Paixão Sem Limites- Capitulo 22 Parte 2

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Maratona

Eu estava sozinha. Protegi os olhos da claridade da manhã e olhei para o quarto á minha volta.
Arthur não estava ali. Que estranho. Eu me sentei na cama e olhei para o relógio: já passava das dez. Não era de se espantar que ele não tivesse no quarto. Eu havia dormido a manhã  quase toda. Nesse dia iríamos conversar. Ele iria me revelar os seus segredos. Na noite passada tivéramos uma transa incrível, mas agora eu precisava de respostas.
Eu me levantei e achei o meu short ao pé da cama. Arthur devia ter trazido a roupa ali para cima, porque eu me lembrava de termos deixado tudo jogado na escada na noite anterior. Vesti o short e olhei em volta á procura da blusa. Dobrada debaixo do short havia uma das camisetas de Arthur, então eu a vesti e desci. Estava pronta para encontrá-lo.
As portas dos quartos da família do outro lado do corredor estavam abertas. Gelei. o que significava isso? Aquelas portas viviam fechadas. Foi então que ouvi as vozes. Andei até o segundo lance da escada e agucei os ouvidos. A voz conhecida do meu pai subiu da sala de estar. Ele tinha voltado.
Dei o primeiro passo e pare. Será que era capaz de encará-lo? Será que ele iria me mandar embora? Será que saberia que eu tinha transado com Arthur? Será que Giovanna faria a mãe me detestar também? Eu não tinha tempo para refletir sobre tudo isso.
Meu pai pronunciou o meu nome e entendi que precisaria ir para encarar a situação, fosse ela qual fosse. Eu me forcei a descer cada degrau. Atravessei o hall e, quando consegui ouvi-los com clareza, parei. Precisava saber em que estava me metendo.
- Não acredito, Arthur! Onde você estava com a cabeça? Sabe quem ela é? O que ela significa para esta família?
Era a sua mãe quem estava falando. Apesar de nunca a ter encontrado, tive certeza.
- Você não pode por a responsabilidade nela. Ela nem tinha nascido. Você não faz ideia do que ela sofreu. Do que ELE a fez sofrer.
Arthur estava com raiva.
Comecei a avançar em direção á porta, mas parei. O que eu significava para aquela família? Que papo era aquele?
- Não comece a se comportar como um cavalheiro ofendido. Foi você quem o encontrou para mim. Sendo assim, por mais que ele a tenha feito sofrer, quem começou tudo foi você - cuspiu ela. - E aí você vai transa com ela? Pelo amor de Deus, Arthur! Onde você estava com a cabeça? É igualzinho ao seu pai.
Estava ficando sem ar. Pude sentir o panico invadir o meu peito.
- Mãe, lembre-se de quem é o dono desta casa. - O alerta de Arthur foi claro.
Sua mãe seu uma risada alta que pareceu um cacarejo.
- Dá para acreditar? Ele esta se virando contra mim por causa de uma menina que acabou de conhecer. Billy, você tem que fazer alguma coisa!
Silencio. Então o meu pai pigarreou.
- Julia, esta casa é dele. Não posso forçá-lo a fazer nada. Deveria ter imaginado que isso iria acontecer. Ela é igualzinha á mãe.
- Como assim? - rugiu Julia.
Meu pai suspirou.
- Já falamos sobre isso. Eu deixei você porque ela exercia sobre mim uma atração... eu não conseguia me afastar dela.
- EU SEI disso. Não quero ouvir outra vez. Você a desejava tanto que me largou grávida com um monte de convites de casamento para cancelar.
- Amor, calma. Eu amo você. Estava só explicando que Lua tem o mesmo carisma da mãe. É impossível não ficar atraído por ela. E ela é tão cega em relação a isso quanto a mãe era; não pode fazer nada a respeito.
- Aaahh! Será que essa mulher nunca vai me deixar em paz? Será que vai estragar a minha vida para sempre? Ela morreu, caramba! Eu recuperei o homem que amo e a nossa filha enfim tem um pai. E agora isso. Aí vem você e transa com essa... com essa menina!
Meu corpo estava anestesiado. Eu não conseguia me mover. Não conseguia respirar fundo. Ainda estava sonhando... só podia ser isso. Ainda não tinha acordado. Apertei bem os olhos para tentar despertar daquele pesadelo doente e pervertido.
- Se disser mais uma palavra contra ela, eu expulso você desta casa. - O tom de Arthur foi frio e duro.
- Julia, meu amor, calma. Por favor. Lua é uma boa menina. O fato de ela estar aqui não é o fim do mundo. Ela precisa de um lugar para ficar, eu já lhe expliquei isso. Sei que você odeia a Claudia, mas ela era a sua melhor amiga. Vocês era amigas desde crianças; eram praticamente irmãs até eu aparecer e estragar tudo. Lua é filha dela. Tenha um pouco de compaixão.
Não. NÃO. Não, não, não. Eu não tinha escutado aquelas palavras Aquilo não era real. Minha mãe jamais teria estragado o casamento de outra pessoas. Nunca teria feito o meu pai abandonar uma mulher grávida de um filho seu. Minha mãe era uma mulher doce, generosa. Nunca, jamais teria deixado isso acontecer. Eu não podia ficar ali parada ouvindo aquelas pessoas falarem sobre ela daquele jeito. Eles não tinham entendido nada. Não conheciam a minha mãe. Meu pai tinha passado tanto tempo afastado que acabara esquecendo o que realmente acontecera.
Soltei o batente que segurava com força e entrei a passos largos na sala em que eles estavam caluniando a minha mãe.
- NÃO! Calem a boca, todos vocês - berrei.
                                                                                              Continua....

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