Certezas - 2ª Temporada - Penúltimo capítulo

|


P.O.V.’s Lua Blanco 

   Arthur ainda nem tinha acordado quando eu saí de casa. A consulta foi uma coisa inesperada. Sinto que Benjamin está prestes a nascer, então a consulta para que o parto seja domiciliário já devia até ter sido marcada. Não me sinto muito confortável dirigindo o carro, por causa da enorme barriga, mas Arthur aparentava estar tão cansado que não resisti acordá-lo. Além disso, pelo que eu entendi, ele não aceitava bem esta minha ideia. 

   Eu esperei cerca de 2horas para ser atendida. Eram 11h19 da manhã quando chamaram pelo meu nome. Eu tinha tudo planeado na minha cabeça sobre o que dizer. Na minha bolsa estavam as últimas análises feitas e todos os meus documentos necessários. Não queria que nada desse errado. 

- Lua Blanco?
- Sim senhora. – respondi
- Pode entrar e sentar. – ela sorriu, sentada na sua grande cadeira – Vejo que está prestes a ser mãe. 
- Falta pouco mais de um mês
- É a primeira vez?
- Sim
- Realmente parece-me ser nova. – me sentei e ela colocou os óculos na ponta do nariz, se inclinando mais sobre a mesa – Veio cá para alguma consulta de rotina?
- Não… bom, eu vim porque tenho algumas dúvidas. – coloquei a minha bolsa em cima da mesa – Eu queria recorrer ao parto domiciliário.
- Bom… é meio difícil. Como você disse, falta pouco mais de um mês e isso tem de ser tudo planeado com muito cuidado. Além disso, nem todas as mulheres estão aptas para esse tipo de parto. Me diga, você sofreu algum tipo de problemas durante a gravidez?
- Eu sofro de hipertensão. Mas está tudo controlado. – acalmei a ligeira alteração no rosto da doutora – Aos dois meses eu deixei de trabalhar para me poder dedicar só ao meu bebé.
- Então acho que não é aconselhável você fazer esse tipo de parto. Será melhor você fazer o parto normal no hospital e…
- Mas é igual. – interrompi ela – Além disso, eu posso contratar profissionais.
- Se eu fosse você, não cometeria esse erro.
- Mas me diga, o que pode acontecer?
- Você pode matar o seu filho e até se colocar em grandes problemas.
- Por favor, mas eu quero muito.
- Pode, fazer ou não, não me cabe a mim. Cabe a você decidir e ao pai da criança. Ele concorda com isso?
- Ele não gostou muito da ideia…
- Vocês têm de assinar um termo de responsabilidade.
- Claro. Eu assino. É necessário ele assinar?
- Não. Visto que é você quem vai ter a criança, não é? – a doutora riu
- Certo. E onde eu faço isso? – perguntei.

   A doutora me explicou tudo. Assinei o tal acordo de responsabilidade e depois ela me indicou diversos profissionais para me ajudarem no dia do parto. Ela disse que tipo de coisas eu tinha de comprar e todos os utensílios necessários para aquele dia. Mas os utensílios ficarão a cuidado dos profissionais que cuidaram de mim, no dia. 
  
    Desse dia para a frente, eu não consegui mais parar de ver vídeos de grávidas em trabalho de parto em casa. Normalmente eram nas salas, onde tinha um grande espaço, já em outros casos era no quarto da criança ou então do quarto dos pais. Eu farei o parto na sala. Está tudo programado. Poderia até ser no quarto do Benjamin, mas aquilo está tão bonitinho que não dá coragem de afastar as coisas para ganhar espaço e colocar a piscina. 
   Arthur não gostou muito de saber que eu tive de assinar o tal termo de responsabilidade. Ele achava arriscado. Até discutimos, devido a isso. Mas ele disse que, apesar de não concordar, que vai me apoiar. 

   Faltavam duas semanas. Duas semanas para Benjamin chegar, quando fizemos uma festa. Juntei todas as minhas amigas, família e até amigos de Arthur. Fizemos chá, acompanhado de bolo que a minha mãe fez e todos os convidados trouxeram mais presentes. Eu praticamente já nem me mexia. Estava toda inchada e com muitas dores nas costas. 

