"É estranho. Mas é do nosso jeito" - 13º capítulo

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P.O.V.'s Lua Blanco

   Fomos para a praia. Aquele dia tinha sido um desastre. Daniel e Bela até tiveram uma boa ideia. Nada como o mar para me acalmar. Eu me distanciei deles e fui me sentar à beira mar. Sentia tanta vontade de tomar um banho, mas era tarde e eu nem tinha biquíni (não que isso fosse realmente um problema).
   Estava com os olhos postos no mar, não a 100% porque vi Arthur chegando. Eu me encolhi, mas ele continuou passando por mim sem dizer nada. Aí eu me levantei e olhei pra ele.

- Perdeu alguma coisa? – perguntei
- Você perdeu?
- Não… - cruzei os braços – O mar pertence a todos.
- Ah, então eu tenho o direito de ficar aqui
- Mas veio atrás de mim porquê? Porque não fica com os outros lá? – apontei para os de mais que estavam um pouco mais longe de nós conversando na areia
- Você se acha! – ele riu irónico
- Olha, eu estou sem paciência pra pensar em respostas. Vai embora.
- Mas quem disse que eu quero brigar? Eu já te disse… - ele deu um passo na minha direção – Eu quero sossego.
- Otimo! – fiquei firme
- Beleza…
- Vai embora então. Preciso de estar sozinha
- Não antes sem você me responder a razão daquela briga. Você brigou por mim.
- Eu disse VAI EMBORA! – dei ênfase nas ultimas duas palavras
- Eu não vou – ele riu
- Eu cheguei primeiro. Vai embora.
- E eu cheguei depois. Não vou.
- Porque você é tão burro? – dei um passo para trás, pois estávamos demasiado perto
- Vem cá… você está com medo?
- De você? Precisa de comer mais arroz de feijão!
- Você não tem medo de mim. Você tem MEDO do que sente por mim!
- Sabe do que eu tenho medo? Eu tenho medo de te beijar e daqui a uns anos a gente passar pela rua e não se falar e esquecer completamente o que aconteceu. Eu quero algo duradouro. 
- Mas fique tranquila porque eu já esqueci que a gente se beijou, mas mesmo assim continuo falando com você!
- Melhor pra mim! – engoli o orgulho
- Você é insuportável.
- Faço de suas, as minhas palavras. – respondi e Arthur foi embora.

   Fiquei um pouco mais lá, escutando o barulho das ondas. Já falei que o mar me trás paz?
   A galera me chamou depois do sol se pôr. Eu me sentia, mais uma vez, excluída de todo o mundo que estava ali. Bela e Daniel estavam agarradinhos como pastilha elástica que cola e não descola mais. O Matheus cantava a Jhulie a toda hora. Mas a garota é apaixonada por Bruno que “namora” com a Cassandra.
   Enfim. Jovens sem noção. Jovens em perigo de se apaixonarem e caírem nas garras do amor. 

   Eu ia na direção de sair da praia. Eu ia à frente sozinha, pensava eu. Arthur passou mesmo ao meu lado e acabou me passando uma rasteira de propósito. 

