Paixão Sem Limites - Capitulo 9

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 Capitulo 9

   Havia alguns carros parados em frente á casa de Arthur quando cheguei do trabalho. Pelo menos eu não iria surpreende-lo transando. Agora que sabia como os seus beijos eram bons e como era gostoso sentir as suas mãos em mim, não tinham certeza se conseguiria aguentar ve-lo fazer isso com outra pessoa. Era ridículo, mas era verdade.
Abri a porta da frente e entrei. Uma musica sexy tocava bem alto no sistema de som com caixas em todos os quartos. Bem, exceto no meu. Comecei a caminhar em direção á cozinha quando ouvi uma mulher gemendo. Meu estomago embrulhou. Tentei ignorar aquilo, mas os meus pés estavam firmemente plantados no chão de mármore. Eu não conseguia me mexer.
- Isso, gatinho, isso, Arthur, assim mesmo. Mais forte. Chupa mais forte - gritava a mulher.
Senti ciúmes na hora e isso me deixou com raiva. Eu não deveria ligar. Ele tinha me beijado uma vez ficado com tanto nojo que saíra correndo.
Eu avançava e direção ao som mesmo sabendo que aquilo era algo que eu não queria ver. Era como um acidente de trem. Mesmo que não quisesse aquila imagem gravada no meu cérebro, não conseguia deixar de testemunhar.
- Hummm, isso, toque em mim, por favor - implorava a mulher.
Tentei recuar, mas continuei andando naquela direção. Ao entrar na sala, encostrei-os no sofá. Ela estava sem blusa e com um dos mamilos na boca dele, que movia a mão entre as suas pernas. Eu não conseguia ver aquilo. Precisava sair dali. Imediatamente.
 Girei nos calcanhares e saí correndo pela porta da frente, sem me importar se estava sendo discreta ou não. Subiria na picape e sairia dali antes de qualquer um dos dois conseguir se acalmar o suficiente para perceber que foram vistos. Ele estava transando bem ali no sofá para qualquer um entrar e ver. Sabia que eu chegaria em casa a qualquer momento. A verdade era que ele queria que eu os visse. Estava me lembrando de que aquilo era algo que eu jamais iria experimentar. E, nesse momento, eu nem queria mesmo.
Fui até a cidade com raiva de mim mesma por desperdiçar gasolina. Precisava economizar. Procurei um telefone público, mas não encontrei nenhum. Telefones Públicos eram coisa do passado. Quem não tinha celular se dava mal. De toda forma, eu não sabia muito bem para quem poderia ligar. Poderia ligar para Igor; não falava com ele desde que fora embora, na semana anterior. m geral nos falávamos pelo menos uma vez por semana. Mas sem um telefone público isso não era possível.
Eu tinha o telefone de Guga guardado na mala. Mas, pensando bem, por que ligaria para ele? Seria estranho. Na verdade eu não tinha nada a lhe dizer. Entrei no estacionamento do único café da cidade e parei a picape. Podia ir tomar um café e passar alguns minutos folheando revistas. Quem sabe essa altura Arthur já teria encerrado a festinha na sala
Se ele estivesse tentando me mandar um recado, eu o recebera em alto e bom som. Não que precisasse de um: já havia me resignado ao fato de que caras endinheirados não eram para mim.
Gostava da ideia de arrumar um cara do bem, com emprego fixo, que soubesse dar valor ao meu vestido vermelho e meus sapatos de salto prateados.
Saltei da picape e comecei a andar na direção do café quando Mel lá dentro com Chay. Os dois estavam no meio de uma discussão acalorada em uma mesa afastada, no canto, mas dava para vê-los através da vitrine. Pelo menos ela o tinha levado para um lugar público. Só me restava deixá-la em paz e torcer para que ela fizesse a coisa certa. Eu não era mãe dela. Ela muito provavelmente era mais velha do que eu. Ou, pelos menos, parecia ser. Podia decidir sozinha com quem queria desperdiçar o seu tempo. A maresia fez cócegas no meu nariz. Atravessei a rua e, em vez de ir para o café, segui na direção da praia. Lá poderia ficar sozinha.
