Mini web: “Que tem a idade?” - parte 2

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POV NARRADOR

E depois daquele beijo Lua não conseguia pensar em outra coisa. Primeiro, pelo facto dele ter reagido ou melhor, de ele ter continuado aquele tão perfeito beijo. E segundo, por a ter levado a casa, se despedindo com um selinho e um beijo sorriso.


~Bom dia ~
~Oi Lua, bom dia~
~E como você está hoje?~
~Atraso, muito atrasado~
~Vai para a academia?~
~Vou sim, trabalhar~
~Eu também vou passar lá hoje~
~É melhor não…~
~Porque não?~
~Porque… é uma longa conversa que precisamos de ter. mas outro dia, agora não.~
~Está me deixando preocupada.~
~Não fique. Não pense em nada… nada que tenha o meu nome. Apenas me esqueça~
~Eu não vou fazer isso!~
~É o melhor pra você e pra mim também. Adeus Lua.~

Seria aquele o fim?

- Mas como assim? Estão sem se falar à quantas semanas?
- À 3 semanas, 5 dias e… - Lua olhou pró seu relógio – 21horas. – respondeu à sua melhor amiga
- Mas o que você fez a ele?
- Além de beijar? Apertei a bunda dele!
- Que safada! – Anna riu
- Ele fez o mesmo com a minha tá?
- Mentira?! – ela riu
- Mentira mesmo… - Lua fez bico – Mas sei lá, ele foi tão fofo comigo. Me tratou tão meu, com carinho, com… amor?
- Amor?
- É… Aii Anna, eu acho que estou apaixonada!
- A verdade é que nunca te vi assim por um cara que ainda por cima é mais velho
- Você também com essa conversa?
- É a verdade, é a real. Talvez ele se afastou de você por isso mesmo. E eu acho que você não é garota de ficar sem fazer nada depois de ter acabado uma “relação” por mensagem
- E não sou mesmo! – Lua suspirou – Mas ele disse pra eu não voltar a vê-lo, nem ia à academia
- E desde quando você faz o te que mandam?
- Acho que o amor muda as pessoas…
- POR FAVOR, TRAGAM A MINHA AMIGA DE VOLTA? – Anna se colocou em cima do banco do jardim e gritou
- PÁRA! – gritou enquanto ria – Eu estou apaixonada mesmo por ele tá? Confessei! Mas não vou me deixar fazer boba…
- Já está passando por uma então!
- Nem estou! – ela cruzou os braços
- Está sim! – Anna a chamou à atenção – Ontem eu fui na sua casa e te vi falando com o seu meio irmão, pessoa que você mais odeia. Vi você colocar a mesa porque a sua mãe pediu e vi você dando boa noite ao seu pai. Já para não falar das frases lamechas que você coloca no facebook e dos gifs terríveis de pessoas se beijando no tumblr. Você não é mais você!
- Tá… talvez eu tenha mudado mesmo! – ela voltou à real – Mas vou voltar ao que eu era antes, à se vou! – riu maléfica

Lua escolheu a melhor hora do dia de Terça para ir à academia. A sua mãe, que é dona daquele estabelecimento, não estava lá pois tinha ido pagar umas contas e como não tinha lá ninguém conhecido, Lua decidiu entrar na academia para ter uma conversa seria com o Arthur.

- Margarida, minha querida, avisa pra toda a gente que a aula de exercício foi cancelada? O professor me pediu para lhe dizer, ele não está passando bem.
- O professor Arthur?
- Sim.
- Mas ele passou aqui e estava otimo. Até deu “boa tarde” sorrindo e…
- Ele quando crescer quer ser ator. E parece que vai ter sucesso. – Lua piscou para a mulher que fica na recepção. Enquanto ela se dirigia à sala de exercício…
- Desculpe menina Lua, mas você onde vai?
- Eu me esqueci do celular lá dentro. – mentiu – Por favor, faça o que eu pedi. – sorriu de novo

A recepcionista ficou desconfiada, mas fez o que a filha da dona da academia mandou.
Lua entrou pela sala à dentro e fechou as portas, fechando as cortinas por cima. Arthur colocava musica, como sempre e olhou para trás assustado.

