MINI WEB: Aquele cruzeiro... (parte 5 - ultima)

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POV NARRADOR

Os ciúmes de Lua haviam ficado bem traçados. No mesmo dia, em que Arthur foi à casa da Lua almoçar, ele teve uma conversa com a Alice e pediu que tudo o que começou de repente, acabasse do mesmo modo.

- É que eu não gosto de você… quero dizer, te acho legal, foi bom as nossas noites e tal, mas não passa disso. Eu acho sinceramente que você merece alguém melhor que eu.
- Eu não acredito que tudo vai acabar assim. – dizia ela enquanto chorava – Eu gosto tanto de você. Estávamos nisso à quase um mês e eu pensei que fosse especial para você.
- Eu te disse que não queria nada sério
- Seja sincero comigo… - ela pediu – Você estava tentando esquecer alguém?
- Sim. E para ser mais sincero possível… esse alguém voltou. Ela é especial.
- Eu entendo… - Alice virou as costas – Eu não vou me colocar entre vocês. 

Sem dizer mais nada, ela saiu do apê de Arthur, deixando o garoto a pensar “Ufa, isso foi mais fácil do que eu pensava”. 
Para que Lua ficasse mais tranquila, ele mandou uma mensagem pra ela, dizendo que agora eram só eles dois e mais ninguém.

Lua ficou insegura de começar algo com Arthur. Os primeiros dias que eles se encontravam, ainda eram muito estranhos. Mais estranho era ainda o facto de se beijarem e de marcarem encontros aqui e ali. Chris, filho de Lua, já se havia acostumado com o novo “amigo” da mãe. Eles até se davam bem, mas era sempre pelo Pedro, que o pequeno Chris chamava à noite.

Pedro, desde que Lua voltou do cruzeiro, havia se dedicado muito ao trabalho, para assim conquistar Lua. Mas foi exatamente por tanto trabalho, que eles voltaram a se separar. Dessa vez, sem volta!

- Eu recebi um aumento… - disse ele, enquanto jantavam. Pedro tinha chegado à cidade de manhã e veio passar a noite na casa da Lua, para estar com Chris. Os três estavam jantando, num ambiente um pouco tenso.
- Que bom! – Lua pousou os talheres no prato para poder felicitar o pai do seu filho – Parabéns, você merece.
- Obrigado… - ele sorriu, um pouco esforçado – Eu também estou feliz. Mas…
- Mas o quê? – Lua perguntou
- Papai, fica comigo essa noite? – dizia ele todo baboso, chegando nas pernas do pai. Pedro não teve como negar ao filho e pegou ele ao colo, mimando-o.

Na manhã seguinte, Pedro havia saído cedo para tratar de algo que havia esquecido. Ia demorar a tarde inteira, o que dava perfeitamente para então Arthur viu até à casa de Lua.
Enquanto ela tomava banho, Arthur ficou brincando com Chris e os novos brinquedos que o pai havia trazido de um país distante qualquer.

- Mas eu não sei contar! – Chris cruzou os braços de um jeito engraçado e fazendo um bico de todo o tamanho. Aquela posição fez Arthur se lembrar de quando era mais novo.
- Peste! – Arthur riu e balançou o cabelo do pequeno – Você parecia eu quando fazia birra. Mas eu te ajudo a contar. – Arthur colocou Chris no seu colo e mostrou nos dedos do pequeno, como se contava até dez.

Lua havia acabado o seu banho e saiu do banheiro, de tolha, passando na sala e vendo Arthur com Chris ao colo. Ela sorriu, sem querer. Atravessou o corredor sem fazer muito barulho e foi para o quarto passar um creme de hidratação em toda a sua pele. Era raro poder fazer aquilo, já que tinha de estar 100% ao lado do Chris, para ele não fazer besteira alguma. Depois de passar os cremes, foi escolher a sua roupa. Não queria algo muito chique, mas também não queria um trapo qualquer. Afinal, Arthur estava ali e ela só o queria agradar…

- Qualquer coisa te fica bem. – disse ele, na porta entre aberta. Acabou por entrar e sentar na beira da cama. Lua escolheu uma roupa acolhedora e colocou na cama. – Custa me querer que este pequeno não é meu… poxa Lu, até os meus jeitinhos de pequeno ele tem. 
- Para com isso Arthur. Não se iluda mais…
- Não é que eu me iluda… é que vida aquela duvida cruel.
- Eu não sou vagabunda nenhuma. Eu sei ainda de quem são os meus filhos
- Seu filho! – Arthur a corrigiu – Você se importaria se nós fizéssemos um teste?
- Jura? – Lua encarou Arthur, depois de vestir a blusa e o casaco – Eu não acredito que você duvida de mim.
- Não é de você que eu duvido. – antes que ela ficasse brava, Arthur se levantou e colocou as mãos no rosto dela, aproximando ambos os rostos – É de mim que eu desconfio. Da minha insegurança e… não sei. Talvez um instinto masculino.
- Tipo sexto sentido?
- Exatamente! – Arthur concordou – Por favor?
- Está bem, se isso te deixa mais tranquilo… Mas o Pedro não pode saber. Ele não vai gostar nada.

