Certezas - 2ª Temporada - 29º Capítulo

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P.O.V.’s Arthur Aguiar

   Era hora de pôr mãos às obras. Depois de passar com o meu pai num stand para comprar um novo carro, fomos directos ao escritório do meu advogado. Eu iria ter uma reunião séria com ele, e demorada, para ver como ficaria o caso de Lua. Tinha de tirar ela daquele lugar medíocre o mais rápido possível.

- Filho, me liga assim que a reunião terminar para eu te vir buscar.
- Tá bom pai – respondi
- Continuo a achar que você não deveria fazer isso. O médico disse para você descansar essa perna. Já viu o estado dela? nem dirigir você pode meu filho. Se a situação piora, você vai ficar sem andar
- Nossa, vida essa boca para lá! – pedi – Eu estendo a perna assim que chegar ao escritório
- Se cuida! – disse o meu pai
- Cuide antes do meu novo carro, tá bom? – meu pai riu

   Entrei na empresa de advocacia e fui para o elevador. Esperei ansiosamente que ele chegasse ao 12º andar, para depois atravessar o corredor e encontrar a porta do escritório do meu advogado. Charles tinha uma longa carreira como advogado e era conhecido por resolver dos casos mais difíceis de Londres, por isso estou convencido de que ele fará um bom trabalho com o caso de Lua.

- Boa tarde! – dei assim que entrei
- Boa tarde Aguiar, estava te esperando. – ele se levantou da secretária – O que lhe aconteceu?
- Tive um acidente, nada de grave
- Espero que esteja bem. – sentamos os dois – O funeral do seu ex-advogado foi antes de ontem. Foi uma desgraça total. Muita tristeza e reparei na revolta pela maneira de como ele morreu.
- Normal. Ninguém estava à espera. E o pior é que nunca vamos saber, provavelmente, o que ele havia descobrido desse caso. Sim, porque eu acredito com todas as minhas forças que tenham morto ele por excesso de informação que ele sabia
- E quem você acha que foi?
- Talvez o Connor? – coloquei a questão no ar. Charles riu e girou a cadeira
- Eu aposto que foi ele. Andei investigando. Ele saiu da prisão, depois de ter pago a tal fiança, e jogou sujo diversas vezes… quero dizer, não ele exactamente, mas sim pessoas que ele contratou. Entende?
- Sim… e então?
- Então que provavelmente ele mandou alguém tramar a sua mulher, dona Lua. Imagine… - Charles se chegou à frente, colocando as mãos com os dedos entrelaçados em cima da mesa – Charles pode ter contratado pessoal do mal para colocar a droga dentro da Van em que a sua mulher ia. A questão é: como é que ele sabia que ela ia de férias? Outra… como é que ele conhecia Yasmin?
- Ele estaria vigiando elas?
- Exato! – Charles deu com a mão na mesa – Mas mesmo assim, existe mais coisas que eu adoraria saber, mas como não sei… como é que ele colocou a droga dentro da Van, sem elas verem? No máximo, o que pode ter feito, é ter colocado a droga dentro da Van antes da Van ser entregue à Yasmin, mas como é que ele ia saber qual era a Van em que elas iam fazer a viagem? E bom, aquele tal João Mendes deve ter sido contratado pelo Connor, com certeza, porque ele disse que conhecia a Lua. E Lua negou até à morte que não o conhecia
- É claro que ela não o conhecia! – garanti
- Pois é, eu não nego isso.
- E aqueles recursos que você fez para ela sair da prisão?
- Por causa da gravidez, certo?
- Sim!
- Eu mandei para o juiz e estou até hoje à espera de uma resposta. Acho que costuma demorar
- Mas será que vão concordar com a saída dela, da prisão, antes da gravidez?
- Bom, eu fui bem convincente e tenho a certeza que vão concordar comigo. Terá é de levar o seu tempo…
- Não vejo a hora dela sair de lá! – suspirei e elevei as costas para trás, naquela cadeira confortável

   Ficamos uns segundos em silêncio, até eu soltar uma ideia.

- E se eu encarasse Connor?
- Como?
- Eu metia ele contra a parede e fazia o confessar tudo!
- Mas e provas? Ele pode o acusar de difamação
- Mas é claro que ele está metido nisto até à ponta dos seus cabelos!
- Não duvido, mas é grave fazer uma acusação sem provas
- Sim, mas… eu poderia tentar.
- Bom, acho que deve tomar cuidado e, caso o fizer, não hesite em me contactar.
- Claro! – apertei a mão dele e saí

 
   Naquela semana, todos os dias fui visitar Lua. Queria passar o horário de visita todo com ela, mas era quase impossível. Um dos guardas fez a piadinha de “porque não comete um crime e vem para cá com ela?”, quis matar ele, mas fiquei quieto e segui em frente.

