P.O.V.'s Lua Blanco
Queria sair do carro, mas as minhas pernas estavam tão
pesadas que tive que suportar uma dor enorme para me levantar. Saí do carro e
fui ver o homem que tínhamos acabado de atropelar. Felizmente, não havia
ninguém passando a pé, ou seja, não houve testemunhas. O homem estava
respirando, desacordado e tinha sangue por todo o lado.
- Vamos! Vamos embora! – Arthur tentava me puxar
- Não! Não vamos deixar esse homem aqui… ele precisa de
ajuda médica. Ele pode morrer e…
- Ele não vai morrer. Confia em mim – ele segurou a minha
mão
- Confiar em você? Está meio difícil, não acha? – o
encarei
- Chamamos uma ambulância. O meu pai não pode saber disso
e…
- O seu pai? Tudo o que importa agora é o seu pai?
- Ele está em época de eleições e…
- Esse homem provavelmente é pai de família e está à
beira da morte.
- Vamos chamar uma ambulância!
Fiquei de coração partido quando abandonamos o local com
o homem ali, desacordado, esperando uma ambulância. Arthur tirou a placa do
carro e todos os documentos e pistas que o pudessem incriminar. Andamos a passo
apressado, sem tentar dar nas vistas. Fomos até à praia. Era o único lugar que
podíamos ir neste momento. Não ficava assim tão longe do local do acidente e
podíamos perfeitamente ver a ambulância passar ou não.
O rosto de Arthur tinha sangue marcado e outro que não
parava de escorrer. Provavelmente estava lhe doendo, mas ele não queria mostrar
a sua parte fraca. Eu sabia que ele estava com a consciência pesada. Ele não
tinha falado nada o caminho todo e assim que chegamos na praia, ele foi para a
beira do mar chutar pedras com as mãos nos bolsos.
- Me deixa tratar do teu rosto. – disse eu, me
aproximando dele
- Não… não precisa.
- Precisa sim. – insisti. Ele se virou para mim.
- É melhor você tratar do seu braço. Eu vou te levar em
um hospital, assim que a ambulância passar e…
- É só um arranhão. Acredite que o seu rosto está bem
pior. E você não vai querer que as garotas te vejam assim, não é mesmo?
- Você é garota e está vendo.
- Acontece que eu não gosto de você
- Eu queria que essa noite fosse legal… - ele suspirou
- Se você não bebesse e não fosse irresponsável…
- Olha, eu já estou de consciência pesada o suficiente.
Se aquele homem morrer, a culpa é minha.
- Não bebesse.
- Eu não vou beber mais. – ele disse aquilo como se
estivesse prometendo algo
- É o que todos dizem. Eu não sabia que você tinha
problemas com a bebida.
- E não tenho! – ele foi meio grosso – Eu só… só bebo, de
vez em quando
- Viu no que isso deu? – virei as costas para ele – Olha
lá, a ambulância.
A ambulância passava a grande velocidade de luzes azuis
acesas mostrando que o caso era realmente urgente. Passou 10 minutos e ela
passou de volta, em direção ao hospital. Entretanto eu passei um lenço na
ferida de Arthur e desinfectei com a água do mar. Ardeu e ele reclamou de dor,
mas era bem feita!
- Eu espero que tudo dê certo para aquele homem.
- Eu também. – suspirei – E agora?
- Vamos para o colégio?
- Sim, é melhor. – fomos andando até à estrada
- Desculpa, por este encontro ter sido assim. Eu juro que
queria que fosse diferente. Eu não queria que nada disso tivesse acontecido.
Falamos à menos de dois dias e tenho a certeza que você não ficou com boa
impressão de mim.
- Eu nunca tive mesmo boa impressão de você.
- Porque não?
- Ainda pergunta? Você é um filhinho do papai. Gosta de
andar com uma e com outra garota e é conhecido como o que transa em qualquer
lugar.