O exame de DNA assim foi feito. Chris sentiu algum medo, depois de ver aquele homem de bata branca e o negocio “esquizitu” no rosto, mas depois de um “calma, vai ficar tudo bem”, de Arthur, o pequeno se acalmou.
Até que o resultado saísse, Arthur não parou de andar de um lado para o outro. Parecia um tolinho. Algo lhe dizia que aquele filho era seu, por outro lado, Lua o negava. Lua, por um lado, gostaria de estar engana e descobrir que aquele filho é de Arthur. Assim, ele não ia apanhar uma grande decepção, por outro lado, se arrependia perfeitamente de ter concordado em fazer o exame de DNA.

- Lua Blanco? – chamou o médico – Pode entrar, por favor. – acompanhada, ia Arthur e Chris. O pequeno voltou a se assustar com o médico e aquela bata branca. Desta vez ele não tinha a proteção no rosto e sim, apenas uns óculos enormes. – Bom, o resultado saiu e eu averiguei o resultado. O Chris é realmente filho do Pedro Gama…

No inicio da conversa, Lua e Arthur estavam de mãos dadas, mas assim que Arthur escutou o que o médico disse, saiu porta fora sem dar explicações para ninguém. Saiu do hospital, não correndo, mas sim no passo um pouco apressado. Ele ainda não estava chorando, mas assim que saísse daquele hospital e a ficha caísse, iria chorar até o dia seguinte.
Lua ficou preocupada com ele. Ligou sem parar para o seu telefone e só não foi mesmo à casa dele, porque Pedro avisou que não vinha jantar, então ela não tinha com quem deixar Pedro.

Depois de chorar um noite inteira, se lembrar das palavras do médico e voltar a chorar de novo, Arthur caiu na realidade e decidiu matar a preocupação da Lua. pediu que fosse jantar com ele hoje, a um restaurante qualquer perto da praia. O mar trazia-o muita calma.

- Mais tarde, eu preciso de sair… tem como você ficar com o Chris? – perguntou Lua, enquanto passava a roupa a ferro
- Claro. Além do mais… - Pedro se levantou do sofá – Eu preciso de passar os últimos dias com ele.
- Últimos dias? Como assim?
- Lembra do aumento?
- Sim…
- Então… eu só recebia esse aumento, caso eu fosse transferido para fora do Brasil. Eu tenho de ir trabalhar para Espanha. Eu vou no final de semana que vem.
- E você só me diz agora?
- Tem mais…
- O quê? – Lua colocou o ferro no mínimo e cruzou os braços, diante do Pedro
- Eu vou num tempo infinito. Eu não sei quando volto… ou se volto. – antes que Lua falasse, ele continuou – Mas eu vou mandar dinheiro sempre, eu vou…
- O Chris não precisa de dinheiro. Ele precisa de um pai presente, que o ame e que o mime quando ele mais precisa. Tem muita gente que queria estar no seu lugar e não pode porque…
- O quê? Que gente?
- O Arthur! – Lua disse sem rodeios – O cara do cruzeiro voltou! – Lua admitiu tudo sem medos. Pedro queria se irritar, mas via que não estava em posição para isso – Ele pensou que o Chris fosse filho dele e fizemos até um teste. Ele ficou arrasado quando viu que o resultado era negativo!

Conclusão: Pedro ficou bem ciente das palavras da Lua e escutou tudo com muita atenção. Ele já desconfiava que Arthur estivesse cá, porque numa brincadeira com Chris, o garoto chamou o pai de “Arthur”, se enganando.
Pedro não podia fazer nada. Não podia pegar numa varinha magica, pedindo que o passado voltasse e que o filho realmente fosse de Arthur. Ele não podia fazer isso. Mas havia algo que ele podia fazer.

- Estou te estou muito grato mesmo! – Arthur apertava a mão do Pedro à mais de dois minutos. Estavam todos no aeroporto, se despedindo de Pedro, que ia para Espanha numa viagem sem data de regresso – Eu vou cuidar do Chris como se fosse meu filho. Não que eu queira tirar o teu lugar, mas eu vou dar toda a educação e todo o amor que esse garoto precisa.
- Eu sei. Mesmo não te conhecendo bem, entendo que os seus planos sejam os melhores. Eu vou acreditar em você e ai de você que me traia.
- Nada disso – os dois riram
- Quanto à Lua, cuida dela cara. Ela é especial e gosta muito de você, caso contrário, não me pedia que eu fizesse uma coisa dessas. Vocês são pra casar! – Pedro se despediu de Arthur com uma palmadinha nas costas, beijou o filho mais uma vez e foi embora.

Chris não entendeu muito bem a razão de já não ouvir com tanta frequência a voz do pai através do celular, e não percebeu bem também a razão de Arthur se ter mudado para a casa dele.