- O que você pensa que está fazendo?
- Isso pergunto eu! – Lua jogou a sua mochila no chão – Pensa que é com uma mensagem que eu vou te esquecer? Pensa que é apenas com aquilo que vou esquecer os momentos bons que passamos naquele parque? Aquelas risadas e gargalhadas e aquele beijo?
- Lua, eu pedi pra…
- Pediu pra esquecer mas não é fácil! Não é! – insistiu Lua se aproximando de Arthur que suspirava – Arthur, por favor, me diz porque me pediu aquilo. Porque disse para eu me afastar?
- Será que você não entende? Não entende que esta coisa de ficar é perigosa?
- Eu também acho que ficar é perigoso sabe? – disse irónica – Eu prefiro que seja uma coisa mais seria. – ela colocou os braços de volta do pescoço dele – Que tal me pedir em namoro agora? – ela roubou um selinho dele que não resistiu e riu
- Você acha que é assim tudo tão simples não é? Você não tem noção do…
- Vai começar com os insultos? Vai começar a me chamar de criança? Fique sabendo que eu já…
- Já tem 16 anos, todo o mundo sabe – ele riu – Acontece que eu tenho mais 8 anos que você! Sabe contar? Dá 24. 24 anos que eu tenho
- Fico orgulhosa da sua mãe e do seu pai, fizeram realmente um bom trabalho hein! – ela olhou ele de cima a baixo e ambos riram – Arthur, deixa isso de lado. Você gostou de mim, eu sei que sim – ela riu e ele também
- Convencida!
- Você gosta! – ela riu e beijou ele. Ele não queria aquele beijo, mas como ia resistir em parar? Não dava. O beijo dela era tipo droga, so que melhor. Era uma droga que fazia bem ao corpo e à alma.

Arthur continuou os beijos. Queria algo calmo, afinal, não ia fazer com ela o que faz com as mulheres de vintes e poucos anos. Lua tinha apenas 16 e merecia ser tratada de outra forma. Aquela forma mais carinhosa e calma.
Mas ela não facilitava.
A música tocava alto, a porta estava trancada e as pessoas não paravam de bater nela, mas Arthur e Lua pouco se importavam.
A garota pulou no colo dele, o fazendo ir para trás enquanto segurava as pernas dela contra a sua cintura e ir para cima dos colchões que estavam mais atrás. Ele caiu, se deitando e Lua ficando por cima. Ele levou as mãos dele ao bumbum dela, apertando, sem parar o beijo, enquanto ela bagunçava o cabelo dele

-A porta… – parou o beijo para lhe olhar nos olhos
- Não se preocupe. – Lua riu – Está fechada! Eu tranquei e mandei a aula ser marcada para outra hora – ela queria começar outro beijo para ele voltou a interromper
- Lua, a sua mãe! – ambos se assutaram ouvindo a voz da mãe da Lua chamando Arthur
- Arthur, você está ai? Eu vou abrir a porta viu?

Rapidamente Arthur pegou em cima Lua colo e a levou para a porta ao fundo. Ela dava acesso aos balneários privados dos professores que dão aulas na academia. A mãe da Lua conseguiu abrir a porta e entrou pela sala à dentro.