- Acho que é a primeira mulher que eu conheço que fará um parto em casa – comentou uma colega minha de trabalho
- Acho que todo o mundo diz isso – respondi
- Eu teria medo… não sei… - comentou outra
- Ah, não tem que ter medo. Terá muitos profissionais aqui e terei Arthur
- O quê? O Arthur vai assistir ao parto? Ele não vai aguentar – Mark riu
- Eu vou aguentar sim… - Arthur encarou o amigo – Eu queria só te ver 
- Eu tenho a certeza que aguento!
- Veremos! – Arthur desafiou Mark
- O importante é que Benjamin venha com saúde
- Já escolheu as pessoas que vão assistir?
- Já sim. Não pode ficar muita gente aqui. Será apenas Arthur, a minha mãe e a mãe dele. 
- Eu adoraria ficar, mas acho que não consigo – disse Yasmin
- Um dia será a sua vez – eu ri

   E fomos falando de grávidas e histórias de grávidas e ainda do meu futuro.
   Daqui a uns dias eu terei uma criancinha tão pequena aqui em meus braços. Será, com certeza, a alegria dessa casa. Eu e Arthur teremos ainda mais responsabilidades, mas tenho a certeza que vamos dar conta do caso! Arthur será aquele tipo de pai coruja, eu acho. Aquele tipo de pai que não deixará nada de mal acontecer ao seu bebé. Aquele tipo de pai que vai morrer de medo de pegar na criança. Estou até imaginando. Eu pedindo para ele dar a mamadeira a ela, mas ele prepara tudo para que eu dê, enquanto ele aprecia. 

   
   Arthur estava na empresa quando as águas me rebentaram. Na verdade, eu estava vendo um filme, sozinha em casa, enquanto comia pipocas. Aí eu senti uma dor, provavelmente uma contracção, e quando me levantei as águas rebentaram automaticamente. Eu gritei de dor, segurei o sofá e peguei o celular. Comecei a chorar. Eu estava assustada, ansiosa mas feliz. 
   Trinta minutos depois, estava todo o mundo aqui. Minha mãe, a mãe do Arthur, Arthur, duas enfermeiras e uma médica. Estavam arrumando tudo enquanto eu estava sentada no sofá, apertando a mão do Arthur. Apertando não. Estrangulando é a palavra certa. 
   As enfermeiras colocaram toalhas no chão, encheram a piscina e deitaram sobre ela água a 36º graus. 

- Agora peço que entre na banheira. – disse a médica. 

   Eu vestia apenas uma camisola larga de Arthur, como nestes últimos dias sempre tenho feito. A minha mãe colocou a câmara a gravar, ela diz que é um dos momentos mais lindos de se ter como recordação. 

- A água está assim porque irá reduzir as dores e não seria necessária a anestesia, entende?
- Sim. Já me informaram isso. – tentei sorrir, mas estava impossível
- Agora vamos ter de medir a dilatação. 
- Quantos centímetros terá de ter? – perguntou Arthur
- Cinco apenas. – a médica respondeu – Senhora Aguiar, tem como colocar muita água na geladeira? Se for possível, traga um copo de água para Lua. você terá de beber muita água para ficar hidratada todo esse tempo.
- Será que vai demorar? – perguntou Arthur
- A água ajuda a tranquilizar as dores e caso o trabalho de parto abrandar, a Lua terá de sair da piscina, caminhar um pouco e depois voltar. 

   Olhei em volta. Todo o mundo presente ali me olhava com um sorriso no rosto que indicava coragem e felicidade. Ansiedade também. Mas acho que ninguém estava mais ansioso que eu. Eu me movimentei um pouco na água. Queria que essa criança viesse ao mundo ainda hoje. Eram 18:50 da tarde. 

- Quer que eu entre na água com você?
- Você quer entrar?
- Você quer que eu entre?
- Quero. – sorri. Arthur saiu da sala, indo em direção ao quarto, provavelmente indo trocar de roupa. Ali estava eu, à beira da piscina bebendo a água que a mãe do Arthur me havia trazido. 

   As contracções aumentaram. Foram aumentando e eu fui gritando, ou então contendo o grito. A médica foi me dando mais indicações do que eu devia fazer. Foram me dando água, água e mais água. Eu não aguentava ver mais água à minha frente.
   Arthur entrou na piscina comigo. Nesse momento, eu estava de cócoras e ele ficou na mesma posição que eu, atrás de mim, enquanto segurava as minhas mãos bem fortes. Antes dele entrar, percebi que estava muito nervoso. Ele queria que tudo fosse como eu queria e que eu estivesse bem. As mãos dele estavam muito molhadas, e não era da água que estava na piscina, mas sim transpiração devido ao nervosismo. 
   Cada vez que eu sentia uma contracção, eu apertava mais a mão dele. Ele chegou, inclusive, a balançar a mão de dor. Porque eu apertava muito mesmo. 