- Estou feliz. – disse Arthur, se deitando ao lado de Lua, depois de muita mudança para um dia só – Minha vida está tomando o rumo certo, tenho a certeza disso. O Chris me dá uma alegria extrema, você não tem noção. – Arthur gargalhou – Mas você também! – Arthur abraçou Lua e beijou. A garota retribuiu o abraço e beijou o peito do namorado. – Agora, para melhorar o meu ano, você me dava um filho.
- Um filho? – Lua riu – Acha que me aguenta 9 meses grávida?
- Só não aguento mais porque é impossível! – ambos riram. Arthur beijou o pescoço de Lua, novamente.

O pedido de namoro não tinha sido nada de mais. Foi num jantar combinado que Arthur quase pediu a mão de Lua em casamento, mas ela disse pra irem com calma. Estão namorando há dois dias.

Lua adorava os momentos calmos e românticos com Arthur. Adorava sentir a pele dele, encostada a sua. Adorava poder se arrepiar com o toque dele. Adorava se entusiasmar com os sussurros sensuais de Arthur e se deliciar daqueles eternos beijos.
As peças de roupa que os dois tinham vestidas eram bem poucas e logo foram retiradas e jogadas para um canto qualquer do quarto. O que eles iam fazer ali tinha de ser rápido, pois a qualquer momento, o filme que o Chris estava a ver na sala podia acabar e ele iria chamar Lua para coloca-lo a dormir. Arthur não deixou de modo algum que Lua ficasse por cima dele, tomando toda a pose, então ele é que ficou por cima da garota, segurando os pulsos dela para trás, na cama. Lua sentiu a boca dele passar em toda a extensão do seu rosto, pescoço, peito, até à barriga, onde mais se arrepiou.
Quando as investidas de Arthur começaram, Lua mordeu os lábios para que Chris não escutasse nada do que estava acontecendo. Arthur não se cansava de estocar cada vez mais, vendo Lua se contorcendo e pedindo por mais. 

Enfim. Quem diria… os dois aguentaram os três meses seguintes sem discutir. Nem mesmo o mais pequeno ciúme, se os deixou afastados durante algumas horas. Tudo era resolvido com beijos, com flores ou de modo mais simples na cama. O amor que faziam quebrava qualquer barreira. 

Faltavam pouco mais de cinco minutos para Arthur chegar a casa, depois de um dia de trabalho, na própria data de aniversário. Chris estava todo contente e animado, esperando Arthur chegar em casa. Ele tinha um chapéu de festa na cabeça que ficava um pouco grande nele, fazendo, às vezes, ir parar aos olhos. Ele estava atrás da porta da cozinha e pretendia correr até às pernas de Arthur, assim que ele chegasse.
Lua estava sentada no sofá, com uma caixinha pequena na mão. Aquela seria suficiente para deixar o dia de Arthur radiante. De Arthur e não só.

- SURPRESA! – Lua e Chris gritaram, assim que viram Arthur entrar em casa. Naquela manhã, ele tinha saído tão cedo para trabalhar, que não deu tempo nem de dar um beijo de bons dias.
- PARABÉNS THUR! – disse o pequeno Chris, que não largava um segundo a perna de Arthur. 
- Obrigado, campeão! – Arthur pegou o pequeno ao colo, lançou várias vezes ao ar, fazendo o pequeno gargalhar de entusiasmo. Assim que ele colocou Chris no chão, o pequeno o levou até à cozinha, onde tinha um bolo de aniversário. Arthur agradeceu tudo mais uma vez e foi até à sala com Chris no colo 
- E o bolo? Não vamos comer?
- Primeiro quero um beijo da sua mamãe, pode ser?
- Mas ela é minha! – disse ele
- Sua mãe e minha namorada – Arthur riu, colocando ele no chão e indo até Lua, roubando um beijo. Sentou ao seu lado e olhou pra caixa. – Jura que não me vai dizer nada?
- Parabéns lindo! – Lua o encheu de beijos, mas ela estava estranha. Escondia algo.
- E a caixa é para mim?
- Sim. É de nós dois, para você.
- Nós dois?
- Abre! – pediu Lua.

Arthur abriu a baixa preta, que dentro tinha uma caixa azul escura. Quando abriu essa caixa azul escura, tinha outra azul clara. E depois de abrir essa, viu mais uma pequena branca. Esta branca era diferente. Havia umas letras pequenas escritas e outras grandes em vermelho, que Arthur nem deu tempo para ler. Abriu logo e tirou de lá de dentro um teste de gravidez.

- Mentira? – ele riu – Lua, por favor. É verdade? Lua… - ele queria tanto rir, falar e ter a certeza do que realmente estava acontecendo, que se tornava um pouco confuso.

O casal riu, se abraçou, se beijou e Arthur chegou mesmo a se emocionar. Afinal, ia ser pai e desta vez, o filho foi feito com todo o amor, por ele e Lua!

FIM!

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