- Arthur, cadê você? Porque trancou a porta?
- Eu to aqui… - ele disse do banheiro – Estava passando mal e resolvi tomar um banho. Por isso pedi para deixar a aula para outra hora… - Arthur encostava Lua contra a parede, tapando a boca dela com a mão porque ela estava mortinha por dar altas risadas
- Mas está tudo bem mesmo?
- Sim, não se preocupe. Estou terminando o banho. Assim que terminar, eu saiu e vou descansar para casa
- Claro, não se preocupe. Por acaso viu a minha filha Lua? ela vinha cá buscar o celular e não apareceu mais
- Sim, ela passou cá mas avisou que… ia para casa. – mentiu
- Tá. Vou tentar lhe ligar para o celular. – a porta se fechou, pois a mãe de Lua foi embora, o que fez o casal respirar de alivio
- Preciso de ir buscar o celular antes que ela me ligue e me note aqui. – Lua saiu correndo do banheiro e foi pegar o seu celular. Desligou e voltou ao banheiro, onde Arthur estava ainda no mesmo lugar, encostado à parede
- Entede agora porque não podemos ficar juntos?
- Não… - ela se aproximou para o abraçar
- A sua mãe, seu pai, sua família… eles vão achar que eu sou um tarado sexual qualquer e é claro que não vão querer você a namorar com um cara mais velho que você 8 anos. Além do mais, eu trabalho na academia da sua mãe. Se ela descobre que agente tem alguma coisa, ela me coloca no olho da rua
- Você não vai acabar o que temos por isso… - Lua estava triste
- Vou sim Lua!
- Não vai… - ela segurou o choro – Você tem noção do que significa pra mim? Você tem noção no que se tornou pra mim em tão pouco tempo? Eu nunca lutei assim por ninguém. Você é o primeiro e será o único. Arthur, não deixa tudo a perder. Eu converso com a minha mãe e ela fica a saber de tudo. Se ela concordar, otimo. Se não, paciência. Eu estou bem é com você
- Lua, é claro que eu sou o primeiro na sua vida que você lutou tanto assim como diz, porque na verdade você tem 16 anos…
- Pára de me jogar isso na cara! – gritou
- Lua, é melhor esquecer tudo. Acredite, é melhor assim… - ele ia sair do banheiro
- Eu vou contar pra minha mãe que você abusou de mim! – Lua queria rir com o que estava dizendo, mas tinha de se manter forte para meter medo a Arthur. O garoto olhou para trás, se encostou na porta, cruzando os braços
- Você não quer que eu te chame de criança, mas continua agindo como uma. Além do mais, eu não abusei de você
- Será mesmo? Olhe que eu sei convencer bem a minha mãe. – Lua riu. – Arthur, por favor, vamos ficar juntos para sempre. Se você quiser, fugimos até do país. Mas vamos embora de uma vez! – Lua agarrou os braços do Arthur, pedindo.
- Eu não podia fazer isso… - ele riu – Serei acusado de rapto
- Fica comigo?
- Pra sempre?
- Pra sempre! – Lua concordou – Fica?
- Fico tolinha! – abraçou ela e deu um beijo longo – Mas você sabe que vai ser difícil, não sabe?
- Eu sei, eu sei. Mas vai valer a pena! Adoro você! – Lua estava tão entusiasmada com a ideia de namorar com Arthur que não deu atenção para mais nada
- Espera… - ele parou o beijo e recuperou o fôlego – Agente só namora com uma condição.
- Que condição?
- Você não conta pra ninguém, nem eu. Vamos namorar encondidos.
- E depois a criança sou eu… - ela riu, cruzando os braços
- Mas é por uma boa causa linda…
- Linda é? Sou linda? – ela colocou os braços de volta do pescoço dele
- Você é mais que linda… - aproximaram os rostos, roçando os narizes e se beijaram

Ficaram assim durante umas boas duas semanas. Se pegando às escondidas no banheiro dos professores da academia, se pegando nos jardins da rua, embora sendo públicos, se pegando durante as fugidas à noite de casa…
Enfim, se pegando onde e quando desse.

Mas Lua tinha um meio-irmão com insónias, muitas insónias. Ele, se fosse preciso, passava as noites acordado pois nunca conseguia dormir, nem contando carneirinhos. Certo dia, ele flagrou Lua saindo do quarto, perto da 00:00h e se descaiu no dia seguinte e disse à mãe dela.
Dona Blanco ficou loco curiosa e ficou espiando a filha. Houve um dia em que ela flagrou Lua saindo de casa àquelas horas e entrando no carro de Arthur…

