"É estranho. Mas é do nosso jeito" - 7º capítulo

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P.O.V.'s Lua Blanco


- Está maluco? – rapidamente, dei a volta a ele e fiz com que tirasse as mãos de mim.
- Eu não. E você?
- Arthur, você bebeu? – o encarei – Eu pensava que você já tinha aprendido a lição.
- Boba! – ele riu – Eu não bebi. Isto é só uma despedida, para nós dois.
- Nós dois? Que tem nós dois?
- Tinha muito se você confessa-se logo o que sente.
- Eu não sinto nada.
- Ah, claro que não! – ele riu irónico – Você só morreu de ciúmes quando me viu com a Frederica.
- Fez mesmo de propósito?
- Você sabe que sim. Era pra ver a sua reação!
- É por atitudes como essa, que eu me recuso a dizer o que sinto por você!
- Quer dizer que sente algo por mim?
- Me deixa em paz! – virei as costas – Vai lá com a Frederica, vai lá!
- Não, você é mais bonita! – ele me segurou forte, deixou a minha mala cair no chão e caímos os dois na piscina.

   Fomos ao fundo juntos e voltamos. Quando chegamos ao cimo da água, eu estava com pétalas de rosas no cabelo e uma inclusive no rosto. Arthur afastou-a e deu uma gargalhada gostosa. Eu ri junto mas me afastei.

- Volta aqui. – ele me segurou pelos braços novamente e juntou os nossos corpos. Eu ri dele e baixei ligeiramente o rosto – O que foi?
- O teu sorriso… - disse eu, passando as mãos pelos lábios dele – Tão lindo.
- Eu sei. – ele riu e eu dei um tapa no seu rosto
- Quando temos água entre nós, tudo se torna mais bonito, né?
- É. Eu não sei que mágica é essa… mas mesmo que eu queira muito ir embora, a verdade é que eu não consigo.
- Isso é porque me ama. – estávamos quase abraçados no meio da piscina
- Você diz isso como se fosse a coisa mais legal do mundo. – cruzei os braços
- Amar?
- Sim
- Mas amar é bom
- Não, não é. – me afastei dele – Você não me ama e eu não te amo também.
- Mas gosta de mim, né?
- Eu? Se eu gosto de você? Claro que não! - ri
- Eu sabia! – ele riu todo convencido
- Sabe o quê garoto? Que é louco?
- Quando você ri desse jeito e morde os lábios desse jeito… eu sei que você está mentindo.
- Pára com esse sorrisinho idiota. Aqui nós somos inimigos.
- Que inimigos o quê? A escola acabou, você pode deixar essas coisas de lado e…
- E nada Arthur. Você quer o quê com isso? Quer que todo o mundo veja que finalmente pegou uma das garotas mais difíceis do colégio?
- Realmente, difícil você é – ele concordou
- Eu não sou de me dar
- Nem eu quero que você faça isso.
- Olha, eu vou embora!

   Mesmo com ele vindo atrás de mim, eu fechei os olhos para ser mais forte e saí daquela piscina. Estava com medo que alguém me visse lá com Arthur só de sunga e contasse para todo o mundo, mas acho que o colégio estava vazio mesmo.

- Lua! – ele me chamou e saiu da piscina – Antes eu só queria dar uma coisa.

   E de repente, o louco me beija. Os nossos corpos dessa vez estavam tão colados que eu sentia uma chama diferente dentro de mim. Sabe o negócio das borboletas? Então, eu estava sentindo isso dentro da minha barriga.
   Arthur levou a mão para a minha cintura, continuando o beijo sem parar. Eu não resisti e levei as minhas mãos ao cabelo molhado dele. Aí despertei. Abri os olhos, parei o beijo, empurrando-o e dando um tapa no seu rosto.

(…)

   Se passaram duas semanas após a escola terminar. Meus pais passavam os dias em casa trabalhando, pois diziam que eu era nova de mais para ficar sozinha em casa, apesar de a nossa casa estar cheia de empregados.
   As minhas notas foram razoáveis mas eles disseram que no próximo ano teriam de ser melhores. Talvez não foram assim tão boas porque sofri com a ausência deles, mas é claro que eles não entendem isso.
Bela me mandou mensagem, coisa que estranhei. Fazia duas semanas que eu não conversava com ninguém da escola. Ou melhor dizendo, fazia duas semanas que eu não saia de casa nem falava com ninguém.

“S.O.S ARTHUR”

“Como assim?”

“Parece que ele bebeu. Está aqui em casa”

“E daí?”

“Poxa Lua, facilita. Eu não sei o que fazer. Vem por favor!”

“Chama a Diana por favor”

“Ela viajou sua vadia”

“E nem me disse nada?”

“FOCO NO ARTHUR PORRA”

   O garoto louco decide beber e os amigos que cuidem dele.
   A minha mãe me fez um interrogatório antes de eu sair de casa, ordenou que eu levasse o motorista Alfredo e tudo. É o que dá ter uma mãe juíza e um pai advogado. Eu disse que ia sair com pouco pois se continuasse ali ia ficar louca.
   A casa da Bela era um pouco mais pequena que a minha, pois não tinha tantos quartos de hospedes que há anos que não são ocupados. Os pais dela são também um pouco ausentes pois tratam de umas lojas de comércio pelo mundo.
   Assim que toquei na campainha, uma moça simpática me abriu a porta e me levou até ao quarto de Bela. Eu já lá tinha ido uma vez, e sabia perfeitamente o caminho, mas ela insistiu em me levar lá. Quando chegamos, ela bateu à porta e foi embora. Eu entrei e dei de caras com Arthur na cama de Bela, jogado, sem blusa e desacordado. Bela estava olhando pela janela, com o celular na mão, provavelmente à minha espera.

