"Ela dança, eu danço" - Web de Capítulo Único

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Arthur é o garoto lutador. Luta pela sua vida, pela sua felicidade e especialmente pelo seu sonho. São essas as coisas mais importantes da sua vida, nomeadamente a dança. Quando ele dança, hip hop, um sorriso perfeito nasce sem querer. Dançar está nas veias dele, surgiu sem querer.
Ele é pobre, vive nas favelas que diz serem do bem. Se ele diz é porque é mesmo.
Ele e o seu grupo de dança “A mafia” governam a cidade quando quiserem, onde quiserem e se quiserem. Todos param para ver dançar o famoso grupo mafioso da cidade.
Eles dançam para obter paz, tranquilidade entre as famílias das favelas mas principalmente para obter respeito e lutar pelos direitos de cada um.

Mas nem tudo parece perfeito. Existe alguém que sempre tenta estragar a felicidade das famílias que não têm poder sobre ninguém, sempre se aproveita do poder que tem para exercer algo que não favorece ninguém. Esse alguém, é pai da loirinha bailarina da cidade.
Eles, a família Anderson, são das famílias mais ricas do país. Lua, a tal loirinha, dança coisas mais calmas como balet, salsa ou até valsa também. Mas ela quer mudar. Quer ter mais confiança em si própria e dar a conhecer a si própria a pessoa que ela é. Ela não quer viver sobre as regras do pai. Pelo contrário, ela quer desobedecer às regras.

POV ARTHUR

Era hora de dançar, de governar e de fazer entender. O Micael tinha uma nova coreografia para nós. A cidade irá vibrar ao nos ver dançar daquela maneira.
Antes de mais, o Micael é o cara que trata de toda a coreografia que fazemos em varias apresentações. As nossas apresentações são secretas, ou seja, nunca têm data. Nós apenas aparecemos num lugar movimentado, apertamos o Play e mostramos prás pessoas o que nos vai na alma.

- Então, é o seguinte. Desta vez vai ser no meio da estrada. Vamos fazer o trânsito parar, o mundo parar! – sonhava o Micael
- Cara, você está viajando – disse um dos elementos do grupo de dança
- Eu também acho cara. Tudo bem que parar o trânsito até seja fácil, mas parar o mundo é que fica difícil – rimos todos
- Vocês entenderam o que eu queria dizer, certo?
- Certo! – respondemos em coro

Ele explicou todos os passos que tínhamos de dar. Só ainda não sabíamos como íamos parar o trânsito.

- Isso fica por minha conta! – disse o Micael

Liderar estava no sangue dele. Ele gostava de tratar de tudo sobre os espetáculos que agente dava. Era muito raro ele receber alguma ideia de um dos elementos porque ele é teimoso em aceitá-la.

(…)

14:30 da tarde! Estávamos nós arrumados e prontos para arrasar em mais uma nossa atuação. A cidade estava super movimentada. Carros passavam, motos e até onibus. Porém, a ideia do Micael foi de génio. Ele trouxe uns carros diferentes sei lá de onde que davam muito estilo. Eles tinham molas nos pneus que faziam levantar e até pular. Nós iriamos dançar sobre os carros e no chão claro.
O nosso grupo era grande e rapidinho nos metemos sobre a estrada. Paramos os carros em frente aos locais mais movimentados, ou seja, em frente aos restaurantes e bares da cidade e a Duda, que fica encarregada pela música da coreografia deu o play sobre as suas colunas de som.

Começamos a dançar. Era como o Micael dizia. A cidade parou para nos ver. Todos começaram a olhar para nós e a comentar. Eu estava adorando a reação das pessoas, porém, eu tinha que estar focando na minha dança.



- Olha mamãe, são de novo aqueles senhores que dançam na rua – disse o moleque
- Aii meu deus, vão começar de novo! – dizia a mulher assustada
- isso não pode continuar! Quem eles pensam que são? – dizia um homem irritado – Eles não podem fazer parar o trânsito desse jeito!

