. Em breve, seremos uma família, e devemos começar cuidando um do outro. –Disse e me deu as costas, andando para o meu oposto.

  Será que realmente seríamos uma família em breve? O que eu seria do Arthur? Ele iria me livrar para o mundo?  

  A verdade é que nem eu mesma sabia qual opção queria para a minha vida.

  Dei duas batidinhas na porta, e ele não respondeu, então resolvi invadir sua “privacidade” que permitia enfermeiras entrarem e saírem a hora que quisessem.

  Ele estava deitado de lado, e seus cabelos morenos estavam bagunçados sem o seu topete perfeito, e pela primeira vez pude vê-lo sem gel algum. Arthur dormia profundamente, e o cobertor cobria até metade de seu corpo, deixando seu peitoral definido a mostra, e claro, o curativo em seu peito esquerdo.

  Passei minhas unhas levemente por seu rosto, e depois por sua barba rala. Ele ficava maravilhoso com ela. Sorriu de canto com os olhos fechados, e segurou meus dedos fazendo com que me assustasse.  

-Pensei que não iria vir me ver. –Me puxou para cima de si e eu recuei.

-Posso lhe machucar.

-Para de frescura, Lu. –Bufei, e ele chegou para o lado, deixando um espaço para que eu me acomodasse em seu lado.

  Arthur puxou meu braço brutamente, e cai desajeitada ao seu lado, fazendo com que o aparelho ao lado da maca fizesse um bip ensurdecedor.

-Droga, seu idiota! Eu lhe machuquei.

-Engraçado, porque não senti dor alguma. –Disse com cara de paisagem, e aproximando seu rosto do meu.

  Mordi os lábios e acariciei sua nuca de leve, e então ele atacou meus lábios ferozmente. Como eu havia sentido falta de senti-lo em tão pouco tempo. Com tamanha desconcentração que ele me causou, acabei pressionando minhas unhas em seu peito desnudo, e ele gemeu baixinho contra os meus lábios.

-Desculpe. –Assentiu sorrindo e beijou minha testa.

  Distribui selinhos por todo seu rosto enquanto ele mantinha um sorrisinho lindo nos lábios avermelhados.

  Eu estava viciada em Arthur Aguiar

  Deitei minha cabeça em seu braço e comecei a fazer carinho em seu peito.

-Agora me explica como arranjou isso daí.

-Alguém atirou contra mim, né Lua? Ou você acha que virei um assassino suicida? –Disse obvio e estapeei seu braço.

-Eles descobriram vocês?

-Acho que não.

-Mas houve troca de tiros.

-Não teve.

-Você podia falar mais. –Sussurrei calma e pude ver seu maxilar saltar.

-Nada do meu trabalho diz respeito a você.

-Estou feliz por estar bem, apesar disso. –Pressionei meu dedo em seu curativo e me calei. Sem saber em que sentido ele havia levado o que falei.

  Point Of View Arthur Aguiar, 2014, LA.

  Mas por que porra ela tinha que fazer aquela expressão linda e abalada? Eu queria muito que ela levantasse aqueles olhos verdes para mim, e falasse mais. Eu não iria resistir a ela.

-Lua, não faz isso. –Pedi mais calmo enquanto ela continuava com os olhos baixos. Teimosa.

-Eu não estou fazendo nada. –Sua voz estava tremendo, e eu sabia que ela iria chorar.

-Olhe para mim. –Ordenei, mas ela não o fez, e fui obrigado a levantar seu rosto brutalmente, e então ela parou de me acariciar. -Você vai chorar? Pare de ser bobinha... Assim, nunca vai ter potencial para ser minha mulher. –Disse baixo, e com uma rapidez inexplicável, Lua me empurrou e levantou da maca, passando sua mão delicada pelo rosto para limpar as lágrimas.

-Quer saber por que vou chorar? –Assenti, olhando-a com deboche por toda aquela palhaçada. -Porque você é um grande imbecil, idiota! Você me fez passar a tarde preocupada, pensando se estava bem ou não, se havia se machucado, ou, o que você chama de “missão” havia sido um sucesso, e quando lhe pergunto como as coisas ocorreram, você me trata com desprezo. Eu não vou ficar aqui aturando seu mal humor, gastando minhas energias com você! E se para ser sua mulher é preciso ter coração gelado, me desculpe, mas eu não nunca concorri para isso e nem vou. –Ela gritou sem pausa alguma para respirar, desmoronando ali na minha frente.

-Lua, espera...

  Sem me dar atenção, ela pegou sua bolsa de cima da poltrona e antes de sair, me olhou mais uma vez com a dor visível em seus olhos que se encontravam mais claros por causa das lágrimas.

-Eu pensei que merecesse pelo menos um pouquinho de satisfação, depois de tudo que temos vivido recentemente. Você fez, com que eu me apaixonasse por você, Arthur, e agora está me magoando na mesma intensidade e rapidez, e eu não sei lidar com isso, assim como não sei lidar com o fato de que você sabe praticamente a minha vida inteira, e eu não sei nem mesmo um terço da sua. –Aquilo tudo me atingiu como uma bomba, e me fez pensar que se eu estivesse em seu lugar, seria a pessoa mais revoltada do mundo,

  Pensei em levantar para ir atrás dela, mas aquela dor fodida não permitia que eu o fizesse, então deitei meu corpo novamente, começando a pensar em minha desculpa para dar quanto a encontrasse novamente, e entre minutos, a cabeleira de fogo de América foi colocada para dentro do quarto, e ela murmurou com desgosto:

-Você é um grande idiota!