- Bom dia! – dizia toda sorridente, entrando na cozinha
- É mais boa tarde… - corrigiu o irmão apontando para o relógio da cozinha que marcavam as 13:06 da tarde
- Ops, ou isso – riu e sentou na mesa da cozinha, pegando uma maça antes. Bocejou e chamou a atenção da mãe
- Está com sono ainda? – perguntou a mãe, enquanto preparava o almoço
- Estou…
- Mas que horas foi dormir ontem?
- Cedíssimo. Umas 10horas da noite… - mentia descaradamente. Dona Blanco ouviu aquilo e seus nervos se activaram. Pegou na faca e espetou na batata que arranjava. Essa reação chamou a atenção de Lua e do seu meio irmão que olharam disparados para a mãe
- O que foi mãe? – Lua perguntou – Tá tudo bem?
- Daniel, vá pró seu quarto! – a mãe ordenou e ele foi – Como você tem coragem de mentir assim pra mim? Me explique! – Dona Blanco gritou. Os seus olhos começaram a marejar e Lua não entendia a razão disso
- O quê mãe? Eu não menti… eu… eu posso ter ido 11horas da noite ok, mas, que tem de mal?
- Não mente pra mim Lua, não mente! – Dona Blanco se aproximou da filha, cheia de raiva e deu um tapa nela. Lua virou a cara jogando os seus cabelos azuis. Nunca antes a mãe tinha batido nela. Nunca.
- Você… - Lua começou a chorar – VOCÊ ME BATEU! – gritou
- BATI SIM E JÁ DEVIA TER BATIDO ANTES SABE PORQUÊ? PORQUE ASSIM TALVEZ VOCÊ PODIA TER TIDO MAIS JUIZO NO SEU PASSADO! PODIA TER CUMPRIDO CERTAS REGRAS QUE GAROTAS DA SUA IDADE CUMPREM! MAS EU DESCOBRI TUDO LUA, EU DESCOBRI TUDO! – Dona Blanco chorava e gritava ao mesmo tempo – Eu descobri o porquê de você nesses dias andar tão feliz e ainda por cima estar sempre a ir à academia. Eu sei a razão de você mentir dizendo que vai com a Anna quando eu sei que não vai. Eu até pensei que você tinha arranjado um namoradinho qualquer, mas não… VOCÊ FOI LOGO ESCOLHER UM CARA QUE TEM IDADE PRA SER SEU PAI!
- Do que você tá falando? Pirou? – Lua se fazia de desentendida
- NÃO MENTE LUA! NÃO MENTE! EU VI VOCÊ E O ARTHUR NO CARRO SE BEIJANDO, EU VI!
- Pirou…
- LUA! – gritou ainda mais alto do que nas outras vezes
- Foi o Daniel não foi? Foi ele que te disse não foi? Eu vi a luz do quarto dele no outro dia acessa à noite… eu vi ele na janela!
- Ele me disse mas eu é que vi! Eu é que vi você lá com ele no carro. Você tem noção das coisas que fez? Você tem noção do que te pode acontecer? Você pode ir parar a uma casa de correção. – A mãe da Lua chorava – LUA, ELE É MAIS VELHO QUE VOCÊ! ELE TEM IDADE PRA SER SEU PAI! – gritou de novo
- NÃO EXAGERA MÃE! ELE TEM 24 ANOS, NÃO IA SER MEU PAI!
- ELE É MUITO VELHO LUA! Ele pode ir preso, sabia? O que ele está fazendo é abuso de menores e…
- Ele está fazendo o que eu quero mãe. Eu e ele nos amamos! Entende isso…
- Amar? Lua, amar? Nem a mim se você diz que me ama e já diz a ele que lhe ama? Ele é um louco tarado! Eu devia ter desconfiado… eu devia ter desconfiado! – ela começou a andar às voltas na cozinha – Ele estava todo educado para mim, sempre me dando os bons dias e dizendo que você estava se saindo bem em todas as aulas… EU VOU DESPEDIR ELE!
- NÃO FAZ ISSO! O Arthur precisa daquele trabalho
- Pensasse nisso antes!
- Se você fizer isso, eu saiu de casa! – ameaçou
- Você não teria coragem!
- Experimente para ver!

Lua saiu de casa chorando. Andou pelas ruas meia desnorteada e foi até à academia. Arthur estava trabalhando àquela hora e se assustou quando Lua entrou por lá, interrompendo a aula, chorando e com a recepcionista atrás dela.