Eu ria com certos comentários das pessoas. Tinha gente que gostava e elogiava de mais, mas tinham outros que detestavam pelo facto de sermos um pouco rebeldes para o gosto deles. Paciência, nos somos assim!

(…)

Arrasamos em mais um das nossas coreografias, saímos até no jornal e na tv. A cidade toda estava curiosa sobre nós. Nós nunca nos apresentamos perante deles, apenas deixamos uma lembrança perante o público. O Guga, que é artístico, desenhou numa melancia o nosso nome de grupo “A mafia” e é assim que as pessoas nos conhecem.

Para festejar, iriamos até uma festa perto da praia. Lá ia haver musica e muita dança, logo estavam lá agora!

- Arrasamos mais uma vez – disse a Mel toda animada. Ela faz parte do grupo também
- Somos de mais!
- Eu confesso que fiquei com medo de ser preso ou assim. Os policiais vieram atrás de nós – confessei
- Estou nem ai para eles. O que interessa é que as pessoas que viram e adoraram
- Vamos dançar? – perguntou a Mel animada
- Agora! – concordei

Havia uma roda de público vendo outro grupo de dança, dançar. Mas nada se compara ao nosso grupo. Eu e o Micael, que somos os melhores dançarinos do grupo, fomos para o meio dessa roda e mostramos quem aqui dança mais. a musica era animada, só podíamos dizer que era da Jennifer Lopez. Eu me amarrava em algumas músicas dela.
Do nada, vejo uma loirinha se meter no meio e a provocar dançar. Fizemos uma disputa de dança. Ela dançava muito também, pena que não se soltava. Ela parecia envergonhada e andar fora de zona, devido às roupas finas que trazia vestido. Para poder dançar melhor, ela jogou as roupas no alto e ficou apenas de biquíni, arrasando mais uma vez enquanto dançava.

- Quem é ela? – perguntou o Micael
- Não faço a mínima. Mas dança muito
- Nem acho – dizia o teimoso

No final, fomos beber um copo e a garota veio de novo para perto de nós. Decidi meter conversa com ela.

- Parabéns, dançou muito
- Obrigada! – respondeu – Vocês também.
- Obrigado! – fui educado também – Nunca te vi por aqui
- Eu não sou daqui mesmo. Estava apenas de passagem
- pois… este lugar não é mesmo para pessoas como você
- Porque não? – ela perguntou – Sou porque sou rica não posso frequentar favelas? Fique sabendo que eu adoro isso! – ela foi meia grossa – Quem me dera ter a liberdade que vocês têm! Eu vivo presa nos negócios e hotéis do meu pai, não tem como ter tanta liberdade
- Por isso mesmo. Tanta liberdade pode lhe fazer mal – zoei
- Acredite que não faz mesmo – ela riu e saiu de copo na mão

Fiquei curioso quanto a ela. Mas pronto, deixei pra lá.

(…)

A vida não é fácil, muito menos para uma pessoa pobre que nem eu. Eu teria de lutar muito para cuidar de mim e das pessoas que me fazem felizes. Eu não tinha pais já à 3 anos e desde ai tenho me virado sozinho. Bom, nem é bem assim. Eu vivo numa favela com a minha irmã e com a minha sobrinha. Vivemos os três com o ordenado da minha irmã, quero dizer, vivíamos. Porque infelizmente ela está doente e teve de deixar o trabalho. Sendo assim, eu próprio decidi ir trabalhar. Tinha de ajudar elas neste momento difícil.
Arranjei trabalho num hotel, eu ia ser empregado de mesa. Não é que eu goste disso, mas teria de ser, pelo menos por agora.

- Arthur, pode levar para as mesas lá ao fundo – o cozinheiro disse
- Tá! – peguei os pratos e fui levar à mesa que ele pediu

No caminho de volta para a cozinha, cruzei com uma moça que quase deitou os copos que eu levava na bandeja. Isso poderia sair caro, mas felizmente evitei o desastre.