- Tá ficando chato isso.
- Estou apenas saindo da praia. Que eu saiba só tem uma saída. Temos também os mesmos amigos e essa é a única razão da gente se ver nas férias de verão
- Não mete eles no meio! – briguei. Meu celular estava tocando e quando peguei ele, caiu no chão se abrindo todo. Bateria de um lado, capa do outro. Enfim.
- Cuidado pra não quebrar hein
- Cuida das suas coisas, garoto
- É exatamente isso que eu estou fazendo.
- Que bom pra você! – fui grossa
- Até quando a gente vai ficar assim? – ele me encarou, parando à minha frente
- Me erra garoto! – repeti o que ele um dia me disse
- Espera! – ele segurou a minha mão – Vamos conversar.
- A gente já conversou o suficiente
- Não mesmo! – ele estava sério – Eu ainda quero saber o que foi aquilo do beijo e de anos se passarem e a gente não lembrar
- Você próprio disse que esqueceu o nosso beijo
- Depois de você falar que tinha medo…
- Eu não tenho medo de nada! – deixei claro
- Tem sim! Você tem medo de me beijar e depois me esquecer. Tem medo da gente não resultar e de não ser para sempre.
- E o que tem? Não posso ser assim?
- Se você acreditar em mim e confiar em mim, não vai ser assim. Eu prometo…
- Tá falando que nem o seu pai. Os políticos prometem, prometem e prometem e não fazem nada!
- EU NÃO SOU COMO O MEU PAI! – ele gritou comigo
- Quem grita aqui sou eu! – gritei. A verdade é que estava com medo do Arthur. É raro ver ele tão chateado como neste momento ele estava.

   A galera chegou e chamaram os táxis que logo chegaram e nos levaram para casa. Aquele dia tinha acabado, finalmente.

   Na outra semana, Daniel e Arthur tinham mini provas, por causa das aulas de recuperação, e necessitavam da nossa ajuda, minha e da Bela, para se safarem em algumas matérias. Eu ajudava em Matemática e Bela ajudava em Física. Diana até disse que podia aparecer por lá, mas não ajudaria em nada porque realmente ela não é boa em matéria nenhuma! 
   Combinamos estudar na casa da Bela, mas para não variar, eu cheguei atrasada. A empregada me levou até ao quarto dela. Eu já falei pra ela um milhão de vezes que sei onde é o quarto da Bela, mas ela sempre insiste em me levar.
   A porta estava entre aberta. A empregada desceu e eu escutei o meu nome. Decidi ouvir do que falavam.

- Eu sou completamente louco por ela. – era a voz de Arthur
- Ah claro. Deve ser mesmo. Você vive brigando com ela – disse Bela
- A verdade é que ele tenta. – Daniel defendeu Arthur – Ele tenta ser carinhoso e romântico com ela.
- Eu fui tudo e mais alguma coisa com ela. Mas só ganhei tapas na cara. Mais nada. 
- A Lua é assim. Conhecemos ela a um ano e sempre foi assim. Ela nunca se entregou para ninguém. Nem a mim aquela idiota diz que me ama. – Bela reclamou e logo riu – Ela é assim mesmo. Mas não quer dizer que ela não te ame de verdade.
- Mas ela se acha muito! Que convencida! – Arthur reclamou
- Que nada – disse Bela
- Mas eu pensei: se ser legal com ela não resulta, então eu tenho de tentar outro jeito.
- O quê? O que você vai fazer? Garoto, assim você e ela não vão dar certo! – Bela quase gritou
- Claro que vamos! Até agora eu tentei por bem e ela não cedeu. Então, eu vou tentar por mal.
- Você não tem jeito mesmo – Daniel riu
- Ela anda cheia de certezas e acha que é dona da razão. Mas o que eu vou fazer a partir de agora… - não consegui escutar mais, porque ouvi alguém subir as escadas.
- Samuel? – estranhei – Você aqui?
- É… vim ensinar Alemão para o Arthur e para o Daniel. E você?
- Vim ensinar algo também… - sorri e tive uma ideia – Samuel, você topa numa coisa comigo?
- O quê?
- Agora vamos ser grandes amigos. Tipo… amigos coloridos, sabe?
- Porquê isso?
- Porque… sei lá. Porque sim. – eu ri. Samuel estava pouco à vontade mas logo cedeu.

   Entramos no quarto de Bela sem bater à porta. Arthur se calou logo. Eu e o Samuel entramos de mãos dadas e sorridentes para todos. Embora que eu soubesse disfarçar melhor que ele.
   Arthur se endireitou na cadeira e olhou direto para as nossas mãos. A gente tirou as mochilas, colocou de lado e sentou ao lado dos restantes.

