"É estranho. Mas é do nosso jeito" - 32º capítulo

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P.O.V.'s Lua Blanco


   Ter matemática de manhã é dose viu? Especialmente quando a professora manda você fazer em 90 minutos certa de 15 exercícios. Eu não entendia nada de nada. Passei a primeira aula da manhã inteira olhando para o Arthur. Ele estava centrado na matéria, estava tirando dúvidas e isso me deixava feliz. Haja alguém que se interesse tanto nessa matemática que… vamos combinar? Nem metade dessas contas loucas irá servir para o nosso futuro.

- Está pensando em quê? – Caio atrapalhou os meus pensamentos
- Em nada… nada de nada. – suspirei
- Essa aula está chata, viu?
- Eu sei. Faltam 15 minutos para terminar. Uma eternidade ainda. – verifiquei o relógio de pulso
- Vocês os dois aí. – a professora nos chamou – Já terminaram?
- Não. – respondeu o Caio – Nem comecei, pra falar a verdade – disse ele mais baixo, me fazendo rir.

   Fomos para o intervalo. Caio estava me perguntando sobre o meu pai e eu tentava fugir das perguntas dele, se bem que tem dias que é bom conversar mesmo.

- O meu pai também arranjou outra bem rapidinho, após o divórcio com a minha mãe, mas eu aceitei passado um tempo e tenho a certeza que você vai aceitar também.
- Eu não sei se vou. Aquela puta foi a razão do divórcio dos meus pais. Eles se amavam.
- Lua… a gente também se amava. E olha no que deu. – Caio se aproximou, falando baixinho só pra mim
- Caio… - passei os meus dedos sobre o braço dele – Ambos sabemos que éramos criança. No máximo fazíamos o quê? Um selinho na boca?
- Fique sabendo que era bem verdadeiro. Eu te amava.
- É… bons tempos. – suspirei
- Interrompo? – Arthur chegou perto de nós
- Não. Claro que não. – Caio sorriu – Eu vou nessa. – Caio saiu
- Você podia ser mais simpático né? Com essa cara de “vou te matar”, você assusta ele.
- Nossa, realmente ele é uma criança de 5 anos bem indefesa
- Arthur, o que é que é? – encarei ele – Ciumes de novo? Nossa, que saco! – fui pra cantina.

   Na hora do jantar, bem mais tarde, não esperava Arthur na porta do quarto das meninas. Eu e Bela  estávamos conversando da falta que a maluca da Diana nos faz. Ela realmente desapareceu do mapa e só deixou um e-mail à Bela explicando que ia em busca do amor dela. Meu deus, o mundo dá voltas!

- Oi. – falei dengosa, saindo pela porta do meu quarto e indo beijar o meu namorado.
- Oi pequena. – ele me abraçou forte, suspirando entre o meu pescoço e o meu ombro. ele parecia tenso.
- O que foi? Aconteceu alguma coisa?
- Amanhã eu vou num papo estranho sobre bebida. Meu pai me ligou agora. Seria legal você vir comigo.
- Ah é? É assim que você quer esconder o nosso namoro?
- Meu pai não vai estar lá, relaxa.
- Ah, mesmo assim. Não quero ir não.
- Porque? – fomos andando de mãos dadas para a cantina
- Porque isso é chato de mais. Eu hein. E você está bem melhor né? Nunca mais bebeu…
- É mas… dizem que é bom partilhar experiência e ouvir os outros.
- Ouvir? Arthur, de que adianta ouvir? Entra num ouvindo a 100 e saí no outro a 200 km. – dei de ombros.

   Chegando finalmente na cantina, Arthur vinha atrás de mim muito calado, mas ele devia apenas ter sono ou algo assim. Empurrei a porta para entrar e a sonsa da Frederica, que parecia estar por trás, levou com a porta e caiu no chão. Ela estava de muletas à dois dias, pois tinha “torcido” o pé, coisa que eu duvidava muito!

- SUA LOUCA, FEZ DE PROPÓSITO! – ela gritou comigo e depois segurou o seu pé – AI DROGA, ESTÁ DOENDO! – ela gritou mais uma vez, chamando à atenção de todo o mundo
- Credo Lua, porque você fez isso com ela? Cara, ela não te fez nada. – disse Jhulie, amparando a menininha
- Eu não fiz nada… eu nem vi ela ai.
- Mentira, me viu sim!
- EU NÃO VI – gritei novamente

   Alguém chamou o diretor e ele veio ver o que estava acontecendo.

- Novamente você Lua Blanco? Que raio você tem? Em dois dias já aprontou duas coisas. Eu vou chamar a sua mãe amanhã bem cedo!
- O quê? Porquê? Eu não fiz nada! – gritei – Eu não vi ela ai.
- Chega de desculpas! – ele gritou comigo – Vá para o seu quarto!
- QUE DROGA! – gritei.