- Desculpa, eu não te vi… - ela me olhou e eu logo a reconheci
- Você aqui?
- Isso que eu pergunto… - ela disse – O que você faz aqui?
- Eu estou trabalhando aqui. E você?
- Eu sou filha do dono de tudo isso
- Você é filha do filho da mãe do Anderson?
- Olha como fala do meu pai – ela disse irritada – Mas sim, sou eu
- Não esperava tal coisa…

Anderson é um homem rico qualquer que não descansa até não conseguir deitar as favelas a baixo para construi um novo hotel, que é o sonho dele. Temos conseguido juntar varias assinaturas para ele não fazer isso, mas infelizmente ele tem dinheiro e muito poder. Quase nada o pode parar de pensar do jeito que ele quer.
Eu vim para este hotel sem saber o dono, só quando fui aceite é que descobri. Aqui pagam bem então eu tive de esquecer o facto de o Anderson ser o dono, porque a minha família é bem mais importante que ele e as suas manias.

- Não é você que odeia o meu pai?
- Sou eu mesmo
- Então o que faz aqui?
- Trabalhando… coisa que você não deve saber o que é, certo?
- Errado! Muito errado mesmo… - ela disse
- Bom, não adianta. Eu vou embora, trabalhar. – respondi torto

(…)

Hoje era dia de mais um espetáculo. Mas dessa vez, eu não concordava com muita coisa que eles diziam.

- Eu não aceito! – respondi – É no local que eu trabalho, isso é arriscado. Imagina que nos flagram, eu sou despedido! Eu não posso perder o emprego
- Já dançamos em tantos locais onde podíamos ser apanhados e nunca tivemos medo. Porque é que agora você tem de discordar de tudo?
- Já sei… - disse a Mel – Vamos com mascaras e ninguém nos apanha!
- Você tem certeza?
- Absoluta! Eu trato do figurino

POV LUA

Eu tinha acabado de vir de mais uma aula de balet. A professora reclamava muito comigo porque eu não me solto. Mas eu não consigo fazer mais do que faço agora. Acho que aquilo não é para mim… acho que necessito de dançar outra coisa, tipo hip hop como no outro dia, só assim eu conseguia me soltar.
O meu pai adorava me manter presa na hotel dele e eu ficava aborrecida por não ter nada que fazer.
Desci do quarto e fui até ao hall da entrada do hotel, mas algo estranho aconteceu. Tudo parecia normal, mas ai um grupo de pessoas entra e para no meio do caminho, dentro do hotel. Uma musica se ouve e do nada eles começam a dançar. Agente não conseguia ver quem era, pois eles tinham mascaras.

- O que é isso? – perguntou o meu pai irritado
- Eu não sei pai… mas estou adorando! – respondi animada
- Chamem a polícia! Esses marginais não podem estar aqui

Algumas pessoas paravam para ver e fotografar, outras achava aquilo horrível e foram embora. No final da dança eles, apareceu desenhado na parede “A mafia”. Entendi aquilo como sendo o nome do grupo deles.
Decidi correr atrás de um dos dançarinos, cuja a postura me parecia muito familiar. Ele deu umas voltas na rua, tentando despistar alguém mas entrou de novo no hotel e foi para a cozinha. Eu fui atrás e vi ele se trocar…

- Eu não acredito… - ri e me aproximei dele
- O que você faz aqui? – ele vestiu rápido as suas calças de trabalho
- Eu não acredito que é você de novo! – ri pois conhecia ele. Ele era o tal que trabalhava aqui e odiava o meu pai – Você faz parte daquele grupo? – ele veio até mim e calou a minha boca com a mão
- Como você descobriu isso? fica calada, ninguém pode saber disso! – ele me disse serio
- Eu adorei – tirei a mão dele – Vocês têm garra. Vocês amam o que fazem
- É… amamos. Mas ninguém pode saber disso
- Porque? O vosso trabalho é ótimo! Vocês são de mais…
- O que fazemos é secreto. O nosso trabalho é secreto
- Mas devia ser publico. As pessoas precisam de conhecer o vosso talento
- Elas conhecem – ele sorriu de lado – Apenas quando aparecemos nas ruas
- Vocês deviam ser mais conhecidos.
- Não precisamos de fama
- Se você tivesse essa fama de dançar, não precisaria de estar aqui trabalhando com a pessoa que você mais odeia
- E enfrento isso. nem sempre a vida é como agente quer

Ele por um lado estava certo. Ele meteu mãos ao trabalho e eu fiquei pensando de novo na maneira como aquele grupo dançava. Eles eram de mais. eu precisava de algo assim para me motivar a dançar Batet.

