Não foi um erro - 6º Capitulo

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No capitulo anterior…

POV LUA

- O que tem uma gravida de mal? – gritei com ele
- Calma! – ele pediu – Eu falei isso no bom sentido. É que as gravidas não conseguem controlar os seus hormônios, que estão à flor da pele sempre.
- É mesmo? – não sabia daquilo – Isso vai acontecer comigo?
- Vai, muito provavelmente – ele respondeu e eu roubei mais uma batata dele

E ao decorrer do jantar com o Pedro, ele me convenceu a ficar na sua casa. Pelo menos no inicio vai ser assim, enquanto eu não arranjar um lugar novo onde ficar.

- Bom, o quarto é esse – ele mostrou – Acho que você vai gostar
- Tá de brincadeira né? – eu ri, ao ver aquela enorme cama à minha frente – Eu vou adorar! Posso pular na cama?
- Eu acho que pode…

Não foi nem preciso ele responder. Eu apenas pulei. Me sentia bem lá. Iria poder ficar naquele quarto no tempo que eu bem intendesse. Mas não queria abusar da hospitalidade do Pedro. Agente acabou de se conhecer e não quero que ele pense que eu sou aproveitadora.
Arrumei algumas coisas nas gavetas que ele disponibilizou e depois fui conhecer os cantos à casa.

- Porque tem uma casa tão grande, se vive sozinho? – perguntei, quando sentamos nos bancos da cozinha
- A casa é dos meus pais, mas ele estão no Canadá.
- Eles vao voltar?
- Não. – me respondeu – Eles agora criaram vida lá

Demos mais dois dedos de conversa e fomos cada um para o seu quarto.
Para o Pedro não deve ser fácil agora estar naquela casa tao sozinho, ou melhor, em todo o Brasil tao sozinho, porque ele não tem mais família aqui. Assim como eu. A única família que eu tinha perto daqui, eram os meus pais. Mas eles não querem saber de mim.
Vai ser bom para mim e para todos, desaparecer durante uns dias, semanas, meses ou até anos. Quem sabe um dia mais tarde, alguém se arrependa e volte para se desculpar do abandono que causou em mim.

Terça-Feira, pelas 3h da tarde.

Hoje seria a minha primeira consulta de grávida. Quero dizer, poderia já ser a segunda consulta, mas acontece que a primeira eu faltei, pois estava demasiado animada na academia do Pedro.

- Ainda bem que você veio comigo. Não estava preparada para enfrentar isso sozinha. Já me basta estes olhares – cruzava os braços, enquanto esperava na cadeira dura da clinica
- Você tem de se habituar com isso, afinal, você está grávida de 4 meses e a barriga já se nota um pouco.
- Será que é hoje que eu descubro o sexo do bebé?
- Eu acho que sim. Esperemos né? – sorriu – Queria muito saber também.
- Queria te agradecer por ontem – sorri, olhando para ele

FLASH BACK

Havíamos acabado de jantar, mas eu ainda não estava satisfeita. Tinha falta de algo. Algo doce, que envolvesse muito chocolate.

- Fala, eu sei que você quer dizer ou fazer alguma coisa – disse o Pedro

Vivemos apenas à dois meses juntos, mas acho que ele me conhece muito bem. Somos muito apegados, tipo unha e carne, tá vendo?

- É que eu estou com fome ainda
- E o que é que o bebé quer? – ele deitou no sofá, pondo a mão na minha barriga
- Eu quero… - retirei a mão dele, porque não me sinto à vontade assim – Nutella ou brigadeiro.
- Eu não sei fazer, pode me xingar! – ele se redimiu
- Mentira né? – eu ri muito – Como assim você não sabe fazer? – ele nem sabia o que responder – Não tem problema. Eu quero nutella mesmo, tem em casa ainda?
- Não. você comeu tudo ontem
- Droga! – reclamei
- Eu vou comprar pra você. – ele apenas pegou a chave do carro e saiu de casa

FLASH BACK OFF

- Você não tem o que agradecer. Nos somos amigos. Quando tiver outro desejo, não hesite em pedir.
- Obrigada, de verdade! – segurei a mão dele – Será que demora muito?
- Lua Blanco? – perguntou a mulher de bata branca
- Eu… - levantei
- Por aqui, por favor – ela me indicou o caminho

Antes de mais, eu teria uma consulta com uma psicóloga. O facto de eu ser mãe com 15 anos, não era muito normal e então, eu receberia uma ajuda de uma medica muito boa no que faz.

- Boa tarde – ela disse – Pode se sentar, fique à vontade
- Obrigada – agradeci
- Bom, eu sou a Suzana e vou ser sua médica e amiga. Amiga porquê? Porque vou lhe ajudar a passar por momentos difíceis. Ser mãe com 15 anos não irá ser fácil. Apesar de parecer né?
- É… os primeiros meses têm sido meios fáceis até.
- Mas soube que não vive com os seus pais, certo? – eu assenti – Vive com aquele moço que estava lá fora com você?
- Sim, vivo.
- Ele é o pai do bebé?
- Não – suspirei – Eu fui abandonada por todos. Mas acabei fazendo o mesmo também.
- Me explique tudo – a médica pediu
- O meu namorado, quero dizer, o dador de esperma do meu filho ou filha, me abandonou. Foi para Londres ser modelinho e me deixou. Os meus pais me expulsaram de casa porque acham que eu sou uma vadia qualquer que os vai envergonhar nos trabalhos que têm. O meu pai pensa que por ser Juiz, é o melhor do mundo. Eu tinha uma grande amiga, a Carla, que eu a deixei sem saber de noticias de mim. Ou seja, eu vim embora sem lhe dizer nada.
- E você não lhe disse que ia desaparecer por uns tempos?
- Só lhe disse através das redes sociais. Foi ela quem me ajudou desde que o Arthur foi embora. Não poderia lhe abandonar. Agente já se encontrou uma vez, depois que eu saí de casa dos meus pais
- E a relação com aquele moço, como é?
- O Pedro foi como um anjo na minha vida. Ele tem me ajudado imenso. Ele saiu de uma relação na mesma época que eu e esses dois meses que eu estou na casa têm sido os melhores
- Ele lhe ajuda em tudo, como assim?
- Ele dá tudo o que eu preciso. Nos momentos em que eu estou triste ele faz de tudo para me animar. Ele é muito fiel e odeia injustiças, como eu.
- Vocês têm algo mais do que amizade?
- Não. é amizade mesmo
- Não rolou um beijo nem nada?
- Nada de nada!
- Lua, é importante que você se mantenha assim, a menos que esteja gostando mesmo dele, claro. Porque os meses que vêm, serão os mais difíceis. Vocês vai estar numa carência enorme. Precisará de carinho e qualquer ser humano irá precisar de sexo! – ela foi clara comigo
- Você acha que eu precisarei também?
- Logico! Ainda por cima grávida.
- Nossa… - coloquei a mão na cabeça – Mas acho que isso não vai acontecer comigo. Só fiz isso uma vez
- E olha essa vez o que te causou… - demos por concluída a primeira parte da consulta – Bom, agora vamos ver como o seu filho ou filha está. Vamos fazer a primeira ecografia. Você já deveria ter feito uma…
- É, mas eu faltei.
- Não pode faltar mais, é importante.
- Eu sei – respondi – Posso chamar o Pedro, para ele ver a ecografia comigo?
- Claro, chame ele enquanto eu fico aqui organizando tudo.

Acho que hoje não posto mais desta web. Estão gostando dela?

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