  Sim, eu sou. Havia magoado a única mulher que se preocupou comigo em anos, mais uma vez.  

  “Você fez, com que eu me apaixonasse por você, Arthur”

  Já meus sentimentos não diziam nada, mas minha cabeça tinha a plena certeza, de que eu a adorava.


Point Of View Lua Blanco, 2014, LA.

  Pedi para América me deixar sozinha, e com um pouco de confiança, em que eu faria, ela permitiu.

  Enxuguei minhas lágrimas, e fechei os olhos para que as luzes dos faróis do táxi não me cegassem.

-Boa noite, moça bonita. –Uma voz de uma senhora me surpreendeu.

-Boa noite. Quão raro é encontrar uma terceira idade feminina atrás do volante? –Sorri para ela sem maldade alguma em minha pergunta.

-Raro, principalmente em LA. Para onde devo lhe levar?

-Avalon Nightclub, por favor.

-O que uma moça como você irá fazer naquele lugar cheio de homens nojentos?

-Uma moça como eu está triste e precisa de uma boa conversa.

-Uma boa conversa é o que não irá encontrar naquele lugar.

-Não quando se tem pessoas que se importam com você.

-Eu gostaria de ocupar esse tempo com alguém que se importasse comigo. –Disse cabisbaixo, e não quis questionar aquilo, pois não estava conseguindo lidar nem mesmo com minha própria vida.

  Quando estacionou, tirei uma nota que pedi a América de minha bolsa e entreguei a ela.

-Se cuida, menina.

-Igualmente.

  Precisei esperar na fila, e quando finalmente chegou minha vez, o segurança liberou minha passagem, me reconhecendo e sabendo que eu trabalhava ali. Bem, eu trabalhava, mas ele não precisava saber, afinal, eu estava entrando sem pagar.

  Fiquei na ponta dos pés para procurar por Sophia, e lhe enxerguei no bastão de pole dance. Ela estava no topo.

  Fui até o bar para pegar uma dose de uma bebida alcoólica qualquer, que precise jogar em um velho imundo que ousou em passar a mão em mim enquanto caminhava para a frente do pequeno palco.

  Sophia me olhou rapidamente e se desconcentrou, porém em seguida, ela jogou sua cabeleira ruiva e bem cuidada para mim e virou as costas como se eu não passasse de um mero homem que ela se prostituía em uma única noite.

  Depois que os sons cessaram, as luzes coloridas se apagaram por segundos, e quando os assobios e palmas tomaram conta do local, eu soube que deveria ir para a entrada e saída do palco.

  Ela andava enquanto ajeitava o decote de seu collant preto e de couro, e depois passou a mão por sua bochecha avermelhada repleta de suor. A abracei com tamanha força, e por pouquíssimos segundos me senti só no mundo quando ela não retribuiu o mesmo.

-Como você está? –Perguntei entusiasmada e ela me olhava da cabeça aos pés com expressão de nojo, mas tentei pensar que aquilo era coisa da minha cabeça confusa.

-Depois de tanto tempo, você tem coragem de perguntar isso? –Perguntou, e senti um certo remorso interno.

-Me desculpe, mas eu não podia...

-Você não sabe como está sendo difícil para mim aguentar... tudo isso! Eu tentei, Lua, eu juro que tentei entrar em contato com você, e apanhei por isso. Depois de meses, você tem a cara de pau de aparecer aqui e perguntar se está tudo bem...

-Sophia, me perdoe, por favor. Eu não podia vir aqui, e muito menos ter contato com alguém que não fosse daquela mansão. Eu sinto sua falta.

-Eu também sinto a sua. –Seus olhos estavam lacrimejando, e ela me puxou para um abraço. –Aquele monstro está te maltratando? Eu juro que...

-Eu estou apaixonada pelo monstro.

-Nessa noite, nós vamos dançar até cansarmos, e por horas, eu vou lhe fazer esquecer que ele lhe assombra.  

A Alice me enviou outro capítulo.
Demorou mais dessa vez porque ela estava em provas, mas pede desculpa pela demora.

13 comentários:

  1. Ah que saudades,quero maaiiss :))
    Posta maaiiss
    Amei *-*
    Alice

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  2. Postaaa maisss!!! Essa Webb eh perfeotaa de maisss, posta outro hojeee!!!

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  3. Tadinha da lua , espero q o mostro saiba se redimir com a Lua. Tomara q a lua consiga tirá a soph desse inferno ... aí mais q sdds dessa web Xx adaline

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  4. Essa web é ótima pena que a Alice demora tanto de postaa!!!

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  5. posta mais, eu preciso de mais 😩😍❤️

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  6. +++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++

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  7. mulher posta mais to tipo muito frustrada continua by ramilly lima

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  8. To morta de sdds , da web . Posta mais Pfv

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  9. Muitas sdds dessa web quero muito novos cap posta mais por favor estou temdo um infarto da perna 😭😵😍😍😍

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