- Eu posso entrar para o vosso grupo?
- Você? Acho que não. – ele riu - É perigoso de mais para uma menina que nem você
- Eu não sou nenhuma menina. Quero dizer, até sou, mas não da maneira que você pensa
- Os mafia são pessoas perigosas
- Não minta – eu ri – Eu estou aqui com você à mais de 30 minutos e ainda não me arrependi
- Isso é porque eu sou diferente – ele riu de lado
- Diferente como?
- Mais bonito – ele riu de novo, me fazendo rir também
- Mais bonito, mais convencido e mais baixo também
- O tamanho não conta – ele ficou serio – Sou baixinho e bem gostoso, fique sabendo
- Não sei se assim é – provoquei ele

(…)

Arthur Aguiar, é o nome do baixinho. Apresentamo-nos naquele dia para hoje finalmente eu poder fazer uma espécie de reunião com o grupo dele para poder ver se sou aceite ou não. Eu queria muito entrar para um grupo assim. Dançar hip hop faz-nos levantar o astral e ganhar mais confiança enquanto dançamos. Isso seria perfeito para mim.

Fomos até à garagem onde normalmente “A Mafia” ensaia. É uma garagem perto das favelas que esta toda montada com todo o que eles precisam. Espelhos, rádios, montes de CDs e uns desenhos estranhos nas paredes.

- É ela? – Micael, que é o “chefe” apontou para mim e falou
- Sim, é – sorriu o Arthur
- Não sei não… parece muito fresquinha
- Mas ela dança muito
- Mesmo assim!
- Micael, você próprio disse que precisava de mais meninas para o grupo – disse a Mel, tentando convencer ele
- Eu sei… mas não sei
- Sabe ou não sabe?
- Vai, deixa, por favor! – implorou outro elemento do grupo
- Juro que irei me esforçar para ser um de vocês. Prometo! – disse eu
- Tá… você entra!
- YEAH! – gritei
- Boa! – Arthur veio até mim e me abraçou!

(…)

Para comemorarmos a minha entrada no grupo, íamos de novo a uma festa na praia, como no outro dia fomos. Só que desta vez é à noite. Lá fazia uma espécie de batalhas de hip hop para ver quem dançava melhor. Estivemos lá dançando durante muito tempo, mas estava uma noite quente então o Arthur me puxou para fora de lá. Fomos passear um pouco na praia, onde corremos e fizemos cócegas um no outro. Por fim caímos na areia da praia e continuamos conversando, juntinhos.

- O seu pai não se vai importar da moçinha estar fora do hotel a essas horas?
- A vida é minha e eu sou maior de idade já
- Nossa, que rebelde! – ele brincou comigo – Tem uma coisa que eu gostava de te dizer.
- O que?
- Eu acho melhor você não dizer pra ninguém que é filha do Anderson. A galera odeia ele e se souber que você é filha dele, vai se passar. Principalmente o Micael
- Mas você sabe e não se importa, porque razão eles irão se importar?
- Acredita em mim. É melhor assim. Será o nosso segredo! – ele beijou a minha mão
- Muito bem! Será o nosso segredo então

Os nossos olhos se cruzaram tanto e agente se aproximou de mais que até deu medo. Eu estava na praia, à noite, com um garoto que conheço à pouco mais de dois dias e para piorar a situação, sinto um fraquinho por ele.
Além de ele ser lindo, fofo e baixinho, moreno como eu gosto, ele é também simpático, inteligente e muito talentoso. Ele é um gostosão, como ele diz.
Eu não aguentava mais. não aguentava mais não beijar aqueles lábios então fui eu quem deu o primeiro passo! Beijei-o!

