Não foi um erro - 31º Capitulo

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No capitulo anterior…

- Papai, faz de novo?
- Falo, vem cá – riu e continuou jogando ela de um lado pro outro na água – Que tal ir buscar a sua mamãe e trazer pra cá?

POV ARTHUR

- Boa ideia – Yasmin sussurrou para mim – Mas a mamãe não vai gostar. Ela não gosta de agua.
- Mas hoje ela vai gostar – sorri para a Yasmin

Sai da piscina discretamente, como se nada fosse. Me aproximei da Lua, mas antes de tocar nela, peguei a toalha para secar ao menos o meu rosto e fiz de propósito em jogar alguns pingos de água para ela.

- Tem cuidado Arthur – pediu Lua, sem abrir os olhos. Apenas tomando sol
- Desculpe docinho – sorri
- Não me chame assim.
- Me desculpe de novo, Luinha – provoquei ela
- Arthur, eu não gosto de apelidos idiotas – ela levantou um pouco a cabeça para brigar comigo
- Quer que te chame de quê então? Amor?
- Arthur, vai pra água, vai – ela pediu e voltou a deitar
- Eu vou. Com você!

Sem que ela falasse alguma coisa, peguei nela ao colo. Foi meio difícil, porque desde o início ela começou a se debater. Até conseguiu sair do meu colo, mas voltei a pegar ela e coloquei o seu corpo sobre o meu ombro, corri até à beira da piscina e pulei junto com ela. Durante o salto, eu fiquei por cima dela, fazendo com que quase ela se afogasse, por isso, tratei de trazer ela para cima. Estava tudo bem com ela. Bem de mais, porque desde logo começou a me bater.

- ARTHUR, EU VOU TE MATAR! – ela me enchia de tapas pelo ombro – EU NÃO SEI NADAR IDIOTA! – ela confessou
- Desculpe, eu realmente não sabia – peguei ela ao colo. Os nossos corpos estavam meios colados. Ou melhor, estavam totalmente colados porque ela estava de biquíni e eu de sunga, apenas.
- Mamãe, viu? A água é bom
- Eu não tenho medo de água – disse, apesar de estar grudada no meu pescoço – Arthur, me tira daqui. Eu não sei nadar e ainda me afogo
- Lua, bata com os pés por favor. Faça que nem eu – ela começou a fazer o que eu pedia e aos poucos eu fui deixando ela – As mãos agora e levante o rosto para cima, para que não beba água
- Não Arthur, não me deixa – eu tinha apenas uma mão por debaixo da barriga dela
- Eu não te vou deixar Lua, nunca – sorri e continuei ajudando ela a nadar
- Viu mamãe? É fácil! Papai, ensina ela a mergulhar?
- NAOOO! – Lua gritou

Medrosa, ela era. Mas eu não sabia que era assim tanto. Nunca pensei que ela não soubesse nadar, apesar de agora até se desenrascar bem. 

- Vem Yasmin, vamos sair da água. Você está com as suas mãos murchas, como uma velhinha
- Mas eu não vou ficar velhinha né? Ou vou?
- Se você não sair da agua, você vai ficar
- NAOOOO – ela correu para dentro de casa
- Depois eu limpo a água que ela espalhou por lá – eu e a Lua rimos
- Não tem problema. – respondi
- E obrigada por isso… - ela sorriu de lado
- Não tem que agradecer.

(…)

Yasmin, depois de nadar muito, ficou cansada rápido e foi dormir para o quarto de Lua, que colocou ela lá a dormir. Eu estava sem sono, super cansado e tinha ainda uns e-mails para verificar.
Eram quase 2horas da manhã e eu continuava sem sono. Desci para ver um filme na sala, sem fazer barulho e encontrei a Lua pelo caminho.