As ondas que batiam na praia escura me acalmaram. Comecei a caminhar e me lembrei da minha mãe. Eu ma permiti até me lembrar da minha irmã, coisa que eu raramente fazia, porque a dor ás vezes era demais. Mas nessa noite eu queria essa distração. Precisava me lembrar de que já tinha sofrido muito mais antes. Uma atração idiota por um cara que não fazia o meu tipo não era nada. Deixei as recordações de dias melhores inundarem os meus pensamentos... e caminhei.
Quando tornei a encostar com a picape em frente á casa de Arthur, já passava da meia-noite e não havia nenhum carro do lado de fora. Quem quer que tivesse estado lá já tinha ido embora. Fechei a porta da picape e subi os degraus da frente. A luz da entrada estava acesa, tornando a casa alta e intimidadora no céu escuro. Igualmente a Arthur.
A porta se abriu antes de eu chegar lá e Arthur ocupou a soleira. Estava ali para me mandar embora. Eu já esperava mesmo por isso. Nem pestanejei. Em vez disso, olhei em volta á procura da minha mala.
- Onde você estava? - perguntou ele com voz grave, rouca.
Encarei-o de novo.
- Que importância isso tem?
Ele deu um passo para fora da porta, diminuindo o pequeno espaço que nos separava.
- Eu estava preocupado.
Ele estava preocupado? Dei um suspiro e prendi atrás da orelha os cabelos que não paravam de ser soprados para cima do meu rosto.
- Acho isso bem difícil de acreditar. Você estava ocupado demais coma sua amiga para perceber qualquer coisa.
Não consegui impedir que a amargura transparecesse na minha voz.
- Você chegou mais cedo do que eu esperava. Não era a minha intenção fazer você assistir áquilo.
Como se isso melhorasse a situação. Balancei a cabeça, inquieta:
- Eu cheguei na mesma hora em que chego todos os dias. Acho que você queria que eu o visse. Só não sei muito bem porque. EU não estou a fim de você, Arthur. Só preciso de um lugar para ficar por mais alguns dias. Vou sair da sua casa e da sua vida muito em breve.
Ele resmungou um palavrão e olhou para o céu com raiva antes de tornar a me encarar.
- Tem coisas sobre mim que você não sabe. Eu não sou a um daqueles caras que você pode tratar feito um cachorrinho. Tenha  bagagem. Muita. Bagagem demais para alguém como você. Imaginava uma pessoa muito diferente, levando em conta que conheço o seu pai. Você não é como ele. Você é tudo aquilo de que um cara como eu deve ficar longe. Eu não sou a pessoa certa para você.
Deixei escapar uma risada. Essa era a pior desculpa para o seu comportamento que eu já tinha escutado.
- Sério? Isso é o melhor que você consegue? Eu nunca lhe pedi nada além de um quarto. Não espero que você me deseje. Nunca esperei. Sei que você e eu jogamos em campos diferentes. Eu nunca posso aspirar a fazer parte da sua divisão. Não tenho a linhagem certa. Uso vestidos vermelhos vagabundos e tenho muito apego a um par de sapatos prateados de salto porque a minha mãe os usou no dia do casamento. Não preciso de coisas de marca. E você, Arthur, é de marca.
Ele estendeu o braço para pegar a minha mão e me puxou para dentro. Sem dizer nada, empurrou-me contra a parede e me prendeu ali.
- Eu não sou de marca. Enfie isso na sua cabeça. Não posso tocar em você. Quero tanto fazer isso que está doendo, mas não posso. Não vou magoar você. Você é... perfeita, intocada. E no final nunca me perdoaria.
Meu coração batia tão forte que chegava a doer. A tristeza nos olhos dele não era algo que eu tivesse conseguido ver lá fora. Ali dentro, podia enxergar emoção naquelas profundezas. A testa dele estava cheia de vincos, como se algo o estivesse machucando.
- E se eu quiser que você toque em mim? Talvez eu não seja tão intocada assim. Talvez já esteja maculada.