(…)

Na manhã seguinte, acordamos na praia meios atordoados. Eu acordei super envergonhada porque eu estava deitada sobre o peito dele. Mesmo assim, rimos juntos, trocamos outro beijo e fomos até um bar que é de um amigo dele. É lá que o grupo “A Mafia” da qual eu já faço parte, se encontra todas as manhãs para tomar o café da manha.
Quando chegamos, rindo ainda da noite que passamos na praia, o Micael e o resto do grupo estava de rosto serio lá. Algo de mau se passava.

- O que aconteceu? – Arthur perguntou
- É o sacana do Anderson de novo! – estavam falando do meu pai – Ele entregou uma carta às famílias das favelas com uma data para abandonarem as casas.
- O que? – Arthur estava irritado – E ele pode fazer isso? e este bar, como fica?
- Se eu pagar uma fiança – o dono do bar disse – Eles não destroem nada. Mas o pior é que eu não tenho dinheiro para pagar tal coisa.
- Droga!
- Ele está ultrapassando todos os limites! – Micael disse com raiva – Eu um dia vou matar aquele homem!
- Temos de fazer alguma coisa… - Arthur deixou a ideia no ar

Puxei ele para fora, para conversarmos sobre o que tinha acabado de acontecer.

- Eu tive uma ideia. – disse-lhe
- O que?
- Vamos fazer o que “A Mafia” faz.
- Tipo?
- Vamos dançar e protestar
- Não estou entendendo
- E outra coisa, vamos tornar isso público. Vamos criar uma conta ou página no Youtube e quantos mais assinantes estiver lá, melhor!
- Me explica isso melhor…

(…)

Arthur ficou interessado na minha ideia e disse que era de génio mesmo. Fomos até à garagem, onde “A Mafia” estava e contei a minha ideia.

- A ideia é fazer uma dança de protesto no dia da reunião que o Anderson vai ter.
- E quando é essa reunião? – perguntou Micael
- Daqui a dois dias! Passou na tv – Arthur disse
- Mas não é com uma dança que vamos lá – Micael reclamou
- Mas com milhares de pessoas a protestar contra isso agente vai! Dançamos, gravamos e postamos numa conta no Youtube. Temos de ter milhões de “assinaturas” e tornar isto o mais publico possível. Temos de deixar uma mensagem para ele
- Eu adorei a ideia! – disse Mel animada
- Eu também! – disse Arthur
- Não sei… - disse Micael, o teimoso
- Por favor Micael, vamos com isto em frente – pedi – Vai dar certo!
- Ok! Vamos lá então!

Começamos a dançar na hora. A coreografia ia rebentar com tudo.
No final do ensaio de hoje, quando todos saíram, eu e o Arthur ficamos na garagem conversando um pouco. O que não sabíamos é que tinha uma camara ligada.

- Eu não acredito que estou fazendo isso contra o meu próprio pai – ri
- Você é do mal
- Você que me ensinou a ser assim
- Linda! – ele me beijou de novo – Você esta virando apego, sabia?
- Isso é bom?
- é ótimo! – ele riu e me deu um selinho
- O que será que o meu pai me faz quando descobrir que eu estou destruindo o projeto dele?
- Te expulsa do hotel
- Será isso mesmo – rimos

(…)

No dia seguinte, iria haver no hotel um jantar para todos os empresários do meu pai que estavam junto com ele no tal negócio das favelas. A ideia era destruir tudo aquilo para construir grandes hotéis. Mas esquecem-se que ali tem famílias!
Enfim! O jantar iria ser uma tortura, eu posto. O Arthur servia à mesa e era uma tortura não poder falar com ele. Se o meu pai sonha-se que eu falava com um empregado, ele no mínimo mandava o Arthur para outro lado do mundo.
Um pouco antes da hora do jantar, as luzes do hotel se apagam e entramos todos em pânico. Alguém desconhecido lançou pequenas bombas de fumo e do nada várias luzes de cores se espalhavam pela grande sala de jantar. As pessoas começaram a levantar e a ficar com medo, até eu fiquei.
Umas pessoas de mascaras e roupas estranhas entraram na sala, invadindo, colocaram música alta e começaram a dançar. Aprecia mais uma cena de “A Mafia” mas eu fazia parte do grupo e não sabia de nada. Eu não tinha a certeza de nada também.
Na grande tv da sala de jantar, passou um vídeo da conversa que eu tive com o Arthur na garagem em que falamos de eu estar a tramar o meu pai.

