"É estranho. Mas é do nosso jeito" - 17º capítulo

|



P.O.V.'s Lua Blanco

   Na sala de jantar, todos estávamos sentados, almoçando, até que o pai de Arthur chega, junto com a sua mulher, mãe de Arthur. Carlos dá as boas tardes e questiona a razão de tanta gente presente ali.

- São os meus amigos, pai. Estávamos estudando.
- Imagino o estudo.
- Calma querido – pediu dona Fernanda, mãe de Arthur
- Arthur, prepare um discurso bem dotado de argumentos. Amanhã vamos a uma espécie campanha eleitoral  
- Eu? Porquê eu?
- Não é necessariamente você. Será você e o André, aquele que sempre vai comigo nas eleições, estudante de direito.
- Então porque é que eu tenho de ir?
- Porque quero ver se você é capaz de ser como ele ou não
- Dúvida das minhas capacidades? É isso?
- Logo veremos! 
- E sobre o que é a palestra? – perguntou Arthur
- Discriminação. – os pais de Arthur abandonaram a sala
- Arthur, não faça nada. O outro é estudante de direito. Você não terá hipóteses.
- Vocês também me acham um incompetente? É isso? 
- Não… mas cara… vocês acha mesmo que vale a pena? – Daniel encarou Arthur.

   A conversa ficou por ali. Todo o mundo entendeu a irritação do Arthur, por isso decidiram ir embora. Eu fui também para casa. Antes de sair, lancei a Arthur um olhar de pena. Bom, não pena por todos o acharem incompetente, mas pena por o deixar sozinho nesse momento difícil para ele. 
   Cheguei em casa, fui para o meu quarto e liguei logo para ele. Ele não me atendeu há primeira, nem há segunda, mas eu não parei de insistir até ele atender.

- Finalmente! – disse eu, depois da milésima chamada
- Estava sem cabeça – respondeu ele, depois de atender
- Para falar comigo?
- O que você acha? Você não me defendeu perante eles.
- Você queria que eu dissesse o quê? “Ah, o Arthur sabe argumentar, porque não confiam nele uma vez? Ele é capaz disso e muito mais!” – fiz uma voz irritante – Isso estaria confessando já o que temos! Você quer que saibam do nosso namoro?
- Neste momento, o namoro não era a coisa mais importante. 
- Arthur, eu confio em você. Sei que você é capaz de fazer um texto cheio de argumentações e não é aquele cara que estuda direito que vai fazer melhor que você.
- Você pensa assim. Mas será que os outros também pensam assim?
- E o que interessa os outros?
- Eu só queria um voto de confiança. Queria que todo o mundo achasse que eu sou capaz! E eu sou capaz!
- Então pronto. Vai em frente. Luta por aquilo que você quer! – encorajei ele – Faz o texto. Usa tudo aquilo que você sabe. Quando terminar, fala comigo.
- Tá bom… - ele parecia desanimado – Mais do que mostrar prós outros, que eu sou capaz, eu queria mostrar para o meu pai que eu não sou o idiota que ele acha que eu sou. 
- Você é capaz! E é idiota também, o meu idiota!
- Boba. Só você… - ouvi ele rir fraco
- Eu vou desligar, tá? Faz de tudo para fazer o melhor discurso. Fala a verdade, lá. Usa todos os argumentos necessários. Arrasa. Você consegue!
- Obrigado, minha linda. Obrigado!
- Lindo! – e desligamos a chamada


   Na manhã seguinte, tirei todos da cama bem cedo. O meu objectivo era ir até ao local da palestra de eleições e apoiar Arthur nesse dia importante para ele. Hoje, ele ia mostrar ao pai que é bom em alguma coisa. Ele é capaz e confiante e não aquela má pessoa que o pai de Arthur pensa que ele é.

- E ontem eu só queria bater em vocês por não estarem do lado dele – encarei todos
- Eu estou te estranhando Lua! – Daniel me observou – Não era você que odiava o Arthur?
- E daí? Que tem? Ela está sendo apenas amiga! – Samuel me defendeu, afinal, ele sabe de tudo.
- Exactamente. E também não entendo vocês – tentei inverter o jogo – Hora se queixam que eu maltrato ele, agora que eu tento o ajudar, estão se queixando outra vez?
- Não liga não. O Daniel é que é besta! – Bela deu um tapa no ombro do namorado – Lu, você falou com a Diana?
- Eu não… essa garota anda estranha. Aquela viagem com os pais fez muito mal a ela.
- Ela tem postado muitas frases amorosas no twitter. Acho que está apaixonada – disse Anita
- Apaixonada? A Diana? – eu ri – Todos sabemos que ela é a maior “galinha” do colégio. 
- Mas ela pode ter mudado…
- Bem, mudemos de assunto. Depois falamos com ela.
- Vamos entrar ou não? – perguntou Anita