- 3 centímetros. Está quase Lua. – disse a médica
- Graças a deus.
- Viu? O pior já passou – Arthur beijou o meu pescoço

   Troquei de posição. Tive de me colocar de gatas, segundo o que a médica dizia. Mas eu estava envergonhada, devido às pessoas na sala. A camisa de Arthur estava encharcada e mostrava, praticamente, todo o meu corpo nu. Mas aí me dei de conta que tinha mais com que me preocupar. 

- Mais água. – pediu a média. Uma das enfermeiras me deu um copo com água – Então Lua, como se sente?
- Acho que… bem. – sorri, após beber água
- E você Arthur?
- Bem também. Pensei que seria pior.
- Pensou o quê? Que a água se ia transformar toda em sangue?
- É. Talvez esse fosse o meu medo – Arthur riu
- Medricas. – ri
- Você me ama. – ele riu, enquanto me abraçava. 

   Mais meia hora passou. Eu estava louca para que ele meu filho viesse ao mundo, mas ele parecia estar gostando do interior da minha barriga. A dilatação passou para quatro centímetros. Todo o mundo se sentou no chão, à minha frente, me dando forças e falando comigo para que eu não ficasse nervosa. Eu tinha apanhado os meus cabelos para trás e sentia um calor enorme ali dentro. Me debrucei sobre a borda da piscina, com os braços para fora, e comecei a respirar fundo. Muito fundo.

- Está tudo bem?
- Está. – sorri para Arthur. 
- Vem aqui. – ele tinha se sentado na piscina de pernas abertas, onde a água lhe chegava a metade do peito. Eu coloquei os braços de volta dele. Nos beijamos. Eu continuava a respirar fundo, e ele passava as mãos sobre a minha barriga, o meu cabelo e beijava ainda mais o meu rosto.
- Lua, acho que chegou a hora.
- Já? – Arthur ficou pálido
- É… vamos. Fica de cócoras novamente. Arthur, segure ela pelos braços. 

   Contamos até três várias vezes. O nervosismo tomou conta de mim e eu comecei a chorar. Arthur chorava junto. Eu olhava para os olhos dele e só conseguia ver lágrimas derramadas através dos seus olhos vermelhos. Mas ele sorria. 

- Vamos meu amor, você consegue. – disse ele
- Filha, só mais um esforço
- Ai meu deus, o nosso neto vai nascer. – as nossas mães, a minha e a de Arthur, choravam abraçadas. 

   Fiz mais um esforço. Um último suspiro e finalmente Benjamin veio ao mundo! Eu vi tudo. O momento a cabeça sair, até aos pés. Eu agarrei a criança sobre os bracinhos bem delicados e comecei a chorar. 

- Já está meu amor, já está. Te amo, te amo. – disse Arthur.

   Olhei para todo o mundo à minha volta. Arthur pegou na criança, mas depois passou à médica e saiu dali. Eu queria pegá-lo. Peguei-o e coloquei-o sobre o meu ombro. O beijei. Beijei muito. Ouvi palmas e depois um barulho enorme.

- Arthur? – perguntamos todos. Depois rimos, imaginando o que provavelmente tinha acontecido. 

   Tive ele mais uns minutinhos no meu colo e não conseguia parar de o admirar. Ele tinha os lábios pequenos que nem os de Arthur, bem fechados. Os seus cabelos eram da cor dos meus. E os seus olhos? Os olhos estavam bem fechadinhos. Adorava a maneira com que ele tentava se mexer sobre o meu colo.

- Ele é lindo, não é? – perguntei entre lágrimas. Minha mãe estava ao celular com alguém, assim como a mãe de Arthur. Todas felizes com a chegada do médico. As enfermeiras me ajudaram com a criança, envolvendo-a numa toalha. Depois, me ajudaram a sair da piscina. – E o Arthur?
- Ele… ele está caído sobre a cama.
- O quê? – eu ri.

   Andei com muita dificuldade até ao banheiro, onde as enfermeiras me ajudaram a dar banho. De seguida, elas ajeitaram a sala e foram embora. A médica, antes de ir, me deu algumas dicas sobre cuidar da criança. 
   Deitei na cama, com o meu robe vestido. A minha mãe me deu Benjamin para o amamentar pela primeira vez. Arthur já tinha despertado. Tomou um banho e veio para o quarto, onde não largava o Benjamin um segundo que fosse.