- VOCÊ NÃO PODE ENTRAR! – gritava a mulher
- O que se passa aqui? Lua, porque está chorando? – Arthur parou a aula, desligou a musica e correu até Lua, que caiu nos seus braços. As mulher que faziam o exercício ficaram roídas de inveja por ver Lua nos braços do professor – Por favor, a aula está cancelada. Depois mando mensagem para compensar esta aula. Mil desculpas. – Arthur colocou ela no colchão e esperou que ficassem lá sozinhos. Lua não parava de chorar no colo dele, sem parar de lhe abraçar – Me diz o que se passa. Por está chorando desse jeito?
- A minha mãe… - ela soluçava – Ela descobriu tudo. Me bateu e quer que eu termine tudo com você… mas eu não quero Arthur. Eu disse pra ela que ia fugir de casa. Eu quero fugir com você… - ela limpava as próprias lágrimas do rosto e segurava forte a mão do Arthur – Arthur, vamos embora. Se agente for embora vai ser mais fácil das pessoas aceitarem a nossa relação.
- Eu avisei que isto ia acontecer… eu avisei. – ele se levantou e começou a andar às voltas na sala – Você é a que mais sofre nisto tudo, por minha causa. Lua, eu avisei tanto…
- Eu sei que você avisou e eu estou pronta para tudo. – ela suspirou – Só não esperei que ela me fizesse isso… eu não quero ir dormir em casa
- Mas você vai. Você vai pedir desculpas pra sua mãe e vai dizer que… - ele suspirou – Que agente terminou tudo.
- Porquê mentir mais Arthur?
- Não é mentir Lua… é a verdade. – ele mordeu o lábio, controlando o choro – Agente vai terminar. Para o meu bem, para o seu bem e o bem de todos.
- Não Arthur, não vamos terminar, não vamos! – ela segurou ele forte
- Vamos sim Lua. acabou… é melhor prós dois. Por favor, vai pra casa e resolve as coisas com a sua mãe. Ficar chateado com a mãe é terrível
- Se isto acabar, eu vou dar em louca. Escreva o que estou dizendo…
- Lua, deixa de birras. Os momentos que passamos foram otimos, mas você e eu sabemos que não se irão repetir
- ISSO PROVA QUE VOCÊ NÃO ME AMA MESMO! – gritou, chorando – EU É QUE SEMPRE LUTEI POR ESTA RELAÇÃO E VOCÊ NUNCA ACREDITOU NO NOSSO FUTURO!
- Eu não te amo? – ele a encarou – Você acha que se eu não te amasse, eu estaria correndo todos esses riscos? Eu estou namorando com uma menor que é filha da minha chefe. Eu posso ser despedido e preso. Eu faço isto por você e você ainda diz que eu não te amo?
- Então prova! Prova que me ama… - ela chorava sem passar – Vamos fugir daqui os dois. Para onde você quiser. Passaporte eu tenho, você escolhe o lugar
- Não é tão fácil assim…
- Você compra as passagens, claro que é fácil. Eu pago tudo Arthur, não se preocupa. Vamos para longe, por favor
- Eu não posso fazer isso… vão me acusar de rapto de menores.
- A minha mãe não seria capaz…
- E o seu pai?
- Muito menos ele… Arthur, eu vou ter uma ultima conversa com a minha mãe. Depois eu te ligo. Mas pelo sim ou pelo não, arruma as suas coisas. Vamos viajar ainda esta semana.

(…)

Ela bem que tentou. Conversou com os pais de bem, prometeu melhores notas, mais ajuda em casa e menos maluqueiras. Se fosse preciso, tirava aquela cor azul do cabelo, deixava de comprar roupa todas as semanas e parava de fazer piercings. Mas eles tinham que permitir o namoro com Arthur.

- A minha resposta é não! Se eu te vir mais uma vez com esse cara, eu juro que te coloco num colégio interno! – ameaçou o pai
- E eu sou da mesma opinião que o seu pai. – disse a mãe decidida

(…)

“Eu não queria, juro que não. Mas vocês não me deixaram tomar outra decisão se não sair de casa. Não se preocupem, eu ficarei bem com o Arthur, porque sim, eu vou com ele para longe. Onde, eu não digo.
Em toda a minha vida eu sempre tive o que quis por vocês serem assim: otimos pais, otimos conselheiros, ricos e muito liberais. Sempre me deixaram fazer o que eu queria e talvez tenha sido esse o erro. Não estou dizendo que a culpa é vossa, não, pelo contrário. A culpa não é de ninguém, talvez apenas do meu coração que esqueceu o que a cabeça dizia e seguiu o seu caminho.
Escolhi o Arthur por ele ser diferente dos outros meus namoradinhos: crianças, palhaços e pouco românticos. O Arthur é tudo o que uma garota sonha, apesar de ser mais velho. Vocês sabem que apesar de ter 16 anos sempre fui uma mulher bem crescida. Tenho juízo e sei o que faço.
Escrevo esta carta para vos dizer que estou bem, não se preocupem. As noticias más sempre chegam cedo, não é mesmo? Quando estiverem a ler esta carta, talvez eu já esteja longe. Mas não se preocupem por favor.
Eu volto, um dia quem sabe porque agora vou curtir o homem que eu amo. Eu sei que as coisas um dia vão melhorar e será nesses dias que eu volto. Um beijo, Lua Blanco.”