   Entramos no local onde irá decorrer as palestras sobre discriminação e outros assuntos muito falados no Brasil. Segundo o que entendi, os políticos tinham de demonstrar para a população que também “têm coração”. Coisa que eu desconfie. Eles só pensam em mandar, mandar e mandar, muitas vezes sem se importarem com o que acontecerá aos afectados pelas mudanças. Políticos só pensam no bolso deles. 
Com esta palestra, muitos pensam que vão conseguir arremessar votos. Se Arthur for bom no que vai dizer, eu tenho a certeza que o pai dele ganhará as próximas eleições.

   Nos sentamos em um banco vazio atrás. Vimos tantas pessoas de um lado para o outro e nada de encontrar Arthur. Queria ao menos desejar-lhe boa sorte. Mandei mensagem de manhã, mas ele não respondeu. Devia estar com o pai. 
   A palestra começou com umas palavras de uns psicólogos e só depois passou aos políticos e seus ajudantes. O pai de Arthur falou, em primeiro lugar, dando a sua opinião e depois, ao palco, veio o tal André, que o ajuda sempre em palestras. Esse tal de André não disse nada de mais. Falou o básico, aquilo que todo o mundo sabe.

- Estudante de direito? Para mim é filhinho de um papai rico. – comentou Anita
- O Arthur vai fazer bem melhor! – disse eu, segura de mim, fazendo Bela olhar para mim
- O que você sabe que a gente não sabe?
- Nada… porquê?
- Está muito confiante. – eu dei de ombros pra ela

   Ao palco foi chamado Arthur. Ele estava de camisa, roupa muito formal, com o seu topete bem arrumado (mais arrumado do que o normal, inclusive). Ele tossiu um pouco de início, enquanto olhava em direção ao público, quem sabe me procurando. Quis me levantar e berrar “você é o maior, você consegue”, mas isso não ficaria bem, neste momento.
   Arthur começou a palestra dando uma pequena explicação da palavra “discriminação”. Depois disse o quando ela era usada aqui no Brasil e no resto dos países no mundo. Falou de todos os tipos de discriminação e depois dos problemas que isso causava. Por fim, falou de possíveis modos de acabar com a discriminação em todo o mundo. E quando a gente pensava que a palestra estava terminada, ele falou de alma e coração, jogando as folhas com apontamentos para o chão. Falou o que pensava e o que não pensava. Falou como se fosse o público. Não usou palavras caras e no fim recebeu um monte de aplausos. 
Se eu fosse mãe dele, chorava de emoção. Nunca vi tanta firmeza, tanta boa vontade em fazer alguma coisa como a que ele acabou de fazer. Ele estava tão determinado em mostrar ao pai o quanto vale que respirou de alívio assim que o Dr Carlos veio o receber com um abraço.

- Aquilo é o Arthur? Me belisquem por favor! – Daniel não acreditava 
- Eu estou… sem palavras. Foi lindo! – disse Anita com lágrimas nos olhos
- Gente… - Samuel permanecia de boca aberta
- Estou no céu! – disse Daniel
- Eu disse que ele era capaz… - disse eu baixinho. 

E ai, tudo bem?
Têm assistido malhação?

10 comentários:

  1. Postaaa mais ta muito linda essa web to amando

    ResponderExcluir
  2. Posta mais!! E obvio que eu tenho visto Malhação!!

    ResponderExcluir
  3. Q liiiiindoo! To amando sua nova web, posta mais um hoje? Pooor favor criis, poor favoor! E sim eu estoou vendo malhação, o Arthur esta a coisa maaais perfeita do muundo, só ñ gostei dele fazer par romantico com a "bruna" até por que ja ta rolando esses papos de "Eu shippo BruThur" "Eu soou fã de BruThur" aff, esses posers nao tem jeito mesmo. Enfiim to amando muuito.
    By:Rafa

    ResponderExcluir
  4. Posta +++++++++++++++++++++++++++++++++++++++ por favorrr

    ResponderExcluir
  5. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  6. tenho assistido sim, amei o capitulo

    ResponderExcluir