Meu corpo era praticamente intocado, mas, encarando os olhos de Arthur, tudo o que eu queria era aliviar a sua dor. Não queria que ele ficasse longe de mim. Queria faze-lo sorrir. Aquele rosto lindo não devia parecer tão atormentado.
Ele contornou a lateral do meu rosto com um dos dedos e acompanhou a curva da minha orelha, em seguida acariciou o meu queixo com o polegar.
- Eu já fiquei com muitas meninas, Lua. Acredite, nunca conheci nenhuma tão perfeita quanto você. A inocência nos seus olhos grita para mim. Minha vontade é tirar cada centímetro das suas roupas e me enterrar dentro de você, mas não posso. Você me viu hoje mais cedo. Eu sou um filho da puta doente e pervertido. Não posso tocar em você.
Eu o vira mais cedo nessa noite. Vira-o algumas noites antes também. Ele trepava com muitas garotas, mas em mim não queria tocar. Eu era ''perfeita demais''. Eu estava em cima de um pedestal e ele queria me manter lá. Talvez devesse mesmo. Eu não seria capaz de ir para a cama com ele sem lha dar um pedacinho do meu coração. Ele já estava se insinuando lá para dentro. Se eu o deixasse ter o meu corpo, ele poderia me machucar de um jeito que ninguém jamais conseguira. Minha guarda estaria baixada.
- Tudo bem - falei. Não iria discutir. Aquela era a coisa certa a fazer. - Será que podemos pelo menos ser amigos? Não quero que você me odeie. Gostaria de ser sua amiga.
Meu discurso era patético. Eu me sentia tão sozinha que estava me rebaixando a implorar por amigos.
Ele fechou os olhos e respirou fundo.
- Ok, vou ser o seu amigo. Vou dar o melhor de mim para tentar ser o seu amigo, mas tenho que tomar cuidado. Não posso chegar perto demais. Você me faz querer coisas que eu não posso ter. É incrível a sensação desse seu corpinho delicioso imprensado no meu. - Ele baixou a voz e aproximou a boca da minha orelha. - E o seu gosto... é viciante. Tenho sonhado com isso. Tenho tido fantasias. Sei que você vai ser igualmente deliciosa em... outros lugares.
Aperte-me contra ele e fechei os olhos, sentindo que a sua respiração ficava ofegante no meu ouvido.
- Não dá. Puta que pariu. Não dá. Amigos, doce Lua. Apenas amigos - sussurrou antes de ser afastar de mim e de caminhar a passos largos em direção á escada.
Recostei-me na parede e fiquei olhando ele se afastar. Não estava pronta para me mexer ainda. Meu corpo ardia com as suas palavras e proximidade.
- Não quero você debaixo dessa porcaria dessa escada. Detesto isso. Mas não posso passá-la aqui para cima. Eu nunca conseguiria manter a distancia. Preciso que você fique bem escondida - disse ele sem olhar para mim.
Suas mãos apertaram o corrimão até ps nós dos dedos ficarem brancos. Ele passou mais um minuto ali parado antes de se empurrar para longe do corrimão e subir correndo o resto da escada. Quando ouvi uma porta bater, desabei no chão.
- Ai, Arthur. Como é que a gente vai fazer isso? Preciso de uma distração - sussurrei para o hall de entrada vazio.
Se nós dois íamos ser amigos, eu tinha que encontrar alguma outra pessoa em quem me concentrar. E logo. Alguém que estivesse disponível. Era a minha única chance de não chegar ao fundo do poço.
                                                                                                             Continua....
MAIS UM CAPÍTULO HOJE?

8 comentários:

  1. Logico que sim, até pq ja foi prometido u.u mesmo que eu ja tenha. Lido os 2 livros, insisto em ler aqui e fico comparando Blaire a Lua e Rush a Arthur <3

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  2. Eles saoo bestaas se gostam mais o arthur fica falando que ele ñ pode transar fazer sexo fazer amor(seila oq vcs achan que se chama isso)

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  3. Os dois tem que ficar juntos :))
    Alice

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