- Qual quer lugar? Isso não é bem assim…
- Então é conhecido como o que transa com qualquer uma
pessoa. – joguei na cara dele
- Eu só quero me divertir. Sou jovem. – ele se justificou
- Se você diz. – dei de ombros
Voltamos para o colégio de táxi. Daniel e Bela haviam nos
ligado e mandado mensagens, mas nem respondemos.
Eu fui para o meu quarto e Arthur foi para o dele. Eu
tomei um banho e depois de vestir o pijama, me coloquei na cama. Virei de um
lado e de outro e não conseguia dormir de jeito nenhum. Ouvi umas batidas na janela
e me assustei. Daniel fazia aquilo quando queria vir no quarto sorrateiramente
sem o diretor ou alguém o ver.
- Quem é? – perguntei
- Sou eu Lua… o Arthur.
- O que você quer?
- Abre a janela. Por favor.
Agitei as minhas roupas e o meu cabelo e abri a janela
para ele. Ele estava com um pijama vestido também e tinha os cabelos molhados.
Dei espaço para ele entrar e assim que o fez, fechou a janela.
- Eu não conseguia dormir. – disse ele
- Tenho cara de sua mãe para te contar histórias de
embalar?
- Escusa de estar com 5 pedras na mão. Eu queria apenas…
um ombro amigo.
- Eu não sou sua amiga e não te vou dar um ombro pra você
chorar.
- Esquece então! – ele estava chateado – Não te incomodo
mais. – Arthur ia sair pela porta quando eu falei…
- Espera! – disse eu – Desculpa… eu estou de cabeça
quente.
- E você acha que eu não? – ele me encarou – Eu nunca
passei por uma coisa dessas na minha vida. Eu atropelei uma pessoa e
provavelmente estou fugindo à polícia, porque eles vão querer saber de quem era
aquele carro. Eu tenho uma culpa no peito que você não imagina. Eu… eu… cara,
eu quero desaparecer.
- Calma… - olhei para os seus olhos e vi eles
lacrimejando – Tudo vai ficar bem. O cara vai ficar bem e a polícia vai
esquecer este caso. Você sabe como é a polícia aqui do Brasil…
- E se não for desse jeito? E se eles não esquecerem? E
se eles me descobrirem?
- NOS descobrirem! – corrigi ele, dando ênfase na
primeira palavra – Eu estava lá…
- Mas eu é que dirigi. Eu é que bebi e… atropelei ele.
- Estamos juntos nessa. – engoli seco, não queria ter
dito aquilo
- Obrigado por tudo… - ele sorriu fraco – Eu… eu posso te
dar um abraço?
- Tudo bem… - fiquei um pouco envergonhada.
Fazia tempos que eu não dava um abraço em alguém. Eu não
tinha esse costume. Mas confesso que tinha saudades. Eu sonho muitas vezes o
abraço de um garoto que eu ame, que não é o caso mas… Arthur é um garoto, por
isso está valendo.
Ele colocou os braços de volta da minha cintura e
apertou. Eu tinha os braços nos ombros dele, me sentia pouco à vontade. Quando
ele encostou o seu rosto no meu ombro, eu senti vontade de fazer o mesmo com o
dele. Respirei fundo e acabei de me entregando. Afinal, eu estava precisando
mesmo daquilo. Um abraço. Um ombro amigo. Alguém que me entendesse.
Hoje tem mais um capítulo se vocês comentarem muito!!
Eu quero!
ResponderExcluirPosta logooo!
Eu queroooo!Posta por favor
ResponderExcluirOhhhh que fofooo..ameiiiiii!!posta logoooo
ResponderExcluirPosta +++++++++
ResponderExcluirPoooooooosta
ResponderExcluirPosta ++++++++++
ResponderExcluirAmeeii *-*
Posta maiis
ResponderExcluirTa demais
Amei *-*
ResponderExcluirAlice
Maaisssssss
ResponderExcluirMais!!!! To amando a web.
ResponderExcluirDani