POV MICAEL

Desde o início eu soube que eu não devia confiar na Lua. Ela era uma menina doce de mais para o meu gosto e sonsa também. Mas nunca pensei que o meu Brother, Arthur, me traísse de tal forma.
Ele sabe que eu super odeio o Anderson que é o cara que está tanto destruir a minha infância e o lugar onde eu vivo e mesmo assim coloca uma pequena sonsa, que é filha dele no grupo de dança. Eles foram uns grandes traidores!
Descobri isso porque sem querer a camara ficou ligada depois do ensaio e apanhou a conversa deles.
A minha ideia era contar para o tal Anderson quem era a sua verdadeira filhinha.
Hoje teria um jantar de negócios, saiu em todos os jornais e era lá que parte do grupo “A Mafia” iria atuar.
Entramos no inicio do jantar e arrasamos com tudo.
A gravação passou na tv e deixou o Anderson e a filhinha de rastos. Pior foi a cara do Arthur quando nos viu atuar sem ele e a sua namoradinha, pois pelo que sei, eles andam se pegando.

Estava dançando a coreografia normal quando o Arthur, vestido de empregado porque ele trabalha lá, veio até mim e me agarrou do braço.

- Que porra é essa? Você está louco?
- Louco está você! Você é um traidor! – empurrei ele

Do nada, surgiram segurança de todos os lados que estavam lá para nos capturar, então tivemos de fugir o mais rápido possível de lá.

POV LUA

O Arthur tinha me entregado. Ele próprio disse que era pra não contar nada a ninguém, ele jurou guardar segredo. Estou tao desiludida. Mas ainda mais desiludido ficou o meu pai por saber que eu queria deitar o negócio dele por água a baixo.

- Você é uma desilusão! – disse o meu pai, na minha cara e foi embora apos toda a bagunceira
- Lua! – Arthur correu até mim e eu comecei a andar – LUA, ME ESPERA! – ele gritou
- Eu não quero saber de você! Me deixa, cobarde! Você me fez tantas promessas e tudo pra que? Para acabar com a minha vida? Eu ia vos ajudar e vocês me fazem isso?
- Eu não tive culpa de nada! – ele pegou o meu braço – Eu não sabia que eles iam fazer isso. O Micael é que planeou tudo. Eu estava trabalhando, eu não sabia Lua, juro!
- Nunca mais te quero voltar a ver. Vai embora da minha vida Arthur!
- Você não me pode fazer isso – disse Arthur
- Posso sim! Somos muito diferentes para estarmos juntos
- E desde quando isso importa?
- Desde agora! – respondi e fui embora

(…)

O tal plano que eu tinha para ajudar eles foi por água a baixo, porque eles assim o quiseram. Infelizmente, continuei no hotel até porque eu estava de castigo. Agora só podia ir às aulas de balet e voltar, nada mais!
De vez em quando, vejo o Arthur no hotel, pois ele trabalha lá, mas recuso falar com ele, depois de tudo o que ele me fez.
O meu pai anda louco à procura de saber quem foi que fez tal coisa, ou seja, ele quer saber quem são esses tal “A Mafia” mas eu não sou como eles, por isso não vou falar a verdade ao meu pai.

Depois do meu banho, permaneci no quarto e ouvi uns barulhos estranhos da janela da varanda. Fui abrir e tomei um susto.