   A gente deu a explicação necessária a eles. Durante essa explicação, eu sempre fazia gracinha no rosto do Samuel. Dei inclusive um beijo no seu rosto. Arthur olhava para a gente super irritado e pediu várias vezes para parar com a explicação com a desculpa de que já sabia de tudo.
   No final, só eu, Samuel e Arthur é que saímos mais cedo. Daniel e Bela aproveitaram para ficarem por lá mais um pouco, em casa dela.
   Eu e Samuel fomos à frente, de mãos dadas conversando enquanto Arthur ainda ficou para trás, não sei porquê.

- Está fazendo isso porquê? Não entendi todo aquele carinho no quarto da Bela. É pra fazer ciúmes no Arthur?
- Digamos que é pra dar uma lição nele. Por favor, você precisa de me ajudar.
- Tudo bem… - ele suspirou – Isso não vai dar certo.
- É claro que vai. A gente só precisa de treinar o beijo
- O beijo? – ele quase gaguejou
- É. É o que os namorados fazem.
- Namora-dos? – ele gaguejou de vez
- Sim, vai ser legal! – eu ri

   Confesso que estava tão nervosa ou até mais nervosa que o Samuel. E além do mais, eu estava fazendo uma coisa que não estava gostando: beijar alguém que daqui a 50 anos não vou amar de verdade. Mas é por uma boa razão.
   Eu e Samuel nos beijamos. O que senti com ele não é nem metade do que eu sinto quando beijo Arthur. 
Arthur passa por nós fintando-nos. Não parou de olhar um segundo. Parei de beijar o Samuel para depois olhar para o Arthur e o encarar. Coloquei uma mão de volta da cintura de Samuel, enquanto ele fez o mesmo comigo. Arthur olhou para nós com má cara e quando se ia virar, eu o provoquei.

- Que má cara é essa Arthur? Falta de beijo? – ele olhou para mim – Sabe o que eu acho? Eu acho que o problema não é falta de gente para pegar. O problema é falta de prática. Seu beijo não é bom, Arthur. Você precisa de treinar mais com o travesseiro.
- Lua, deixa ele. – Samuel defendeu ele
- Vocês namoram é? – perguntou Arthur com um certo receio
- Ficamos lindos juntos, né? – abracei Samuel de lado, não respondendo totalmente certo à pergunta de Arthur
- Eu pensei que…
- Que o quê?
- Nada. – ele suspirou e olhou para o chão – Nada mesmo. – Arthur vai embora de cabeça baixa.
- Ele gosta de você… você está fazendo ele sofrer. Coitado dele, Lua.
- Coitado nada. – me debati – Eu ouvi uma conversa entre ele e o Daniel e você nem imagina as coisas terríveis que ele disse de mim.
- Vocês se gostam
- Não. Eu não gosto! – cruzei os braços – Eu não gosto de coisas erradas. Eu não gosto dele.
- Você gosta dele. Você adora coisas erradas. – Samuel me encarou 

Capítulo grande, não?

8 comentários:

  1. Cris eu estava sumida por que eu estava sem internet! Não pense que eu te abandoneei! to simplismente AMANDO sua nova web! bjss te adoro.
    By: Rafa!

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  2. Posta +++++++++++
    Ameeii *-*
    A Lua tem que ceder logo .!!..!

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  3. Faz ela ceder logo porque quem ta sofrendo e ela

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  4. A cada dia que passa fica melhor, voce e uma verdadeira escritora, eles bem que podiam ficar juntos logo ne :/ mais um hj? *-*
    Danny

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  5. Bom foi meio que infantil a ação da Lua mas ela tem quew ceder logo. Não ligue pois só e minha opnião viu eu amo tua

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  6. Achei a atitude da Lua imatura kkk a web está muito boa! Posta mais um hoje? Por favor!

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  7. Ameii o trechos de DiRo nesse capitulo
    Essa web é linda demaiis
    Queria LuAr juntos logo *-*

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