- O que aconteceu? – sentei na beira da cama e passei as mãos pelo rosto do Arthur.
-Fui comprar a revista que compro sempre, no quiosque aqui perto de casa e encontrei ele no banco do jardim. Ele tinha aquelas garrafinhas que sempre usa. Eu trouxe ele para cá.
- Sozinha?
- Pois é! – ela assentiu – De táxi né?! A sorte foi que ninguém nos viu. Perguntei a ele o que se passava e ele disse que não se passava nada… aí ele começou a dizer umas coisas e…
- Falou com o Daniel? – a interrompi
- Está de castigo, por ter perdido umas disciplinas.
- E porque é que o Arthur está assim? Por que é que ele bebeu de novo?
- Acho que ele chumbou em disciplinas e… você sabe como o pai dele é. – disse Bela
- Não sei. O que tem o pai dele?
- Lua, pelo amor! O pai do Arthur é a coisa mais… terrível e má do universo. Ele é muito exigente.
- Ahh, isso. Eu já desconfiava. – suspirei me lembrando do dia do acidente em que a primeira coisa que Arthur pensou foi o pai e as eleições dele e não propriamente a saúde do cara que ele tinha acabado de atropelar.
- Ele está desacordado desde que chegamos aqui no quarto. Acho que é melhor levar ele a um hospital ou…
- Mas o pai dele vai descobrir. – disse eu
- Mas e então? O que fazemos? – questionou Bela
- Bom… vai buscar água ou alguma coisa. – falei um pouco apressada.
- Vou buscar também umas toalhas para molhar o rosto dele. – disse Bela

   Bela saiu do quarto e eu me debrucei sobre Arthur. Ele estava bem mais moreno do que a ultima vez que o vi. Vi as suas olheiras e os seus lábios rosados e só tive vontade de cuidar dele ou de o beijar. Ele realmente precisava de ajuda.
   Estava com uma raiva de mim mesmo. Porque razão eu estava fazendo isso? Eu não gosto dele, nunca gostei e não é por nos termos beijado algumas vezes que agora o amor vai surgir.
Passei as mãos novamente pelos seus cabelos e pedi que ele acordasse de uma vez. O abanei, sacudi e até belisquei, mas nada dele acordar. A verdade é que eu estava desesperada e, apesar de não lhe amar, não o queria ver mal.
   Bela chegou com água e com as toalhas. Molhamos o rosto dele, mas nada de o acordar. A única saída era o jogar na água. Arrastamos ele para o banheiro e o colocamos lá dentro, fazendo ele quase se afogar. Ele ficou praticamente boiando na banheira cheia de água até vir ao cimo aflito e cuspindo toda a água. Me deu um aperto no coração de o ver assim.

- Arthur! – segurei o braço dele quando ele se levantava da banheira
- Graças a deus! – disse Bela – Eu vou buscar umas roupas do meu pai para você vestir. – Bela saiu novamente
- Finalmente acordou! – o abracei, mesmo me molhando. – O que te deu para beber desse jeito? Me deixou preocupada!
- Está preocupada comigo e me afoga desse jeito? Ficou louca garota? – pronunciou ele bem arrogante
- Eu estava preocupada, queria apenas que você acordasse de uma vez.
- Se você quer o meu bem, então me deixe em paz!
- Arthur! – gritei seu nome – Eu estou aqui preocupada com você e é assim que me paga? Eu queria apenas te ajudar…
- Eu não quero ajuda. Eu quero é que me deixem em paz!
- Grosso! Uma pessoa ajuda e ainda recebe isso de troca
- Então fica longe, bem longe que já ajuda! – ele gritou comigo enquanto se sentou na beira na banheira – E aliais, você veio porque quis. Eu não te pedi nada!
- Deixa então que esse erro eu não cometo mais! – saí mega irritada do banheiro.

   Me cruzei com Bela pelo caminho, mas o encontrão foi tão grande que ela quase caiu. Ela foi lá levar as roupas e toalhas para o menino que gosta de beber e não pede ajuda para ninguém. Ele deve pensar que ficar bebendo daquele jeito vai resolver algum problema, mas não vai! Não vai mesmo!
   Saí da casa dela e mandei o meu motorista se foder. Eu queria estar sozinha e não com alguém que só vem comigo quando precisa. Eu estava cansada desse tipo de gente. Passei pela praia. Aquela praia em que eu e o Arthur nos escondemos uma vez, depois do acidente de carro.

Se der, eu posto mais um hoje!

7 comentários:

  1. +++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++ amei

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  2. Por favor +++++ dessa e paixao sem limites to muito curiosaaa

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  3. Oiii Cris, muito boa a web amando. Se puder divulga meu blog? É luar-my-life.blogspot.com Agradeceria muito. Beijos :)

    Gaaby Soares

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