- Está ficando cada vez mais difícil de ficar sem você
- Digo o mesmo. – ela pegou as minhas mãos – Como está a sua perna?
- Bem – menti. Ultimamente, por falta de descanso, ela tem me dado muitas dores – E o nosso filho?
- Bem também. Hoje fui numa consulta e médica disse que ele andou muito agitado e que era melhor eu me controlar, pois se eu fico triste, ele também fica.
- Ela tem razão
- Ela me perguntou o nome dele…
- E você o que respondeu?
- Que ainda não tinha nome
- Tem acontecido tanta coisa que nos temos esquecido disso, né? – passei a mão de leve no rosto dela – Em que nome você pensou?
- Benjamin.
- Em alguma ocasião especial?
- Benjamin era o nome do meu pai. – Lua suspirou e baixou o rosto – Acho que o meu pai se ia orgulhar de mim. Bom, não por eu estar na prisão, mas sim por ele ter, finalmente, o seu primeiro neto.
- Ele queria ter netos?
- Não sei… ele morreu quando eu ainda era jovem, como você sabe. Nessa altura, eu e a Estrela só brincávamos de bonecas. – ambos rimos
- Mas aposto que ele vai gostar!
- Então fica Benjamin?
- Sim, eu gosto.
- Se você quiser outro…
- Não amor, tá ótimo esse! – eu segurei o seu rosto e me inclinei para beijá-la – Quero que saiba que estou fazendo de tudo para vos tirar daqui. Aquela casa não é a mesma sem você. Às vezes perco a vontade de fazer coisas, por saber que você não está lá. Quando você sair daqui, nunca mais vou desgrudar de você e nem pense, em mais alguma vez, viajar sozinha. – sorri
- Bobo! – seus sentimentos estavam tão trocados que Lua começou a chorar – Eu te amo.
- Eu também vos amo! – a beijei novamente
- Estou desejosa também de sair daqui e ficar com você o tempo inteiro. Nada nem ninguém nos irá separar. E obrigada por ter paciência de esperar e por fazer de tudo para me tirar daqui. Você é o melhor homem do mundo!
- E sou só seu! – nos beijamos mais uma vez


   E mais um mês havia passado. Eu estava ficando quase louco com a ausência da Lua todos os dias em casa. Acordar não tinha mais a mesma motivação. Os banhos não tinham mais a mesma piada e cozinhar para uma pessoa só não valia muito a pena.
   Segundo o médico, eu teria de ficar com umas ligaduras na perna por mais duas semanas e depois estava livre. Mas, felizmente, já conseguia dirigir o meu novo carro.
   Saí de casa bem cedo para ir trabalhar. A empresa e as fábricas sentiam a minha ausência nesses dias, mas eu prometia voltar com tudo! À entrada da empresa, notei uma presença de alguém que não me era desconhecido. Dei uns passos à frente, para me aproximar e ver o rosto, e o conheci à primeira!

- Ora se não é o Conor. Você por aqui? – encarei ele de frente. Nem com aquelas óculos de sol ridículos e aquele chapéu enorme se o disfarçaram.
- É… vim… estava só de passagem
- Claro – ri – Entra agora! Precisamos de conversar!
- Isso é uma ordem?
- Será o melhor para você. – o ameacei

   Sem questionar, ele entrou comigo na empresa. Todos os funcionários nos cumprimentaram e ficaram admirados com a presença de Conor, mesmo sabendo que o odeio e que ele nunca é bem-vindo aqui.
   Entramos na minha sala, e pedi a Mark que se retirasse. Ele próprio se admirou também, mas saiu. Conor andou à volta da minha sala, admirando tudo ao mínimo pormenor e depois me encarou, finalmente.

- Para que me chamou aqui?
- Esperava que fosse mais inteligente
- Inteligente eu sou, mas só com quem merece
- Deixe-se de frases feitas. Vá logo àquilo que eu quero e que você sabe bem que eu quero
- Não sei não – ele sorriu falso
- Ou você me fala a verdade, ou eu te parto todo aqui mesmo sem dó nem piedade
- Aí eu vou para os jornais e conto que fui vitima de agressão por parte do Arthur Aguiar, o mais recente dono das empresas e fábricas bem trabalhadas DO MEU PAI!
- E eu conto, com todo o entusiasmo do mundo, que fui capaz de quase matar o filho da mãe que colocou a minha mulher na cadeia, o que você acha? – o encarei. O ar dele foi de pleno gozo, o que me irritou mais e me fez o agredir sem pensar duas vezes.

   Fui batendo, batendo e batendo, até Mark entrar disparado na minha sala e me segurar. Caso contrário, seria capaz de tirar a vida desse desgraçado!

Amanhã não sei se vou postar. Quinta tenho o exame, como já disse. Quero focar estes últimos dias, tá? Se não postar amanhã, não postarei nos próximos dias, então, volto a postar na quinta-feira, depois do exame!

6 comentários:

  1. Ótimo!!!!!! Menos a parte em que a Lua ainda não saiu da prisão????? Mas acredito que terá um final FELIZ....:)
    By:Anna
    Te adoluuuu,,,,bjuu

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  2. tá ficando meio chata
    mais ainda ta boa

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  3. Quando ela sai O.o ? Anciosa ! Thur seu idiota ele pode te por na cadeia tambem -_-
    Alice

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  4. Ela tem que sair da prisão, tadinha!

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  5. Oiii Cris,
    Começei a acompanhar a web a pouco tempo e estou amando. Você escreve muito bem, parabéns.
    Sei que é meio chato isso, mas queria pedir que visitasse meu blog: http://borboletasviajantes.wordpress.com/
    E se gostar, poderia divulgar? Vai me ajudar bastante.
    Bjssss

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