(…)

- Lembra de quando um dia você disse na brincadeira que devíamos fugir pra sermos felizes juntos?
- Lembro… - Lua sorriu deitada sobre o peito dele.

FLASH BACK ON

- Será mesmo? Olhe que eu sei convencer bem a minha mãe. – Lua riu. – Arthur, por favor, vamos ficar juntos para sempre. Se você quiser, fugimos até do país. Mas vamos embora de uma vez! – Lua agarrou os braços do Arthur, pedindo.
- Eu não podia fazer isso… - ele riu – Serei acusado de rapto
- Fica comigo?
- Pra sempre?
- Pra sempre! – Lua concordou – Fica?

FLASH BACK OFF

- Essa brincadeira virou realidade. – ele riu – Está feliz?
- Estou…
- Não parece. – ele levantou o rosto dela para olha-la nos olhos
- Eu não gosto do facto de ter deixado os meus pais, mesmo eu sendo assim tão nova. Mas por outro lado, ficar com você é de mais…
- Eu não te forcei a nada…
- Eu sei que não. – ela passou o seu dedo pelo nariz dele, boca e beijou – Pelo contrário. – Lua riu
- Mas o facto de ser você a pagar tudo, não me agrada. Em breve, eu vou começar a trabalhar. Amanha vou começar a procurar trabalho… não deve ser difícil
- Eu também acho que não deve ser difícil. Vamos jantar?

Estavam em um dos melhores hotéis da cidade. Hotel só nos primeiros dias porque em breve irão ver uns apartamentos para alugar ou quem sabe comprar. Lua tem o seu dinheiro no banco bem recheado, mas tem medo que os pais cortem essa conta e ela fique sem nada.
O quarto de hotel tem apenas uma cama, banheiro, tv e uma varanda com vista para a cidade. É agradável, apesar de tudo.

- Será legal viver junto? – perguntou Arthur, enquanto seu olhos admiravam Lua preparando o jantar.
- Eu não sei. Nunca vivi com ninguém… além dos meus pais, claro
- Eu vivia sozinho e era um tédio.
- Prometo que comigo será mais bem animado – Lua riu, vindo do balcão de cozinha improvisado até ao colo de Arthur, que estava sentado na cama – Eu não sou boa de cozinha. Mas sei aquecer pizza, lavar a louça e… mais nada. – riu de novo – Serve?
- Não sabe fazer miojo? Brigadeiro?
- Brigadeiro eu sei…
- Eu sei miojo! – disse Arthur.
- Então pronto, tá otimo.
- Te amo! – Arthur beijou o pescoço dela e apertou as suas coxas, chegando ela para mais perto. Lua se deixava levar por os encantos dele e vazia o que podia para não lhe deixar mal.
- Eu também amo você… - ela continuou o beijo, esquentando mais enquanto pedia passagem pra língua dela.

Lua era virgem e o facto de namorar com um cara bem mais velho não mudou isso. Arthur respeitava ela. Lua não queria ser daquelas virgens até ao casamento, mas também não queria dar a ele tudo de uma vez.
Por enquanto, dormiam juntos, grudados, se beijavam dia e noite, sem se fartarem e trocavam umas carícias por vezes quentes de mais…

De que importa a idade se é o amor que conta?

Gente, acho que esta foi uma das minhas melhores webs. Nao acham?

11 comentários:

  1. simplesmente perfeito
    ass Sophia

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  2. ameeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeei

    Ana

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  3. dá pra fazer continuação? ameeeeeeeeeeeeeeeei essa mini web, parabéns :))

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  4. kkkkkkkkk No começo eu achei que ia ser chatinha mas no meio da 1° parte ja me apeguei demais a essa mini web #FazElaVirarWeb *------*

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  5. Meu deus!
    Ficou linda, pfta, maravilhosa...
    Agora sim eu me inspirei pra web, obg!!!
    Foda-se faz um livro com esta historia, pequena!

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  6. Ameeeeeeeeeeeeeiiiiiiiiiiiiiiiii!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
    Faz continuação pfpfpfpfpfpfpfpfpfpfpf

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