- O que você faz aqui? Eu vou chamar o segurança! – tentei que o Arthur não entrasse, mas ele tinha mais força que eu
- Chama o segurança, a polícia, o seu pai e até quem mais você quiser. Eu não vou sair daqui até falar com você
- Você tem 3 minutos!
- Antes de mais… - ele recuperou o folego – Você está linda! – eu estava apenas de baby-doll – Depois, acredita em mim!
- Se você veio aqui para isso, vai embora!
- Você tem noção do perigo que eu corri? Eu saltei três varandas para chegar no seu quarto. Sabe em que andar você está? No 13º andar!
- Se você caísse a culpa seria sua! – respondi-lhe
- Mas você ia ficar triste, confessa! – ele sorriu daquele jeitinho que eu adoro e veio até mim e me abraçou – Acredita em mim Lua! Eu não tive nada a ver com aquele vídeo e muito menos com aquela dança.
- Eu não sei de mais nada! – sentei na cama e ele sentou ao meu lado – Eu só sei que o meu pai não confia mais em mim. Ele já nem fala comigo direito. Mas se bem que nas aulas de balet, eu estou melhor, graças a você
- E agente, não pode melhorar também?
- Não tem a gente
- Não tem se você não quiser – ele disse – Poxa Lua, você tem noção do perigo que eu estou correndo apenas por você?
- Está fazendo isso porquê?
- Porque eu gosto de você! – ele aproximou os nossos rostos – E eu tenho tanta saudade daquele dia da praia… queria tanto poder dormir grudado a você de novo. – ele começou a beijar o meu pescoço
- Para Arthur! – pedi, mas não queria ele parasse…

(…)

Passaram duas semanas. “A Mafia” continuava atuando em busca dos seus direitos. Eles fizeram a tal página no Youtube, que eu dei a ideia, e já tinham milhões de assinantes, o que era bom.
O meu pai avançou o processo de destruir as favelas pois todas as famílias já tinham saído de lá e ido para a casa de outros familiares, o que era uma injustiça.
Mas “A Mafia” ia atuar de novo e com a coreografia que à tempos tínhamos ensaiado. Vi tudo isso no canal do Youtube e decidi ir até lá, ajudar eles.
Antes disso, quanto a mim e ao Arthur, agente se encontra duas vezes por semana num espaço de 5 minutos, pois o tempo não permitia mais. agente está cada vez mais distantes…

(…)

Nas favelas, toda a população estava lá reunida para impedir que as maquinhas destruíssem algo que foi delas durante anos. O meu pai estava lá no meio, junto com os seus empresários esperando dar permissão para as maquinas acabarem com tudo.
Mas no nada, “A Mafia” entra em ação. De todos os lados vinham pessoas em sinal de protesto e essas pessoas vinham dançando junto com “A Mafia”. A música era forte o que fazia com que se percebesse a mensagem mais rápido. O meu pai ficou puto da vida porque não pode dar permissão às maquinas para destruírem tudo pois não queria ser culpado de tantas mortes.


A coreografia envolvia correntes que faziam faíscas no chão. Eles gritavam no refrão e pediam respeito e ordem, naquele lugar que foi deles desde sempre.
Vieram repórteres, jornalistas, fotógrafos e mais tanta coisa para assistir ao momento. Segundo o que percebi, aquilo era falando quase mundialmente. Era a revolução das favelas.
O meu corpo vibrava com a música e com o poder das pessoas a lutarem pelos seus direitos. No final, jogaram os cartazes para cima do meu pai e os “A Mafia” ainda tinham um último passo de dança, foi nesse passo que eu entrei, fazendo o meu pai quase morrer de coraçao.


Era um passo em que eu fazia com o Arthur e por sinal correu muito bem.
Fomos recebidos com muitos aplausos. As pessoas estavam orgulhosas de nós.

- Obrigado! – Micael sussurrou para mim – Te devo um pedido de desculpas.
- Deixa pra lá. Está tudo bem agora! – ri

Ele queria se desculpar por aquele vídeo no dia do jantar no hotel e por ele não acreditar bem que essa ideia, que foi minha, nunca iria dar certo.
As pessoas começaram a fazer muito barulho e até começaram a agredir o meu pai e os demais verbalmente, fazendo todos os senhores engravatados irem embora, inclusive o meu pai.