   Na manhã seguinte, todo o mundo olhava para mim de lado. Parecia que ninguém acreditava em mim. Eu queria ir embora daquele lugar. Queria alguém que entendesse que eu realmente não fiz de propósito. Então fui até ao quarto do Arthur, bem cedo, esperando que ele já tivesse acordado para a gente poder conversar um pouco.

- O Arthur saiu.
- Saiu? Pra onde?
- Uns negócios de reuniões, por causa do álcool. Eu pensei que você ia com ele…
- Droga, ele me avisou ontem… mas eu esqueci. Ele também nem me disse a que horas ia. Mas ok, obrigada Daniel – suspirei e saí do quarto.

   No caminho para a aula de educação física, a primeira da manhã, encontrei Caio.

- Bom dia.
- Bom dia. – suspirei novamente
- Está tudo  bem?
- Você acha mesmo? todo o mundo acha que eu fiz de propósito em deitar aquela puta para o chão. Não que ele não merecesse né, mas não fui eu. Quero dizer, eu não vi ela lá, eu apenas abri a porta e…
- Calma! – sem eu esperar, Caio me abraçou. Acho que era aquilo que realmente eu estava precisando.
- Obrigada – sorri pra ele – Eu ia encontrar agora Arthur para isso mesmo, mas ele saiu.
- Onde ele foi? Vai faltar à aula?
- É… ele precisou de ir a uma reunião sobre o alcoolismo.
- Álcool? Mas ele tem problemas?
- Tem… quero dizer, tinha. Ele se curou.
- Ah… tá. – respondeu ele. De seguida, fomos para o campo onde iríamos jogar volei.

   Frederica já não se queixava nem se fazia de vítima. Tudo farsa daquela vadia falsa. Mas mesmo assim, parece que a galera não topava que realmente ela estava fingindo tudo! Que mundo cruel! As pessoas parecem ter algo nos olhos que os impede de ver o óbvio.
   Meninas de um lado e meninos do outro, e o jogo começou. Estávamos levando vantagem de três pontos, até Matheus ser substituído por Caio e, logo na primeira jogada, o garoto fez um ponto. E bom, nas restantes três jogadas também, fazendo com que os meninos nos ganhassem.

- Nossa, ele joga muito – comentou Bela
- É. Ele adora tudo o que é esportes
- E eu adoro tudo nele! – disse Jhulie, rendida ao tanquinho formado de Caio, que tirou a blusa enquanto ia em direção aos vestiários.
- Boba – ri do seu jeito

   Fomos trocar de roupa, tomar um banho e tínhamos apenas 10 minutos para nos prepararmos para a seguinte aula.
   Arthur chegou 20 minutos atrasado e quando entrou na sala nem me olhou. Estávamos na aula de geografia, em que a professora escreve o tempo todo na lousa e aproveitei para mandar mensagem ao Arthur. Porém, ele tinha o celular com som, o que fez com que o som da mensagem chegasse aos ouvidos de todo o mundo, inclusive da professora.

- Desligue o celular, Aguiar! – repreendeu ela. Arthur pediu desculpas e olhou para mim, desviando depois o olhar. Parecia irritado, ou aborrecido, não sei bem.

   Tinha chegado à hora de almoço, em que temos pausa de duas horas, e eu ainda não tinha falado com ele.    Caio havia desaparecido; Jhulie estava com os amigos de uma turma mais nova; Bela e Daniel foram sabe lá deus para onde e eu estava sozinha no jardim. Estava lendo um livro. O livro podia ser muito interessante, mas naquele momento o que eu queria mesmo saber era onde estava Arthur e porque raio ele ainda não tinha vindo falar comigo.

Amanhã tem mais tá?

7 comentários:

  1. Posta mais um e claro que o arthur ta chateado com a lua pois ela nao foi com ele

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  2. Nãooo posta mais um hoje

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  3. Essa lua tambem,nada sensivel,o arthur so queria que ela o apoiase.

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  4. aaaaaaarg que Raiva desse Caio sinto que ele vai aprontar, agora que sabe que o Arthur tem '' Problema '' com a Bebida -_- e outra a Lua ta muito chata , dando moral mais ao Caio do que ao Arthur , e Droga porque ela não foi nessa maldita reunião Arthur queria apenas seu Apoio !

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  5. Maais, Tadinha da Luh, n foi o dia dela hj!
    Amandoo! :3 ansiooosa pro proximo capitulo!
    By: Rafa

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  6. E bom lereu amasaaar lembrar rebelde

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