- Acordado ainda? – ela vinha da cozinha, com um copo na mao
- É. Estou sem sono, deve ser insónia
- Ver desenhos animados ajuda, ou então conversar – ela sorriu de lado
- Quer conversar comigo?
- Pode ser. Devido ao calor não consigo dormir mesmo – sentamos os dois no sofá e apesar de irmos conversar, eu coloquei o filme – No meio de tudo isso, nem te perguntei como foram as coisas em Londres
- Correu tudo bem. Eu quero trazer a minha carreira para cá, pro Brasil. Ou então, levo a minha vida para lá, se você permitisse, claro
- A sua vida?
- Sim – sorri – A Yasmin e você, se quisesse ir
- Ficou maluquinho? – ela ri 
- Eu sabia que você ia dizer isso. por isso mesmo pedi transferência para cá, pro Brasil. Agora poderá assistir aos meus desfiles – eu ri, fazendo ela rir também
- Não que eu goste de moda, mas tudo bem. Eu assisto, se você insistir
- Vou insistir muito. – ri
- E quanto à Alice… vocês não falaram? – ela mordeu o lábio. Parecia meia receosa, entre perguntar ou não
- Agente falou, quero dizer… falamos não. Apenas discutimos. Deixei ela pra lá falando, tenho mais com que me preocupar. Ela passou à história
- Ainda bem – ela deu um largo sorriso, não sei porquê – Vamos mudar de assunto.
- E vamos falar sobre o que, por exemplo?
- Que tal nós? – olhei nos olhos dela, que baixou o rosto, sorrindo envergonhada
- Nós?
- É… eu, você. Que tal, pergunta e resposta?
- Joguinhos de criança? – ela riu – Mas tudo bem, eu alinho.
- Quer começar?
- Não. começa você.
- Tá. Porquê o medo da água? – chutei
- Porque tenho medo de me afogar.
- Já se afogou antes?
- Sim, quero era mais pequena. Tudo se deveu ao descuidado da minha prima. Mas acho que não um trauma assim, é apenas um medo
- Que foi resolvido hoje, né?
- É. Graças a você – sorriu – Agora é a minha vez. O que te passou pela cabeça, de ir pra Londres sem dar notícias de mais nada a ninguém?
- Eu não sei. Eu queria ser livre. Queria não ter mais nada a ver com o Brasil e achei que esse era a melhor maneira. – suspirei – Mas Lua, esquece isso, ou tenta esquecer pelo menos. Eu quero que agente se dê bem, quero que o clima entre a gente fique legal. Mas com você atirando isso sempre na minha cara, fica difícil.
- Desculpe, tudo bem. Não faço mais. – bufou – Continuando. É sua vez agora
- Sente saudade do Pedro?
- Na verdade, acho que sim. Mas sei lá, tenho andando tão atarefada com as coisas, que nem me lembro mais dele durante o dia
- Talvez esteja esquecendo ele… 
- É… talvez. 
- É a sua vez.
- O que sente neste preciso momento? 
- Sinto… - sorri, não sei porque – Algo andando de um lado para o outro na minha barriga. Frio e calor ao mesmo tempo. Acho que é você que está me deixando assim
- Nada disso – ela riu, eu ri também – Eu tinha saudade de falar com esse Arthur
- Não tem outro Arthur
- Tem sim. Tem aquele grosso, que não se importa com as pessoas. 
- Eu cresci, eu mudei.
- Eu sei. Mas continuando com o nosso jogo.
- Me conta um segredo seu. – pedi
- Um segredo? Nem morta! – ela riu, mas eu insisti – Eu tinha medo do escuro. Mas esta semana, eu tinha de mostrar à Yasmin que não tinha, dai perdi o medo do escuro também
- Mentira? – zoei ela por completo
- é verdade, não ri! – ela cruzou os braços, mas riu comigo – Agora quero um segredo seu
- Tenho vergonha de contar… - sorri de lado
- Contaaa – ela pediu
- Não é bem um segredo. É mais um desejo
- Que desejo é esse?
- De você… - ficamos sem saber o que falar – É que desde o momento que nós nos começamos a dar melhor, que eu não paro de reparar no quanto você cresceu, no quanto você se tornou tao dona de si e tao mulher. Não sei… - eu ri – Fico até nervoso de falar com você, não paro de sorrir quando te vejo e…
- Arthur, não fala mais nada. – ela pediu. Ela já não sorri, apenas mantinha um rosto serio. ela se levantou do sofá – É melhor eu ir dormir, antes que aconteça alguma coisa de que eu me arrependa, assim como você também…
- Não! – pedi e peguei a mão dela – Não vai embora…

Aqui está mais um para quem pediu. Agora, só amanhã *-*



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