(…)

Passaram-se pouco mais de 3 dias e os “A Mafia” já eram reconhecidos por todo o Brasil. O país agora sim parava para os verem dançar. Eu fazia parte do grupo, eu acho, mas resolvi sair porque eles é que lutaram para conseguirem o que tanto queriam, eu apenas dei uma ajudinha.

Quando a mim e ao Arthur…

- Já te disse que estou super orgulhoso de você?
- Já – eu ri – Umas quinhentas vezes
- Mas é que eu estou mesmo! – ele me deu um beijo – Eu fiquei a ganhar em tudo isso e você a perder. O teu pai quase te deserdou
- Ele não aceita a verdade. Mas ele não pode fazer nada, tudo o que ele tem está em meu nome pois tudo aquilo era da minha mãe. Quando ela morreu, deixou em meu nome mas eu deixei o meu pai lá trabalhando porque eu não dava conta do recado – eu ri – Por tanto, nada está perdido
- E quanto a nos? – ele se aproximou mais de mim – Eu estou casando de só te dar uns beijos. Eu estou cansado de ser sequestrado por você enquanto trabalho aqui no hotel para ir até ao seu quarto e te amar. Estou cansado de não ter compromisso com você – ele passava o seu dedo sobre o meu braço
- Você acha que tendo um compromisso, daria certo entre nós? - perguntei
- Só acho! – ele beijou o meu pescoço

Deitamos sobre o balcão da cozinha do hotel, que por sorte não estava ninguém e ele se colocou por cima de mim, fazendo eu me arrepiar todinha. Me arrepiava porque ele tinha esse poder sobre mim e me arrepiava por isto ser tao arriscado.

- É melhor irmos para outro lugar, Arthur – eu disse, entre beijos
- Onde mesmo? – nos levantamos, ainda entre beijos – Arrecadação?
- Bem melhor do que aqui – eu ri

Fomos para os lugares onde eles guardam mesas, cadeiras e colchões. O Arthur colocou um colchão sobre o chão para deixar tudo mais à vontade e deitamo-nos lá.
Ele dava beijos intensos que me fazia ficar ofegante rapidinho.
Como ele estava em horário de trabalho, o que iriamos fazer aqui tinha de ser rápido, então eu tratei logo de baixar as calças dele e de tirar o meu vestido.

- Safada! – ele me chamou
- Olha quem fala – ri e dei um chupão no seu pescoço

Não demorou muito para ficarmos lá sem peças algumas de roupa, pois já todas estavam longe dos nossos corpos. Ele começou as investidas e eu comecei com os famosos gritinhos. Eu estava com vergonha de estar ali, fazendo amor, quando sei que alguém pode entrar lá a qualquer momento, mas é isso que mais me excita!

- Minha linda! – disse, enquanto fazíamos amor
- Adoro você! – sussurrei para ele

Nos amamos como se não houve amanha, ou seja, como fazíamos todas as vezes que estávamos juntos.

- Namora comigo? – me perguntou ofegante!
- Namoro sim, meu baixinho! – beijei ele e ficamos lá deitados, trocando carinhos e carinhos e…

Levei dois dias a escrever tudo isso! Se eu não tiver muitooooooos comentários, eu não faço mais isto ahahah xD to falando sério!
Estou aprovada nisso ou não?

15 comentários:

  1. aprovadissima!!!!!! adoreiii!!!!!!!!!!!!!!!!

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  2. muito bom, mesmo

    parabens

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  3. muito criativo parabens adorei

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  4. Foi baseada no filme né!?

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  5. Puts super aprovada, a web ou mini web foi perfeita parabens faz mais webs assim amei demais

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  6. Aprovadissima
    Por ; bruna leticia

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  7. Mais que aprovada
    Ass:manu

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  8. Ameeeeeeeeeiiiiiiiiiii de mais

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