- Eu acho que foi emoção… - disse ele, com o queixo sobre o meu ombro – Ele é lindo né? Você este muito bem. Eu gostei da experiência. Podemos repetir quando você quiser. – nós rimos baixinho

   Passei a mão bem leve sobre o cabelo de Benjamin. Ele tinha a sua mãozinha fechada contra o meu peito. A maneira como ele mamava me fazia chorar. Que orgulho de mim. Que orgulho de nós, eu e Arthur, pois sem ele isto também não seria possível. 

- Quer pegar nele? – perguntei.
- Eu? Não… não… - ele se levantou e começou a andar no quarto de um lado para o outro
- Amor, vem aqui. – eu ri baixinho – Vem pegar nele.
- Eu tenho medo Lua, tenho medo.
- Meu bobo. Vem cá. Vem. 

   Arthur se aproximou novamente de nós e pegou a mãozinha de Benjamin, que apertou. Depois dona Aguiar e minha mãe vieram até ao quarto pegar na criança e depois convenceram Arthur a pegar Benjamin ao colo. 

Genteeeeeee, cara, se vocês não comentarem muito eu me passo ahahaha
Eu fiz pesquisas e deixei tudo muito real. Eu estava escrevendo e imaginando tudo!
Não deu para terminar o capítulo, então o último capítulo mesmo fica para amanhã, ok?
Gostaram do parto? deixem muitos comentários e dicas para o último capítulo amanhã!

14 comentários:

  1. Amei! Pena q ta acabando

    ResponderExcluir
  2. Quero terceira temporada..mais com capítulos mais hot ok?

    ResponderExcluir
  3. Coloca hot no ultimo capitulo e faz a 3 temporada por favorrrrr
    +++++++++++++++

    ResponderExcluir
  4. PQP que magnífico,perfeitooooooo o melhor de todos ♥♥♥♥♥
    Parabéns :-D
    Faz 3 temporada prfv rs,vc escreve maravilhosamente bem :) :)
    Que venha o último :c :c ( faaaz enorme shuashuaa )
    ass: manda

    ResponderExcluir
  5. É uma peninha que a web tá acabando, ela é tao perfect ^.^

    ResponderExcluir
  6. to chorosa n me toque
    mary

    ResponderExcluir
  7. Coloca hot no ultimo cap,e parabens sua web é PERFEITA e é uma pena que ta acabando

    ResponderExcluir
  8. Ahhhh..Prefeito de maisss!! Arrasouuuuu.. Pena que ta acabando :(

    ResponderExcluir
  9. Será que seria demais uma terceira temporada ? Queria tambem que eles tivessem uma menininha pro arthur ficar louco de ciumes
    E parabens pela web
    Você escreve muito bem
    Livia

    ResponderExcluir
  10. 3 temporada pf ? Benjamim seu lindo *-* amei o parto :)) acho que seria legal ter uma declaraçao do Thur para a Luinha e o Ben depois do que ele fez a temp inteire,e falar que ama o Ben ja que ele nunca falou !
    Alice

    ResponderExcluir
  11. Aiiin, cê gosta de me fazer chorar, ou me deixar com lagrimas noa olhos né! Olha P-E-R-F-E-I-Ç-Ã-O, a palavra que descreve sua web, apesar de ficar muito nervosa, pq quando fala sobre algo de quebrar ossos ou partos... Enfim eu fico nervosa e sinto umas coisas estranhas maia deixa pra la, eu amei muuuuito sua Web sempre amo, fui eu quem comçou a pedir a 2temporada, mais nai irei pedir uma 3 pois, vc esta a muito tempo nessa web, e eu quero poder ver outras webs Suas, acho perfeita essa maneira que você tem de escrever perfeito! Enfim te adoro muito! Bjss
    By:Rafa

    ResponderExcluir
  12. Amds, que perfeito isso, parabéns a web é mt boa pena q ta acabando faz terceira temporada? Pfpfpf

    ResponderExcluir
  13. Achoo que vi uma lingua nesse beijo na imagem kkkk.Isso ñ é beijoo tecnicoo ñ viu Lua & Arthur

    ResponderExcluir
  14. Que momento lindo *---* me emocionei viu...
    Poxa Crid, pense na possibilidade de fazer a 3ª temporada, por favor.
    O ultimo podia contar como tem sido a vida dos dois Lua e Arthur com a nascimento do bebê *-*
    Ta lindooo de mais

    ResponderExcluir